Venda de motos no Ceará cresce 50,32% no primeiro semestre; confira o top 10

Facilidade de acesso ao crédito tem impulsionado os resultados do segmento

Escrito por Redação ,
Legenda: Confirmando a recuperação, a produção de motos no País encerrou o semestre com 568,8 mil unidades, o melhor resultado para o período desde 2015
Foto: Helene Santos

A venda de motos novas no Ceará cresceu 214,85% em junho na comparação com igual mês do ano passado, alcançando 6,23 mil unidades emplacadas.

No acumulado do primeiro semestre, foram comercializadas 26,32 mil novas motos no Estado, um aumento de 50,32%.

Os dados são da Federação Nacional de Veículos Automotores (Fenabrave).

A recuperação ocorre em decorrência da volta de mais facilidades de acesso ao crédito, impulsionando as vendas, conforme avaliação do vice-presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) no Ceará, Lewton Monteiro.

"A gente está vendo esse cenário com otimismo, até porque temos condições favoráveis ao consumo. A percepção do crédito está melhor em relação ao cenário econômico. Os consórcios e financeiras estão com mais apetite e impulsionam as vendas", explica.

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Indústria em recuperação

Além disso, Monteiro revela que o setor tem passado por menos dificuldade de fornecimento de peças que os demais segmentos, como o de carros populares, por exemplo.

Com um fornecimento maior, a saída também aumenta. "A produção está se reorganizando, o que faz as vendas avançarem", acrescenta.

Confirmando a recuperação, a produção de motos no País encerrou o semestre com 568,8 mil unidades, o melhor resultado para o período desde 2015.

O volume também indica uma recuperação a patamares anteriores à pandemia e um crescimento de 45% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo balanço divulgado esta quinta-feira (08) pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), somente em junho foram fabricadas 105,4 mil unidades no Brasil, o correspondente a alta de 1,6% na comparação com maio (103,7 mil unidades) e de 35% ante mesmo mês de 2020 (78,1 mil unidades).

Emplacamentos acumulados

Outro fator que impulsionou o resultado de junho no Ceará foi o acúmulo de veículos em espera para regularização. Monteiro lembra que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) ficou fechado por um período em decorrência da pandemia, o que acabou gerando um acúmulo de veículos à espera de emplacamento.

"Apesar de ter voltado há mais de 30 dias, motos que já haviam sido entregues estão sendo regularizadas agora e começam a aparecer na base de dados. O que explica o crescimento forte de um mês para o outro".
Lewton Monteiro
Vice-presidente da Fenabrave

Comportamento do consumidor

Monteiro indica que duas tendências no comportamento do consumidor podem ser observadas durante a pandemia. A primeira é referente a uma possível preferência das motos em detrimentos dos carros.

A hipótese é que, com a dificuldade de fornecimento de peças, para veículos novos, as motos passam a ser escolhidas por já estarem disponíveis.

A segunda tendência é que o orçamento limitado e o medo da contaminação tenham apontado para as motos uma alternativa de transporte.

"O que a gente ouve falar é que muitas famílias que antes usavam o transporte público ficaram com medo de pegar ônibus. Para não se submeterem ao transporte público, priorizaram ter um transporte próprio, principalmente a moto", explica Monteiro.

Confira os modelos mais vendidos no Ceará em 2021:

  1. CG 160/Honda 8.124
  2. NXR160/Honda 7.481
  3. BIZ/Honda 3.921
  4. POP 110I/Honda 2.565
  5. CB 250F Twister/Honda 647
  6. XRE 190/Honda 647
  7. XRE 300/Honda 443
  8. XTZ 150/Yamaha 414
  9. Fazer 250/Yamaha 327
  10. XTZ 250/Yamaha 278

Estilo de vida

Além de um meio de transporte, muitas pessoas incorporam a moto no dia a dia como um estilo de vida. Com o crescimento do motociclismo na Capital, Fortaleza tem recebido novos investimentos que contemplem os grupos.

Um deles é o Motorock Garage & Food, um complexo onde apaixonados por moto podem realizar manutenção do veículo, comprar acessórios, além de se encontrar com amigos e desfrutar de boa comida e bebida.

A ideia do espaço surgiu com dois amigos apaixonados pelo motociclismo, o obstetra Marcos Alencar e o engenheiro Edgar Nunes. Os motociclistas sentiam falta de um espaço onde os grupos pudessem se reunir na Capital e enxergaram uma oportunidade de negócio.

"O Motorock surgiu da ideia de ter um ponto de encontro onde a gente pudesse se reunir com amigos, ter uma gastronomia boa, uma música legal, um ambiente temático, mas familiar. Muitas vezes, os grupos se encontram em posto de gasolina, concessionária, não tem onde sentar, um espaço para as crianças", conta Alencar.

Investimento

Os sócios então investiram cerca de R$ 500 a R$ 600 mil próprios para a construção do Motorock, que foi inaugurado em fevereiro.

Ao todo, o espaço possui mil metros quadrados e conta com nove contêineres, que sediam estabelecimentos desde oficina e lava-jato a barbearia e restaurantes. Outros dois locais, um sushi bar e uma casa de massas, devem iniciar as atividades em breve.

Apesar da temática do motociclismo, Alencar revela que o espaço tem atraído um público diverso. "Estamos localizados no Luciano Cavalcante. Não tinha antes um lugar com música ao vivo, com espaço kids, diferentes gastronomias", ressalta o sócio-proprietário.

Apesar das restrições de funcionamento e capacidade, ele aponta que o fluxo de clientes tem sido um sucesso.

"Um fim de semana, nós tivemos que fechar para não entrar mais ninguém, pois já tínhamos atingido a capacidade permitida. Mas nós temos potencial para crescer. A ideia é expandir, colocar mais pessoas para trabalhar, diversificar as opções de comida e os serviços", afirma.

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