Setor de restaurantes volta a criticar decreto e afirma ter sido pego de surpresa

Abrasel alega "falta de consideração" do Governo ao ter autorizado avanço para fase três em Fortaleza ainda com restrições sem comunicação prévia. Estado diz que comunica toda a sociedade ao mesmo tempo

Escrito por Redação ,
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Legenda: Segundo diretor da Abrasel, número de bares e restaurantes fechados no Ceará pode passar de 10 mil em fevereiro
Foto: Helene Santos

A decisão do Governo do Estado de manter restrições ao funcionamento de barracas de praia e de bares e restaurantes em horário noturno ainda repercute entre empresários e entidades do setor. Novas críticas foram feitas nesta quinta (9). A falta de comunicação prévia sobre o anúncio, defende o setor, pode acarretar prejuízos ainda maiores para as empresas.

A reclamação é da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Ceará. O presidente da entidade, Rodolphe Trindade, revela que, apesar de fazer parte do comitê que elaborou o plano de retomada das atividades, não recebeu nenhuma sinalização de que algumas restrições poderiam continuar.

"Estamos em constante contato com o Estado há meses e ainda fomos surpreendidos com essa decisão. Soubemos pela imprensa. Era para ter falado com a gente, achado uma solução conjunta. Faltou consideração”, afirma.

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Trindade detalha que os estabelecimentos fizeram todo tipo de preparativos para a flexibilização, desde a compra de insumos e EPIs ao retorno de parte da equipe e treinamento. "Não somos como outros setores que tem insumos em estoque, trabalhamos com perecíveis. Precisamos de um tempo para nos prepararmos", ressalta.

O presidente da Abrasel no Ceará também aponta que ainda não recebeu nenhum indício da decisão que pode ser tomada neste fim de semana. "Faltam menos de 48 horas para o anúncio do novo decreto, e até o momento não temos a mínima ideia do que poderá ser divulgado. A Abrasel nunca deixará de dialogar e de alinhar com o poder público. Podemos não concordar, mas sempre respeitaremos as leis em vigor".

Em nota, o Governo do Estado destaca que mantém “amplo diálogo” com todos os setores envolvidos no plano de retomada, e lembra que “a avaliação das mudanças de fases do Plano observa o desenvolvimento dos índices epidemiológicos até o prazo limite previsto nos decretos, para que a decisão seja a mais criteriosa e técnica possível, não havendo condição de se antecipar cenários sob o risco de incorreções”.

O posicionamento ainda aponta que a decisão pelo Comitê de Saúde é anunciada ao mesmo tempo para toda a sociedade.

Confira a resposta do Executivo estadual na íntegra:

"O Governo do Ceará destaca que mantém amplo diálogo com todos os setores envolvidos no Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e Comportamentais. Reitera o compromisso, expresso na própria concepção do Plano, com a valorização das cadeias econômicas, sem as quais a elaboração do documento seria inviável. Contudo, frisa que a avaliação das mudanças de fases do Plano observa o desenvolvimento dos índices epidemiológicos até o prazo limite previsto nos decretos, para que a decisão seja a mais criteriosa e técnica possível, não havendo condição de se antecipar cenários sob o risco de incorreções. A decisão pelo Comitê de Saúde é anunciada ao mesmo tempo para toda a sociedade."

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