Reabertura alivia pressão sobre o comércio cearense: "um passo de cada vez"
A partir de segunda (12), lojas podem reabrir em horários reduzidos com 25% da capacidade. Para o presidente da Fecomércio-CE Maurício Filizola, expectativa é que atividades possam ser ampliadas semana a semana
O comércio recebeu com alívio a notícia de retorno gradual do atendimento presencial a partir de segunda-feira (12), conforme anunciado neste sábado (10) pelo governador Camilo Santana. O setor está esperançoso que, com a adoção dos devidos protocolos, a abertura possa ser ampliada a cada semana.
A avaliação é do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola. “Estamos satisfeitos porque vamos retomar. Um passo de cada vez. Cada um vai fazendo a sua parte, os empresários estão preparados para esse retorno e torcendo para que a cada semana a gente possa ampliar essa reabertura”, pontua Filizola.
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Capacidade
O comércio havia proposto em março a reabertura gradual do setor com 50% da atividade. O governador Camilo Santana revelou, porém, que o setor retomará com 25%.
Há uma preocupação de que a capacidade reduzida possa gerar filas. "Estamos contemplando uma menor movimentação do serviço de transporte público (com a capacidade reduzida), mas, ao mesmo tempo, se não houver uma compreensão da parte da população e dos clientes, isso pode gerar um atraso nos atendimentos prejudicar o número de pessoas dentro de cada estabelecimento", aponta Filizola.
Ainda assim, o presidente da Fecomércio-CE afirma que o setor está preparado para conduzir o retorno de forma cuidadosa. "A gente pede a compreensão até para as pessoas também estarem se movimentando no comércio, nas suas necessidades, eu diria mais primordiais. É um momento ainda de muito cuidado".
As lojas de rua abrirão de 10h às 16h, enquanto os shoppings funcionarão entre 12h e 18h nos dias úteis. Durante os fins de semana, como o lockdown permanece, a atividade presencial de estabelecimentos não-essenciais continuará suspensa.
“A gente entende que existe uma problemática”, ressalta o presidente da Fecomércio-CE, destacando que, diante do cenário, “não dá para ficar julgando”. “Não está tudo sob controle, mas a gente tem que comemorar a reabertura. Passo a passo. Pedimos calma aos empresários, sabemos que não está fácil”, reforça.
Diálogo
Ele diz ainda que a retomada é fruto de um trabalho de diálogo entre a instituição e os representantes do comitê. “Estamos vendo não só o lado da economia, mas o da saúde e da sociedade. Isso é importante”, diz Maurício Filizola.
O setor aguarda a publicação do decreto no Diário Oficial do Estado (DOE), o que ocorrerá ainda hoje, de acordo com o governador, para avaliar mais a fundo como se dará o processo de reabertura. “É importante avaliarmos os detalhes para falar mais sobre”, arremata.
Viabilidade
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Ceará (FCDL-CE), Freitas Cordeiro, avalia, porém, que a retomada do comércio com 25% da atividade é “muito pouco”.
“É muito pouco para ser viável para as empresas, elas não suportam reabrir. É um movimento que não permite a sobrevivência. Reconhecemos que há boa vontade do governador, mas eu acredito que tínhamos que flexibilizar 50%”, diz Freitas Cordeiro.
“Eu acho que é um começo. O governo já começou a se sensibilizar”, avalia, ponderando, entretanto, que em outros estados já há uma restrição menor em relação ao comércio".