Pecnordeste mostrará mulheres poderosas do agro brasileiro
Elas comandam empresas campeãs da agropecuária em vários estados do país. Uma delas, gaúcha, tem 1,2 milhão de hectares cultivados de algodão na Bahia.

Duas mil mulheres de dezenas de fazendas agropecuárias do Ceará invadirão a Pecnordeste 2025 – maior evento indoor (em ambiente fechado) do setor no país – que se realizará de 5 a 7 do próximo mês de junho no Centro de Eventos.
Elas são muito organizadas e já criaram uma Comissão Estadual das Mulheres do Agro da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), que lançou na semana passada a terceira edição do “Encontro Mulheres do Agro Cearense”.
Essa invasão – que pretende evidenciar o empreendedorismo feminino na zona rural e celebrar histórias de sucesso das mulheres no campo – ocorrerá no dia 7 de junho, um sábado, na programação de encerramento da Pecnordeste.
Será a terceira edição do “Encontro Mulheres do Agro Cearense”. No primeiro, reuniram-se 500 mulheres; no segundo, mais do que o dobro – 1.200 mulheres, número que na edição deste ano será novamente dobrado.
Mas a novidade não termina aqui: Candice Rangel e Rita Granjeiro, que integram a comissão organizadora do evento, anunciam uma programação técnica que terá a presença já confirmada de poderosas mulheres agropecuaristas de várias regiões do país, que falarão sobre diferentes temas.
Essas palestrantes incluem-se entre os nomes mais famosos e respeitados no universo do agro brasileiro. Estarão aqui na Pecnordeste 2025 Ani Sanders, Carminha Missio, Carmen Perez, Rossana Aboud, Lu Romancini, Aletéia Lopes, Luciana Balbino, Daniela Lacerda, Sheilane Magalhães e Priscila Sabka.
Retirado de sites jornalístico, eis um rápido perfil de algumas dessas poderosas mulheres do agro brasileiro:
Ani Sanders é gaúcha de Carazinho, mãe de três filhos e avó de quatro netos, que desde 2001 adotou o vizinho Piauí como morada, onde reside na Fazenda Progresso, em Sebastião Leal, quase na divisa com o Maranhão. A vida no campo faz parte da sua história desde os 20 anos, quando casou e trocou a cidade natal por Primavera do Leste, em Mato Grosso do Sul, onde, com o marido, tinha uma fazenda. “Tenho 65 anos e estou há 45 no agro. Essa evolução do setor faz parte da minha vida”, diz ela.
Rossana Aboud é de Teresina (PI). Advogada de formação, morou 12 anos fora do Brasil e, nesse período, empreendeu e investiu em diferentes áreas. Em 2020, voltou ao país com o objetivo de colocar em prática seu maior projeto: a Fazenda África, especializada em pecuária de corte. Ela produz 210 toneladas por mês de capim-elefante para alimentação do seu rebanho, sendo 1/4 destinado à silagem. Para Rossana, o bem-estar animal, a qualidade de vida dos seus funcionários e a junção da tecnologia com a sustentabilidade são essenciais para um ambiente de negócios saudável e rentável;
Aletéia Lopes é negociadora de famílias empresárias, especialista em governança familiar. Ela é CEO da @herdarsbrasil e professora da Graduação da Unifor;
Carminha Missio, gaúcha de nascimento, baiana de coração, agricultora, ela vive em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, onde, com o marido, tem uma fazenda – a Oilema – de 1,2 milhão de hectares cultivados de sementes de algodão. Ela sabe tudo, e mais alguma coisa, sobre a cotonicultura. É, também, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb) e coordena o programa Faeb Mulheres;
Carmen Perez é paulista. Aos 22 anos, deixou São Paulo e foi para Mato Grosso. Lá, mesmo sem conhecimento técnico, assumiu, com o tio, uma fazenda cheia de desafios. Implantou nela o manejo racional, que se tornou referência nacional em bem-estar animal. Todos os bezerros que nascem na propriedade são massageados já nas primeiras horas de vida para se familiarizem com o homem, o que gera uma convivência muito mais pacífica, com mais segurança e tranquilidade. Os vaqueiros foram treinados e preparados para a atividade, e a qualidade do rebanho mudou. Ela falará sobre o tema na Pecnordeste.
Lu Romancini – CEO da Romancini Troncos e Balanças – é paranaense de Laranjeiras do Sul. Sua empresa, fundada em 1977 no Paraná e especializada em soluções avançadas para o manejo de gado, expandiu-se e hoje está, também, em Mato Grosso e Goiás. Para liderar uma empresa familiar, marcada pela presença machista, Lu Romancini enfrentou e venceu desafios.
Em entrevista ao site Protagonista, Lu Romancini disse que deseja consolidar sua empresa como líder na fabricação de contenção animal no Brasil. E quer ser uma porta-voz da inovação e sustentabilidade no setor. E acrescentou: “Quero deixar um legado não apenas para o Brasil, mas para o mundo, promovendo práticas agrícolas sustentáveis e mostrando que o agronegócio é um espaço inclusivo para mulheres e jovens”.
Daniela Lacerda é uma empreendedora baiana, de Feira de Santana. É CEO da Rede Varejão, empresa do varejo supermercadista, com faturamento anual de R$ 300 milhões. Sua organização está conectada com o agro, registrando uma ascensão estelar em seu empreendedorismo com propósito. Ela tem artigo publicado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Daniela Lacerda está relacionada pela Forbes Under 30 como uma das jovens mais promissoras do varejo no Brasil.
Pelo que está dito acima, tem-se a noção do valioso conteúdo das palestras que ouvirão as duas mil mulheres que se reunirão na edição da Pecnordeste deste ano. Colhe-se, também, a certeza de que a participação feminina no desenvolvimento da agropecuária brasileira cresce em alta velocidade.
E mais: são mulheres empreendedores, criativas, antenadas com a moderna tecnologia. E com as virtudes da boa governança.