Novo golpe do Pix tem falso funcionário de Itaú com dados de clientes; veja como se proteger

Caso ganhou repercussão após postagem da jornalista Marcella Centofanti

Escrito por Redação ,
Celular com tela mostrando o nome pix
Legenda: O golpista se passa por funcionário do Itaú para pedir que a vítima faça transações
Foto: Shutterstock

Usuários do Pix — serviço de transferências e pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central — têm relatado, nas redes sociais, terem sido alvos de uma nova estratégia de criminosos para acessar dados e aplicar golpes.

O assunto ganhou destaque a partir de uma publicação feita pela jornalista Marcella Centofanti na última terça-feira (7), em suas próprias redes sociais. Segundo a profissional, ela recebeu um telefonema de um homem que se dizia funcionário do banco Itaú e que a informou que sua conta havia sido invadida e bloqueada, como medida de segurança.

"Quase caí num golpe de PIX hoje. Um cara me ligou dizendo ser funcionário do Itaú. Disse que a minha conta havia sido invadida e, por medida de segurança, bloqueada. Articulado e com um tom de voz calmo, pediu pra confirmar as minhas últimas operações bancárias. Ele citou o que saiu e entrou na minha conta nos últimos dias", relatou Centofanti. 

De acordo com a jornalista, o golpista elencou todas as transações feitas por ela recentemente, incluindo nomes e valores, além de débitos automáticos precisos nos centavos. Ele também chegou a orientá-la a não compartilhar dados pessoais e bancários com ninguém, a trocar a senha do banco e a registrar um boletim de ocorrência na Polícia.

Até então, a jornalista, em nenhum momento, desconfiava de golpe. Até a música que tocava em momentos de espera era igual àquela que toca nas ligações oficiais do banco, ela disse.

A desconfiança só veio quando, ao entrar no aplicativo do banco, Centofanti constatou que a conta estava realmente bloqueada e o criminoso informou que, numa "varredura" em busca de ações fraudulentas, o banco encontrou três depósitos em valores entre R$ 9 mil e R$ 10 mil. A jornalista não reconhecia nenhuma das transações.

Foi aí que o falso funcionário pediu que ela transferisse o mesmo valor para a mesma conta, para que o banco reconhecesse a duplicidade e cancelasse a operação.

"Foi só nessa hora que eu desconfiei de verdade. Até então, parecia redondo demais pra ser golpe. Eu argumentei que aquela operação não fazia sentido. Como ele já havia me passado o protocolo da ligação, eu disse que ligaria pro Itaú pra checar a veracidade da chamada. Pela primeira vez, senti um tom de nervosismo na voz dele, até então monocórdica, como todas as chamadas de call-center", narrou.

Suspeitando de golpe, a jornalista insistiu para falar com sua gerente do banco, o que desestabilizou o golpista.

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Vazamento de dados

Centofanti não sabe, ainda, como o bandido conseguiu acessar o seu aplicativo do banco e saber, com exatidão, as suas transações financeiras. 

"Nenhuma outra pessoa tem acesso ao meu aplicativo do banco. A senha de lá era única. Não clico em links de banco. Reparem que o bandido não me pediu nenhum dado e fingia estar preocupado com a minha segurança. [...] O detalhe mais importante desse golpe é o acesso ao meu extrato bancário do dia. Foi isso que me fez acreditar na veracidade da chamada. Esse dado sigiloso só pode ter sido vazado pelo banco", criticou a jornalista.

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Como se proteger

Em nota enviada ao Metrópoles, sem citar o caso em específico, o Itaú afirmou que "investe continuamente em tecnologias para o fortalecimento de sistemas, aplicativos e sigilo de informações, além de seguir com rigor todas as diretrizes dos órgãos reguladores".

Disse ainda que ligações recebidas por clientes com solicitações de qualquer documento, senhas, dados cadastrais e financeiros, estornos ou realização de transferências bancárias não são práticas da instituição financeira".

"Caso receba ligação com esse tipo de abordagem ou esteja em dúvida sobre a veracidade do contato, o cliente deve desligar imediatamente e, a partir de outro aparelho telefônico, entrar em contato com a central de atendimento ou com seu gerente bancário", orienta o banco.

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