Fortaleza é a capital do Nordeste mais bem posicionada em ranking de desenvolvimento municipal

No Estado, a cidade figura em quinto colocado; números são do Índice Firjan de Desenvolvimento Socioeconômico

Escrito por
Paloma Vargas paloma.vargas@svm.com.br
(Atualizado às 14:54)
Vista aérea da Av. Beira Mar, em Fortaleza
Legenda: A educação foi o pilar que fez com que o município crescesse 88% entre 2013 e 2023 no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM)
Foto: Fabiane de Paula

Fortaleza é a capital do Nordeste mais bem colocada entre todas as do País no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Foi o pilar de educação que fez com que o município crescesse 88% entre 2013 e 2023 (ano-base da pesquisa), saindo do patamar crítico (o pior do índice) para o moderado (um nível abaixo do considerado excelente).

Os resultados foram apresentados nesta quinta-feira (8). O índice considera três pilares: educação, saúde e emprego e renda que, somados, fazem uma média da cidade.

O estudo, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), aponta um crescimento de 2.7% anual, na média geral, para a capital, também no período de uma década. Caso se mantenha assim, em 2026 a capital já atingiria o nível alto em desenvolvimento pelo IFDM (nota em torno e 0,8).

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Capitais do Nordeste

(veja ranking de todas as capitais brasileiras abaixo)

  1. Fortaleza: 0,7389 
  2. Teresina: 0,7242
  3. Recife: 0,7088 
  4. Aracaju: 0,6906 
  5. São Luís: 0,6826 
  6. João Pessoa: 0,6765
  7. Natal: 0,6686 
  8. Maceió: 0,6600
  9. Salvador: 0,6442

Segundo o especialista em Estudos Econômicos da Firjan, Marcio Felipe Afonso, em 2033, também considerando a forma com que vem crescendo de 2013 para cá, Fortaleza atingiria o índice de 0.96, "o que seria muito próximo da nota máxima, da excelência". 

No ranking, quando olhamos somente para o Ceará, Fortaleza também apresentou bom desempenho, ficando em quinto lugar.

Dez melhores cidades do Ceará em desenvolvimento

  1. Eusébio: 0,8298
  2. Sobral: 0,8001
  3. São Gonçalo do Amarante: 0,7478
  4. Jijoca de Jericoacoara: 0,7406
  5. Fortaleza: 0,7389
  6. Maracanaú: 0,7381
  7. Aquiraz: 0,7233
  8. Pereiro: 0,7202
  9. Frecheirinha: 0,7076
  10. Guaramiranga: 0,7003

"Esse crescimento foi gradual. Com relação à capitais do Nordeste, Fortaleza está se destacando e educação, sem dúvida, é o principal diferencial. (O município) tem o maior nível de IFDM, e educação não só é uma das melhores no Nordeste, como é uma dos maiores do Brasil".

Ensino médio foi incorporado no estudo

Com a mudança de metodologia do IFDM, pontos específicos foram acrescentados nos pilares. Em educação há um destaque para o Ensino Médio, que antes não era considerado por não ser uma responsabilidade constitucional do município (somente o ensino fundamental é).

"Nessa nova visão, entendemos que a responsabilidade sobre a educação de qualidade no município transcende a competência do prefeito. Ela precisa de um esforço coordenado entre prefeito, entre governador e também com o governo federal", explica Afonso.

Ele também comenta ser no ensino médio onde se percebe os maiores desafios para aprimoramento. "É onde tem taxas maiores de abandono, taxa de ensino integral menor do que o ensino fundamental. Então, é no Ensino Médio onde há mais espaço para crescer em Fortaleza".

Porém, o especialista da Firjam reforça que é importante sinalizar a média de ensino integral em Fortaleza como acima da média do Brasil. "Considerando todas as redes de ensino, pública e privada, há quase 50% das matrículas em tempo integral no ensino fundamental. No ensino médio isso cai um pouco, mas ainda tá acima da média do País".

Emprego e renda também tem bom resultado 

Fortaleza também se destaca na vertente de emprego e renda (0,8080), com um alto desenvolvimento. 

"Isso significa que é uma cidade com uma economia diversa, que não é independente de nenhum setor e tem gerado empregos, o que se reflete na qualidade de vida da população", comenta Afonso, lembrando que a Capital também apresenta redução na taxa de pobreza e de baixa renda.

O pilar que compõe o índice com menor pontuação é o da saúde, que "também apresenta um desenvolvimento moderado, mas é, de fato, o indicador onde tem a menor pontuação entre os três avaliados". 

Neste ponto específico, são considerados a cobertura vacinal, gravidez na adolescência, saneamento básico inadequado e como isso se reflete em internações. 

O que precisa melhorar para elevar o índice

Além das questões do ensino médio, na educação a oferta de ensino infantil (creches), continua aquém do que é preconizado pelo Plano Nacional de Educação (PNE).

Neste quesito, como em outros, nos últimos 10 anos, Fortaleza evoluiu, mas está longe ainda dos 50% que são o mínimo necessário de oferta para este público".

Já na saúde, a média da cobertura vacinal de crianças, entre 2013 e 2023, registrou queda. "Ainda está alta, acima de 80%, mas quando se fala de vacina, especialmente em crianças, esperamos que atinja os 100%. Então, em todos os pontos, apesar de ter melhorado bastante, existe espaço para crescer", reforça o especialista da Firjam.

Ranking Capitais do Brasil

  1. Curitiba: 0,8855
  2. São Paulo: 0,8271
  3. Vitória: 0,8200
  4. Campo Grande: 0,8101
  5. Belo Horizonte: 0,8063
  6. Rio de Janeiro: 0,7933
  7. Cuiabá: 0,7922
  8. Palmas: 0,7889 
  9. Goiânia: 0,7865
  10. Florianópolis: 0,7733
  11. Brasília: 0,7549
  12. Porto Alegre: 0,7515
  13. Fortaleza: 0,7389
  14. Teresina: 0,7242
  15. Recife: 0,7088
  16. Aracaju: 0,6906
  17. São Luís: 0,6826
  18. João Pessoa: 0,6765
  19. Porto Velho: 0,6759
  20. Rio Branco: 0,6732
  21. Natal: 0,6686
  22. Maceió: 0,6600
  23. Manaus: 0,6555
  24. Salvador: 0,6442
  25. Belém: 0,6390 
  26.  Boa Vista: 0,6319
  27.  Macapá: 0,5662 

Como é calculado o IFDM

Criado em 2008 e atualizado neste ano com nova metodologia, o estudo é composto pelos indicadores de emprego  e renda, saúde e educação e varia de 0 a 1 ponto, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento socioeconômico. Através dessa pontuação, é possível avaliar o município de forma geral e específica em cada um dos indicadores. O estudo permite, ainda, avaliação absoluta por município e ano e comparações entre cidades e anos anteriores.

Tanto a avaliação geral quanto as análises isoladas dos indicadores são classificadas em quatro conceitos de desenvolvimento: 

  • Crítico: entre 0 e 0,4
  • Baixo: entre 0,4 e 0,6 
  • Moderado: entre 0,6 e 0,8
  • Alto: entre 0,8 e 1

Elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) esta edição do IFDM analisou 5.550 municípios brasileiros, que respondem por 99,96% da população.

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