Nível de pobreza no Brasil é o menor desde 2012, diz IBGE

Ao todo, 1,9 milhão de pessoas saíram da extrema pobreza no ano passado.

(Atualizado às 16:20)
Imagem de casas humildes ilustra matéria sobre nível de pobreza no Brasil.
Legenda: Em 2024, o valor que o Banco Mundial definiu como linha da pobreza foi de US$ 6,85 por dia, o equivalente à cerca de R$ 694 mensais.
Foto: Fabiane de Paula / SVM.

Mais de 8,6 milhões de brasileiros deixaram a linha da pobreza em 2024, sendo este o menor nível já registrado desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados fazem parte do levantamento Síntese de Indicadores Sociais, divulgado nesta quarta-feira (3).

Em 2024, o valor que o Banco Mundial definiu como linha da pobreza foi de US$ 6,85 por dia, o equivalente à cerca de R$ 694 mensais em valores corrigidos para o ano. Durante o período, 48,9 milhões de pessoas viveram nessa condição. Já no ano anterior, o contingente na pobreza era de 57,6 milhões de brasileiros.

Os dados representam uma queda da proporção da população na pobreza de 27,3% em 2023 para 23,1% no ano passado. Ainda conforme os indicadores, trata-se do terceiro ano seguido com redução no número e na proporção de pobres. 

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Extrema pobreza

O Brasil também reduziu os índices da extrema pobreza no último ano, consideradas nesta condição as pessoas que viviam com renda de até US$ 2,15 por dia, cerca de R$ 218 mensais em valores corrigidos para o ano passado. 

Entre 2023 e 2024, esse contingente passou de 9,3 milhões para 7,4 milhões, ou seja, 1,9 milhões de pessoas deixaram a condição. Essa evolução fez com que a proporção da população na extrema pobreza recuasse de 4,4% para 3,5%, a menor já registrada.

Em 2012, quando começou a série histórica, eram 6,6%. Em 2021, o patamar alcançou 9% (18,9 milhões de pessoas).

Transferência de renda

Segundo o pesquisador do IBGE e responsável pelo estudo, André Geraldo de Moraes Simões, explica que em 2020, ano de eclosão da pandemia, a pobreza chegou a ser reduzida devido aos programas assistenciais emergenciais, como o Auxílio Emergencial. 

A partir de 2022, conforme acrescenta Simões, o mercado de trabalho voltou a aquecer, acompanhado por programas assistências com valores maiores, fatores que permitiram o avanço socioeconômico.

"Tanto o mercado de trabalho aquecido, quanto os benefícios de transferência de renda, principalmente o Bolsa Família e o Auxílio Brasil, que ganharam maiores valores e ampliaram o grupo da população que recebia", afirma.

 

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