Dark Kitchen: cozinhas 'fantasmas' com foco em delivery têm boom na pandemia e projetam crescimento

Equipamentos reúnem diversos restaurantes em um mesmo local

Escrito por Redação ,
Dark Kitchen
Legenda: Fachada da dark kitchen Menu Brands no bairro Aldeota
Foto: Fabiane de Paula

A Dark Kitchen é um modelo de negócios que pode ser ideal para quem está começando a empreender. Isso porque a característica principal deste negócio é ser restrita ao delivery, ou seja, não servir refeições no local do estabelecimento. 

Também conhecidas como "cozinhas fantasmas", o modelo de Dark Kitchen surgiu há pelo menos 30 anos na China, onde empreendedores adotaram contêineres para fazer pratos apenas para entregas.

Aqui no Ceará, várias empresas operam com esse modelo de negócio, entre elas a Menu Brands e Smartkitchens. A primeira, opera com 11 restaurantes em um espaço comercial dedicado ao delivery que atende aos mais diversos paladares e públicos. Já a segunda, oferta locais de montagens para as Darks Kitchens, com infraestrutura e ambientes organizacionais. 

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Demanda do mercado

Essa tendência no setor de food service cresceu muito com as mudanças de hábitos devido ao coronavírus. Mas, vale destacar que este modelo de “restaurante fantasma” é anterior à pandemia

Inclusive, a empresa cearense Menu Brands trabalha nesse ramo desde 2013. Atualmente, são 11 estabelecimentos operando no mesmo endereço físico, divididos em módulos de 20 a 30 metros. 

Tiago Diógenes, CEO da marca, explica que a tomada de decisão para a criação do negócio veio a partir de uma observação do mercado

"A maioria dos estabelecimentos era presencial, poucas marcas eram apenas delivery. Foi aí que observamos que existia um vácuo no mercado. Tinha algo ali que precisava ser explorado"
Tiago Diógenes
CEO da Menu Brands

A partir disso, foi o momento de servir o que ainda não era disponível para os clientes. "Nossa ideia era servir algo diferente do que já tinha: pizza, comida chinesa e sanduíche. Fizemos uma pesquisa de mercado e decidimos colocar pratos executivos, pratos de cozinheiros mesmo, mas com preço acessível", conta Tiago.

Já a SmartKitchens, fundada em 2018, resolveu focar no planejamento, desenvolvimento, construção e gestão de condomínios comerciais de cozinhas e espaços comerciais focados em delivery, se tornando a pioneira do país. Em março deste ano, foi a hora de abrir uma filial em Fortaleza, que se soma as outras 3 que estão localizadas em São Paulo, Campinas e Belo Horizonte.

"Hoje, temos 9 condomínios comerciais, conhecidos como hubs, totalizando mais de 130 espaços para montagens de dark kitchen. Em Fortaleza, inauguramos um hub, agora em março, com 14 módulos, de 20 a 30 metro", é o que afirma o CEO da Smartkitchens, Gustavo Nogueira. 

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Legenda: Fachada da Smart Kitchen
Foto: Fabiane de Paula

Como funcionam as cozinhas

Gustavo Nogueira explica ainda que os espaços dessas cozinhas costumam ser reduzidos, com cerca de 20 a 30 metros quadrados cada. No local, é possível montar uma cozinha bem equipada e com capacidade de servir uma quantidade determinada de clientes. 

No caso da Smartkitchens, há elementos adicionais. "Cada condomínio tem áreas de refeição e descanso para funcionários, área de apoio otimizado para delivery, inclusive com banheiro para os entregadores", relata. 

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Legenda: Cozinha de restaurante em operação dentro de uma dark kitchen
Foto: Fabiane de Paula

"A ideia é deixar tudo pronto para o empreendedor, basta montar a cozinha e começar. Inclusive, além da infraestrutura, oferecemos serviços para conservação do ambiente, como dedetização, limpeza e outros, para que o empreendedor foque 100% na atividade principal deles"
Gustavo Nogueira
CEO da Smartkitchens

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Legenda: A pandemia de Covid-19 fez com que os restaurantes investissem no delivery
Foto: Fabiane de Paula

Pandemia fez a concorrência subir

A pandemia de Covid-19 fez com que os restaurantes investissem no delivery. No entanto, mesmo após o arrefecimento das restrições de funcionamento, o modelo de negócio deve permanecer como um investimento rentável aos empresários.

Inclusive, Tiago Diógenes, CEO da Menu Brands, destaca como o período de pandemia foi desafiador

"Temos crescido nos últimos anos, já era natural antes da pandemia. Nos últimos anos, outro movimento se estabeleceu que foi a chegada de nova concorrência. A nossa ideia foi investir no tempo destinado às entregas. Esse era o nosso trunfo", explica.

Planos de crescimento

Não era difícil imaginar que as cozinhas fantasmas teriam um aumento durante a pandemia do coronavírus. Afinal, antes mesmo da disseminação do vírus, já havia uma preferência das pessoas de utilizarem o delivery para fazerem suas refeições dentro de casa.

Inclusive, uma pesquisa do Instituto Locomotiva, de 2018 para 2019, mostrou que o número de usuários brasileiros cadastrados em aplicativos de delivery de comida cresceu 20%, acima da média mundial, que foi de 12%.

Com isso, as empresas possuem planos para o crescimento nos próximos anos. De acordo com Tiago Diógenes, a Menu Brands deve investir em uma nova unidade ainda neste ano. "Hoje, temos 11 marcas e quatro unidades, Aldeota, Região Sul, Parangaba e queremos uma nova em abril na Parquelândia".

Já Gustavo Nogueira, possui grandes planos de expansão no país. Inclusive, com a criação de uma nova unidade no Ceará. "Pretendemos montar um novo condomínio ao norte de Fortaleza. Afinal, Fortaleza é a primeira capital do Nordeste que investimos, queremos sentir como vai ser o retorno. Pretendemos estar em mais quatro capitais até 2025. Próxima parada é em Recife", destaca.

 

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