Produção de pitaya alcança 3,1 mil de toneladas em 23 cidades do Ceará; veja municípios

Perímetros irrigados de Russas e Jaguaribe-Apodi se destacam no cultivo da fruta

Escrito por
Ingrid Coelho ingrid.coelho@svm.com.br
(Atualizado às 07:52, em 23 de Abril de 2025)
Legenda: No Ceará, segundo a Embrapa, entre as variedades produzidas no Ceará estão a BRS Luz do Cerrado (casca vermelha e polpa branca), BRS Lua do Cerrado (casa vermelha e polpa branca) e BRS Granada do Cerrado, com casca vermelha e polpa roxa
Foto: Fabiane de Paula

As condições de clima e solo proporcionaram o cultivo de um fruto que, até uma década atrás, pouco se ouvia falar no Ceará. Hoje, a pitaya ou fruta-dragão brota no solo de 23 cidades cearenses, totalizando uma produção de 3,1 mil de toneladas em 2024 e, para 2025, a safra estimada é de 3,2 mil de toneladas.

ERRAMOS (Atualização feita no dia 6 de agosto às 10h): Na primeira versão desta matéria, o Diário do Nordeste informou que a produção de pitaya no Ceará chegou a 3,1 milhões de toneladas e que a safra estimada para 2025 é de 3,2 milhões de toneladas. A informação correta, de que a produção chegou a 3,1 mil toneladas e é esperada para 2025 uma produção de 3,2 mil toneladas, foi corrigida nesta terça-feira (23). 

Para a Embrapa, os números do fruto exótico no Ceará tendem a crescer nos próximos anos. "O Ceará tem plenas condições e grande potencial de aumentar muito a produção de pitayas", afirma o pesquisador da Embrapa Cerrados, Fábio Faleiro.

Faleiro sustenta a sua perspectiva em dois aspectos: tecnologia e características naturais do Estado, já que a pitaya é uma fruta tropical. "As condições de clima e solo do Ceará são adequadas para a pitaya, que é uma fruta tropical e, portanto, exige dias longos e temperaturas acima de 18 °C para induzir gemas reprodutivas, que são as flores".

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"E também (o Ceará) tem produtores rurais com alta vocação para a fruticultura, que exige tecnologia no sistema de produção para frutas com alta produtividade e qualidade", reforça o pesquisador da Embrapa Cerrados.

Variedades

No Ceará, segundo a Embrapa, entre as variedades produzidas estão a BRS Luz do Cerrado (casca vermelha e polpa branca), BRS Lua do Cerrado (casa vermelha e polpa branca) e BRS Granada do Cerrado, com casca vermelha e polpa roxa. Existem relatos, porém, de variedades produzidas "sem garantia de origem genética, que não são cultivares registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária".

A produção de pitaya está presente em 23 cidades cearenses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levantados pela Federação da Agricultura do Estado do Ceará. 

Em 2024, as maiores produções, considerando valor bruto da produção (R$), foram em Limoeiro do Norte, Quixeré, Russas e Ipu. A maior parte da produção é irrigada (técnica de irrigação para complementar a hidratação da qual a planta precisa).

Fábio Faleiro explica que, apesar de a pitaya ser oriunda de um cacto, ela responde muito bem à irrigação em todas as fases da cultura. "Em condições de boa fertilidade do solo com o fornecimento de macro e micronutrientes e matéria orgânica, as cultivares lançadas pela Embrapa podem produzir mais de 40 toneladas por hectare".

Perímetros irrigados

As cidades com as maiores valores brutos de produção estão nos perímetros irrigados de Russas e Jaguaribe-Apodi. De acordo com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), os números, com destaque para o Jaguaribe-Apodi, "refletem o dinamismo da produção de pitaya nos perímetros irrigados".

Apesar de se desenvolver bem com a irrigação, o presidente da Faec, Amílcar Silveira, destaca que é possível produzir a pitaya sem irrigação. Atualmente, a produção não-irrigada de pitaya está em apenas duas das 23 cidades: Beberibe e Altaneira.

A estimativa de área plantada em 2025 é de 174 hectares, com as maiores produções previstas em Limoeiro do Norte (1,3 mil t); Quixeré (1,01 mil t) e Russas (278 t).

“É uma cultura importante e com bom valor agregado. Apesar de ser uma fruta que se sai melhor com irrigação, é possível produzir sem irrigação e precisamos priorizar frutas que não precisam de irrigação”, detalha Amílcar. Hoje, a produção cearense de pitaya abastece o mercado local e outros estados, com envio de parte da produção para o Sudeste.

Veja cidades cearenses que produzem pitaya

  • Acaraú
  • Marco
  • Ibiapina
  • São Benedito
  • Ubajara
  • Viçosa do Ceará
  • Pacujá
  • Ipu
  • Reriutaba 
  • Palmácia
  • Beberibe
  • Cascavel
  • Aquiraz
  • Maranguape
  • Ibicuitinga
  • Jaguaruana
  • Limoeiro do Norte
  • Morada Nova
  • Quixeré 
  • Russas
  • Pereiro
  • Campos Sales
  • Altaneira
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