Miss Universo 2021: indiana Harnaaz Sandhu vence concurso

A cearenses Teresa Santos não conseguiu se classificar entre as 16 semifinalistas do concurso

Escrito por Diário do Nordeste e AFP ,
Indiana  Harnaaz Sandhu é eleita Miss Universo 2021
Legenda: É a terceira vez que a Índia leva a coroa do concurso
Foto: AFP

A representante da Índia, Harnaaz Sandhu, foi eleita a Miss Universo, neste domingo (12), na cidade israelense de Eilat. A cearenses Teresa Santos não conseguiu se classificar entre as 16 semifinalistas do concurso, essa é a primeira vez, em 10 anos, que a Miss Brasil fica de fora do primeiro corte da disputa. 

Indiana Harnaaz Sandhu é eleita Miss Universo 2021
Legenda: A indiana Harnaaz Sandhu quebrou um jejum de 21 anos sem o país vencer a competição
Foto: AFP

Sadhu superou na fase final do concurso a paraguaia Nadia Ferreira (2ª) e a sul-africana Lalela Mswane (3ª).

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A 70ª edição do evento anual, marcada por pedidos de boicote como forma de apoio aos palestinos, teve que levar em consideração a pandemia da Covid-19, e especialmente a emergência provocada pela variante Ômicron.

Pódio Miss Universo 2021 com a indiana Harnaaz Sandhu, em primeiro lugar, a paraguaia Nadia Ferreira, segundo lugar, e a sul-africana Lalela Mswane, terceiro lugar
Legenda: A paraguaia Nadia Ferreira levou a segunda colocação e a sul-africana Lalela Mswane a terceira posição
Foto: AFP

Entre as participantes estavam a Miss Marrocos, Kaouthar Benhalima, e a Miss Bahrein, Manar Nadeem Deyani, cujos países normalizaram as relações com Israel no ano passado.

O ministério sul-africano dos Esportes, Cultura e Artes havia solicitado a sua candidata que não viajasse a Eilat, argumentando "as atrocidades cometidas por Israel contra os palestinos". Apesar dos apelos, Lalela Mswane viajou para o balneário do Mar Vermelho.

Teresa Santos no Miss Universo 2021
Legenda: Natural de Maranguape, a Miss Brasil ficou de fora da semifinal do Miss Universo 2021
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'Cumplicidade'

Organizações palestinas também pediram para as candidatas não participarem do evento.

"Exortamos a todas as participantes a se retirarem para evitar qualquer cumplicidade com o regime de apartheid de Israel e sua violação dos direitos humanos dos palestinos", pediu a Campanha palestina para o boicote acadêmico e cultural de Israel.

Em entrevista à AFP em Jerusalém em novembro, a vencedora anterior do Miss Universo, a mexicana Andrea Meza, afirmou que o concurso deveria ser realizado deixando a parte política de fora. "O Miss Universo não é um movimento nem político, nem religioso", declarou.

Indonésia e Malásia, países que não têm relações diplomáticas com Israel, não enviaram candidatas, mas alegaram dificuldades ligadas à pandemia.

Os Emirados Árabes Unidos — que também normalizaram as relações com Israel e aonde o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, chegou no domingo para uma visita histórica —, tampouco enviaram representante "por problemas de tempo" durante a seletiva da Miss nacional.

Críticas

As participantes chegaram a Israel no fim do mês passado e desde então visitaram locais turísticos. Em alguns casos, elas foram criticadas por sua falta de sensibilidade cultural.

Durante visita à cidade beduína de Rahat, usaram vestidos com bordados palestinos tradicionais, enquanto enrolaram folhas de videira, o que a Miss Filipinas, Beatrice Luigi Gomez, descreveu em um tuíte como um "dia na vida de um beduíno".

Em Israel, os beduínos, povo tradicionalmente nômade, pertencem à comunidade dos palestinos com cidadania israelense. Eles denunciam há vários anos a discriminação por parte das autoridades israelenses nas áreas de habitação e educação.

"O colonialismo, o racismo, a apropriação cultural, o patriarcado, o embranquecimento, tudo em um só lugar", criticou em um tuíte Ines Abdel Razek, do grupo de defesa Instituto Palestino de Diplomacia Pública.

As participantes do concurso devem ter entre 18 e 28 anos.

De acordo com cálculos dos organizadores, 600 milhões de telespectadores em 172 países assistiram o evento.

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