Miss Universo 2021: indiana Harnaaz Sandhu vence concurso
A cearenses Teresa Santos não conseguiu se classificar entre as 16 semifinalistas do concurso
A representante da Índia, Harnaaz Sandhu, foi eleita a Miss Universo, neste domingo (12), na cidade israelense de Eilat. A cearenses Teresa Santos não conseguiu se classificar entre as 16 semifinalistas do concurso, essa é a primeira vez, em 10 anos, que a Miss Brasil fica de fora do primeiro corte da disputa.
Sadhu superou na fase final do concurso a paraguaia Nadia Ferreira (2ª) e a sul-africana Lalela Mswane (3ª).
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A 70ª edição do evento anual, marcada por pedidos de boicote como forma de apoio aos palestinos, teve que levar em consideração a pandemia da Covid-19, e especialmente a emergência provocada pela variante Ômicron.
Entre as participantes estavam a Miss Marrocos, Kaouthar Benhalima, e a Miss Bahrein, Manar Nadeem Deyani, cujos países normalizaram as relações com Israel no ano passado.
O ministério sul-africano dos Esportes, Cultura e Artes havia solicitado a sua candidata que não viajasse a Eilat, argumentando "as atrocidades cometidas por Israel contra os palestinos". Apesar dos apelos, Lalela Mswane viajou para o balneário do Mar Vermelho.
'Cumplicidade'
Organizações palestinas também pediram para as candidatas não participarem do evento.
"Exortamos a todas as participantes a se retirarem para evitar qualquer cumplicidade com o regime de apartheid de Israel e sua violação dos direitos humanos dos palestinos", pediu a Campanha palestina para o boicote acadêmico e cultural de Israel.
Em entrevista à AFP em Jerusalém em novembro, a vencedora anterior do Miss Universo, a mexicana Andrea Meza, afirmou que o concurso deveria ser realizado deixando a parte política de fora. "O Miss Universo não é um movimento nem político, nem religioso", declarou.
Indonésia e Malásia, países que não têm relações diplomáticas com Israel, não enviaram candidatas, mas alegaram dificuldades ligadas à pandemia.
Os Emirados Árabes Unidos — que também normalizaram as relações com Israel e aonde o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, chegou no domingo para uma visita histórica —, tampouco enviaram representante "por problemas de tempo" durante a seletiva da Miss nacional.
Críticas
As participantes chegaram a Israel no fim do mês passado e desde então visitaram locais turísticos. Em alguns casos, elas foram criticadas por sua falta de sensibilidade cultural.
Durante visita à cidade beduína de Rahat, usaram vestidos com bordados palestinos tradicionais, enquanto enrolaram folhas de videira, o que a Miss Filipinas, Beatrice Luigi Gomez, descreveu em um tuíte como um "dia na vida de um beduíno".
Em Israel, os beduínos, povo tradicionalmente nômade, pertencem à comunidade dos palestinos com cidadania israelense. Eles denunciam há vários anos a discriminação por parte das autoridades israelenses nas áreas de habitação e educação.
"O colonialismo, o racismo, a apropriação cultural, o patriarcado, o embranquecimento, tudo em um só lugar", criticou em um tuíte Ines Abdel Razek, do grupo de defesa Instituto Palestino de Diplomacia Pública.
As participantes do concurso devem ter entre 18 e 28 anos.
De acordo com cálculos dos organizadores, 600 milhões de telespectadores em 172 países assistiram o evento.