ONG arrecada doações para ajudar comunidade do bairro Vila Velha

Com a pandemia, a Associação e Escola de Dança Vidança passou a ajudar a comunidade em Fortaleza com cestas básicas, refeições diárias e kits de higiene. Mas, nas últimas semanas, a entidade teve uma baixa nas doações

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Legenda: ONG ajuda comunidade em Fortaleza, mas com a queda nas doações, já sente dificuldade em manter estoque
Foto: Carlos Eduardo Gomes

Expandir o movimento de solidariedade é uma atitude louvável, mas requer, ainda mais, da empatia do próximo. Com o início da pandemia do novo coronavírus no Ceará, em meados de março, a Associação e Escola de Dança Vidança, localizada no bairro Vila Velha, passou a ajudar não só as 150 famílias de alunos, mas toda a comunidade. A ONG arrecada e doa cestas básicas, kits de higiene e educação, além de refeições diárias.

Em 38 anos de atuação na arte e na cultura para a comunidade local, a Vidança precisou pausar as atividades ainda em março para cumprir o isolamento social e evitar a contaminação. Com isso, a percepção de que algo precisava ser feito pela comunidade em meio ao período de crise aumentou, disse a coordenadora de marketing do local e uma das responsáveis por atuar na linha de frente da campanha, Amanda Gizelly Oliveira, de 25 anos.

“Nós conseguimos, através de parceiros como a Auê do Amor, o Iprede, a Casa Brazil, entre outros, as doações para a comunidade. Fazemos as entregas por turnos para evitar aglomeração, tendo em vista que muita gente nos procura”.

Segundo Amanda, cerca de 300 cestas básicas foram distribuídas mensalmente do inicio da pandemia até maio. “A comunidade já enxerga a ONG como ponto de assistência mesmo”, explica.

Recursos

Contudo, a associação começou a sentir o impacto da falta de recursos para continuar com a ação beneficente, desde o último mês, pelo menos. Segundo uma das colaboradoras da associação, Suzy Gomes, de 38 anos, é perceptível ver as consequências da baixa nas doações diariamente. “Através de um apoio fixo, nós conseguimos entregar marmita no período da manhã, na hora do almoço, e na tarde. Em ambos os turnos, a população forma uma fila enorme para receber a comida”, diz.

Nesses últimos dias, porém, muita gente acabou ficando sem a alimentação. “Nós temos 100 marmitas para doar durante o 1º turno do dia, mas a fila tem 300 pessoas. Nós temos que pedir pra eles virem no outro turno, mas sem garantias de que receberão. Então, é muito difícil ver que aquela pessoa tá ali já porque está precisando, mas a gente não tem a quantidade para ajudar todo mundo”, relata Suzy.

A colaboradora acredita que um dos motivos para a diminuição das doações é a reabertura do comércio e o falso pensamento de normalidade. “Me parece que as pessoas estão achando que, porque abriu o comércio, está tudo bem, ninguém precisa mais. Só que na periferia é diferente”, comenta. 

As doações para o projeto podem ser feitas por transação bancária para a conta poupança Bradesco (Agência: 6645-1/Conta: 1000601-5) da colaboradora Suzy Gomes.

Essencial

Mãe de uma das alunas do projeto, a auxiliar de costura Maria Rogirlene Saldanha, de 30 anos, foi uma das beneficiadas pela campanha de doações promovida pela Vidança. “Já recebi cesta básica, kit de higiene e máscara. O que eu considero essencial, porque muita gente daqui não tem acesso”, pondera.

Rogirlene relata ainda que ficou sem fonte de renda logo no início da crise, em março. “Eu estou sobrevivendo de bicos, fazendo faxina, lavando roupas para os meus vizinhos, tudo para conseguir viver. É uma situação muito complicada. A gente pensa logo no amanhã, que a gente vai dar pros nossos filhos comer”, reflete.

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