Vítima de acidente aéreo da Voepass viveu no Ceará durante a adolescência: 'sempre quis ser médica'

Arianne Albuquerque vivia em Cascavel, no Paraná, e morreu após queda de avião da Voepass

Escrito por Redação ,
Arianne Albuquerque, vítima do acidente aéreo da Voepass
Legenda: A médica Arianne Albuquerque viveu em Fortaleza durante a adolescência; ela foi uma das vítimas do acidente envolvendo o avião da Voepass
Foto: Arquivo pessoal

Uma das vítimas do acidente envolvendo um avião da Voepass, que caiu no interior de São Paulo nesta sexta-feira (9), a médica Arianne Albuquerque, de 34 anos, viveu em Fortaleza durante a adolescência, entre os anos de 2004 e 2007. 

O período é relembrado por Mariana Queiroz, que conheceu Arianne quando ambas estudavam no Colégio Master. Ela relembra que a amiga "sempre quis ser médica". "Ela era muito estudiosa, muito dedicada. Tinha uma energia incrível, contagiava o ambiente com a energia dela. Quem na turma tinha dificuldade, ela sempre ajudava", conta.

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Arianne saiu de Fortaleza logo após a conclusão do Ensino Médio para morar em Florianópolis (SC) com a família. Mariana Queiroz lembra que Arianne veio para o casamento dela, há cerca de cinco anos, e que viria novamente a Fortaleza em novembro para o casamento de outra colega do colégio. "Ela era muito atenciosa, muito dedicada aos amigos. E uma pessoa de muita fé", diz.  

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Os amigos agora esperam definição da família sobre se haverá alguma homenagem para Arianne em Fortaleza. A mãe dela ainda mora na capital cearense. "Ela era uma pessoa de  um carisma, conquistava todo mundo, uma pessoa de luz]", completa Mariana.

Arianne Albuquerque
Legenda: Arianne Albuquerque viveu em Fortaleza durante a adolescência e voltou a cidade para participar do casamento de amiga
Foto: Arquivo pessoal

O Colégio Master fez uma publicação em homenagem à ex-aluna neste sábado (10). A médica estudou entre 2004 e 2007 na instituição de ensino, onde cursou a 8ª série (atual 9º ano) até a conclusão do 3º ano do Ensino Médio. 

"Durante esse período, ela se destacou não apenas por seu desempenho acadêmico brilhante, mas também pela luz que irradiava em cada ambiente que frequentava. Sua generosidade, bondade e empatia deixaram marcas profundas em todos que tiveram a honra de conhecê-la", cita a publicação.

Ex-professora de Arianne nesse período, Nadya Gurgel relembra a convivência com ela. "Ela era muito afetuosa com todo mundo, animada, muito participativa nas aulas, minhas e dos demais docentes, e conseguiu passar em Medicina, o curso dos seus sonhos", disse ao Diário do Nordeste. 

A docente lembrou ainda que Arianne Albuquerque era filha única. "Não consigo parar de pensar na dor de sua mamãe", diz. A médica também era casada, mas não tinha filhos. 

Homenagens

Nos comentários da publicação do Colégio Master, ex-professores e ex-alunos do colégio relembram a passagem de Arianne pela instituição e por Fortaleza. 

"Uma das pessoas mais alegres e gentis que conheci na época do colégio", diz um dos seguidores. "Lembro dela sendo uma pessoa muito carismática, querida por todos, alegre, esforçada e muito inteligente", lembra outro internauta. "Sempre uma menina dedicada, sorridente e cheia de luz", completou outra seguidora. 

Atualmente, Arianne Albuquerque era residente no Hospital do Câncer Uopeccan de Cascavel, no Paraná. Ela estava na unidade hospitalar desde 2023. Além dela, outra residente da mesma entidade também estava no avião da Voepass. 

O hospital prestou homenagem as duas profissionais. "Médicas humanas, que atendiam todos os pacientes com muita dedicação, carinho e respeito. Não é à toa que eram recorrentes os elogios as duas em nossas ouvidorias. Era muito nítido o amor que ambas tinham pela profissão", diz a nota.

A Associação Nacional de Médicos Residentes também se manifestou sobre a morte das duas médicas. "Lamentamos profundamente essa notícia e estendemos nossas orações e pensamentos às famílias e amigos de todas as vítimas do voo, neste momento triste". 

Acidente aéreo

Um avião da Voepass Linhas Aéreas caiu na cidade de Vinhedos, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira, deixando 58 passageiros e 4 tripulantes mortos. 

 O voo ATR 72 saiu às 11h46 de Cascavel (PR) com destino ao aeroporto de Guarulhos (SP). Dentre as vítimas estão professores, empresários, aposentados, médicos, e uma criança de três anos.

As causas do acidente seguem em investigação pelos órgãos competentes. 

A Voepass lamentou ocorrido em nota e informou que presta todo apoio as famílias das vítimas do acidente. 

"A companhia lamenta informar que todas as 61 pessoas a bordo do voo 2283 faleceram no local. Neste momento, a Voepass Linhas Aéreas prioriza prestar irrestrita assistência das famílias das vítimas e colabora efetivamente com as autoridades para apuração das causas do acidente", informou a empresa. 

Ainda conforme a companhia, a aeronave PS-VPB, ATR-72 decolou de Cascavel "sem nenhuma restrição de voo, com todos os seus sistemas aptos para a realização da operação". 

Cearenses entre as vítimas

Quatro cearenses estão entre as vítimas de acidente de avião da Voepass
Legenda: Raphael Bohne, Regiclaudio Rodrigues Freitas, Wlisses Oliveira e Thiago Almeida Paula morreram no acidente envolvendo a aeronave ATR 72 da Voepass Linhas Aéreas
Foto: Reprodução

Quatro empresários cearenses estão entre as vítimas do acidente aéreo: Regiclaudio Rodrigues Freitas, Wlisses Oliveira, Raphael Bohne e Thiago Almeida Paula. Os quatro atuavam na construção civil.

Regiclaudio e Wlisses eram sócios da empresa RF Construções, de Limoeiro do Norte, e estavam voltando de uma convenção nacional representando a companhia, evento ocorrido em Ampére, no Paraná.

Regiclaudio morava em Limoeiro do Norte, com a esposa. Ele deixa dois filhos e um neto. Já Wlisses Oliveira morava em Fortaleza e também tinha uma outra empresa, a RN Dutra Representações, cuja sede é no bairro Pici, em Fortaleza. 

Raphael Bohne era empresário da R. Bohne Representações, no bairro de Fátima, em Fortaleza. Ele deixa a esposa e três filhas.

Natural de Fortaleza, o quarto cearense vitimado pela tragédia, Thiago Almeida Paula , morava em Mossoró há anos.

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