Projeto cearense de preservação dos periquitos é destaque no 'Fantástico'

Espécie do tipo Cara-Suja já esteve na lista de animais brasileiros criticamente em perigo e deixou essa condição graças ao trabalho de ambientalistas do Ceará

Escrito por Redação ,
Periquito
Legenda: Projeto da ONG Aquasis visa repovoar o periquito Cara-Suja na Serra de Baturité
Foto: Reprodução TV Globo

periquito Cara-Suja, que já esteve na lista de animais brasileiros criticamente em perigo - um grau abaixo do risco de extinção na natureza -, deixou essa condição após o trabalho de ambientalistas do Ceará. O projeto, comandado pela ONG Aquasis, foi destaque na edição deste domingo (19) do 'Fantástico', da Rede Globo

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O trabalho começou 13 anos atrás, com a conscientização de moradores da serra de Baturité, onde a ave era vista majoritariamente em gaiolas. 

“Era normal todo mundo criar. Era a cultura, né. Vinham uns atravessadores. Aí eles pegavam e vendiam pra levar para as feiras. Hoje, é muito difícil, aprendemos a não prender mais. Criar solto, que tem mais valor solto do que preso, né”, contou o caseiro Francisco José Batista ao Fantástico.

O esforço de ambientalistas agora é para repovoar a região vizinha, a Serra de Aratanha, onde os animais não eram mais vistos. Para isso dar certo, primeiro o projeto construiu caixas que protegem as aves, simulando os ninhos. Elas foram estrategicamente instaladas perto de moradores que se tornaram parceiros do projeto.

Animais dormem em uma serra e acordam em outra

Uma vez lá dentro, os periquitos são transportados de carro durante a madrugada, enquanto estão dormindo, para o novo lar. O trajeto de três horas de viagem é feito com muita cautela, para evitar barulho e movimentos bruscos. 

Dessa forma, os Cara-Sujas adormecem numa serra para acordar em outra. Assim que chegam nas caixas-ninho, elas são colocadas num recinto grande, fechado, para se adaptarem aos poucos ao novo ambiente. 

Em, no máximo três meses, são soltas para se alimentarem por conta própria e se reproduzirem, repovoando a floresta da Serra da Aratanha. Ao todo, 32 aves foram trazidas da Serra de Baturité e já deram filhotes.

"É a primeira espécie que está trazendo de volta num processo em que a gente só perde espécies, ele pode ser um abre alas, aquela ave que mostra o caminho por onde muitas espécies podem sair dessas listas e sobreviver às ameaças de extinção", disse o biólogo da Aquasis, Weber Girão. 

 

 

 

 

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