MP defende tombamento de casarão em Pacatuba que rachou após chuvas

Defesa Civil do município recomenda que construção histórica seja demolida

Escrito por Redação ,
Casarão de Pacatuba desmoronou parcialmente após chuvas
Legenda: Casarão afetado pelas chuvas já foi sede da Câmara Municipal de Pacatuba
Foto: Kid Júnior

O Ministério Público do Ceará (MPCE) protocolou, na última sexta-feira (31), uma Ação Civil Pública para impedir a demolição do Casarão de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza. Parte da construção, de importante valor histórico, rachou ao meio devido às fortes chuvas na Cidade, em março. 

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Na solicitação judicial, a pasta pede que o imóvel passe a ser considerado patrimônio histórico de forma oficial, já que o prédio é um marcante elemento cultural e histórico do Município.

Além disso, a edificação é ao lado do Sobrado da Abolição, construção tombada e reconhecida como patrimônio material de Pacatuba. Desta forma, o Ministério Público entende que não há motivos para que o Casarão não seja tombado também.

LAUDO DEFENDE DEMOLIÇÃO

Ainda na ação, a pasta contesta um laudo emitido pela Defesa Civil do município que defende a demolição do imóvel. De acordo com o MP, o documento é “excessivamente simplificado”.

Junto ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU) e ao Núcleo de Apoio Técnico (Nutec), do Ministério, o órgão argumenta ser necessária a elaboração de um novo laudo, que contenha informações mais técnicas e aprofundadas, como a análise da fundação e o detalhamento da degradação.

IMPORTÂNCIA HISTÓRICA

Construído em 1858, em frente à principal praça do Município, o casarão já funcionou como hotel e serviu de sede para a primeira Câmara Municipal de Pacatuba, no início do século passado. 

Por este motivo, o CAU, citado pelo MP, insiste que a resistência da construção à passagem do tempo seja considerada:

“O sobrado em questão guarda importância histórica, afetiva, urbanística e paisagística [...] Sua demolição afetaria drasticamente a percepção do Sobrado da Abolição, com o qual forma conjunto harmônico e fortemente integrado, além de apagar uma edificação que guarda boa parte da memória política e institucional do pequeno município”.

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