Cidades da Grande Fortaleza têm ‘água garantida’ para abastecimento por dois anos, diz SRH

Apesar disso, população precisa manter uso consciente e racional, como reforçou o secretário executivo de Recursos Hídricos do Ceará

(Atualizado às 15:51)
Homem de costas olhando para o açude Gavião, na Região Metropolitana de Fortaleza
Legenda: Açude Gavião (em imagem de 2018), em Pacatuba, um dos principais da Bacia Metropolitana
Foto: Kid Júnior

A maior chance de uma quadra chuvosa dentro da média histórica em 2025 pode contribuir para o aporte em açudes importantes do Ceará. Na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), ou Grande Fortaleza, as chuvas vêm para fortalecer: atualmente com bom volume, a região tem “água garantida para esses dois anos”, como avalia Ramon Rodrigues, secretário executivo de Recursos Hídricos do Estado.

A declaração foi dada na manhã desta quarta-feira (22), durante evento de divulgação do prognóstico para os três primeiros meses da quadra chuvosa pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Os principais açudes da Bacia Metropolitana são Pacoti (em Horizonte), que está com 45,6% do volume; Pacajus (em Chorozinho), com 87,8%; Riachão (em Itaitinga), com 45,5%; e Gavião (em Pacatuba), com 88,9%. Eles formam o Sistema Integrado da RMF e abastecem, além de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Eusébio, Itaitinga, Horizonte, Pacajus e Chorozinho.

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Ramon aponta que a situação hídrica do Ceará, no geral, “é confortável”. “Quanto à RMF, nós estamos tranquilos, ela está com bastante água. Temos água garantida para esses dois anos, independentemente desse ‘inverno’”, declarou, reforçando a importância de se manter o uso consciente e racional da água.

"Com essa previsão, é possível que a gente fique mais confortável ainda. Agora é bom que se diga à população que não é porque há possibilidade de ter mais água no nosso sistema que ela deve utilizar essa água sem cuidado. Numa região semiárida como a nossa, a água é fundamental e temos sempre que tratar com muito cuidado."

Se de um lado a Grande Fortaleza está com bom volume – nesta quarta-feira (22), a Bacia Metropolitana tem 59,16% da capacidade preenchida –, outras áreas do território cearense “preocupam”, como avalia Ramon.

“A região de Crateús, por exemplo, está com os reservatórios abaixo de 20%”, pontua. A bacia dos Sertões de Crateús tem apenas 16% do volume, de acordo com monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

 “As previsões da Funceme nos deixam mais tranquilos, embora a gente mantenha o grupo de contingência hídrica monitorando essas situações, para, se for necessário, agir e minimizar algum problema de abastecimento”, pontua o secretário executivo.

Chuvas irregulares

Nesta quarta-feira (22), a Funceme divulgou o prognóstico para fevereiro, março e abril, o primeiro trimestre da quadra chuvosa cearense, apontando maior probabilidade (45%) de chuvas em torno da média histórica.

A entidade indica ainda 20% de chance de as chuvas ficarem acima da média e outros 35% de resultarem na categoria abaixo da média, no mesmo período. Em algumas regiões do Estado, porém, a tendência é de poucas precipitações.

“As chuvas acima da média tendem a acontecer a Noroeste do Estado. E à medida que vamos para o Sudeste, passamos a ter chuvas abaixo da média. Então, existe ainda essa cautela: pela variabilidade espacial das chuvas, nós podemos ter eventos extremos", alerta Eduardo Sávio, presidente da Funceme.

Diante disso, o secretário executivo da SRH frisa, ainda, a importância da “ligação direta” do sistema hídrico do Estado ao Rio São Francisco, “que chega exatamente pela região Sul, am Jati”.

Ramon Rodrigues garante que, “caso se faça necessária alguma complementação, a gente vai negociar com o Governo Federal uma transferência de água. Por isso a gente monitora e sempre leva em consideração o pior cenário”.

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