Fóssil de peixe da Chapada do Araripe é devolvido ao Ceará após venda ilegal na Itália
Objeto será encaminhado ao acervo do museu gerido pela Urca, em Santana do Cariri
Um fóssil de mais de 100 milhões de anos originário da Chapada do Araripe foi devolvido ao Brasil nessa quarta-feira (16) após ter sido levado clandestinamente à Itália. O artefato de peixe estava sendo comercializado em um site de leilões no país europeu. A repatriação da peça histórica foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF) em Juazeiro do Norte.
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Conforme o órgão, o pequeno peixe fossilizado está avaliado em quase três mil euros, o equivalente a R$ 16 mil. Ele passará a compor o acervo do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, gerido pela Universidade Regional do Cariri (Urca), em Santana do Cariri.
A peça pertence ao grupo de formação fóssil Santana, que figura entre os principais sítios arqueológicos do mundo e é reconhecido por possuir "jazidas fossilíferas com a maior diversidade de material excepcionalmente preservado", cita o MPF.
Investigação
O procurador da República, Rafael Ribeiro Rayol, ponderou que ainda não se sabe como o fóssil saiu do Brasil, embora seja uma prática comum.
Segundo Rayol, há "dezenas de procedimentos" de repatriação de fósseis movidos pelo MPF em outros seis países. Além da Itália, os pedidos são direcionados à França, Alemanha, Holanda, Espanha, Japão e Coreia do Sul.
O MPF identifica essas irregularidades com o auxílio de pesquisadores que encontram os fósseis em leilões, coleções particulares ou até mesmo expostos em museus mundo afora.
Peças recuperadas
Essa não é a primeira que o órgão consegue decisões favoráveis para a devolução de artefatos históricos. No ano passado, por exemplo, a Justiça francesa determinou a repatriação de quase mil fósseis também da Chapada do Araripe. O material incluía 34 caixas contendo 345 pedras de animais fossilizados e 648 pequenos quadrados de animais e plantas em formato de fóssil.
As peças haviam sido apreendidas em agosto de 2013, no porto de Havre, na França, e devem retornar ao Brasil em maio deste ano, conforme adiantou o procurador.