Fortaleza teve menos de 1% de todos os raios registrados em 2022 no Ceará; entenda o porquê

Ocorrência de registros em, março, no Estado, é 61% maior ao registrado em março de 2021

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: O número registrado até o início de abril é aproximadamente 16% maior ao total de raios em 2021, quanto foram contabilizadas 97.795 descargas atmosféricas no Ceará
Foto: Arquivo/VcRepórter

A semana começou com chuva em quase 90% do território cearense e trovadas em diversas cidades, como foi o caso de Fortaleza. A capital cearense amanheceu a segunda-feira (18) sob raios e fortes trovões. Nesta terça (19), o cenário se repetiu. Mas, apesar de aparentar ter sido um volume intenso, estes fenômenos não representam grandes riscos à população fortalezense.

Dos pouco mais de 123 mil raios registrados no Ceará até ontem, dia 18 de abril, conforme balanço da Enel, menos de 1% foram contabilizados em Fortaleza - apenas 103 ao total. A Companhia contabiliza, através do Sistema de Monitoramento e Alerta, apenas os raios que "caem no solo". 

Os municípios mais atingidos são Granja (6.052), Santa Quitéria (4.176), Morada Nova (3.872), Crateús (3.146) e Russas (2.142).

O número registrado até esta segunda-feira (18) é aproximadamente 26% maior que o total de raios contabilizados em todo o ano de 2021, quanto foram registrados 97.795 descargas atmosférias no Ceará.

Dentre as macrorregiões mais afetadas no Estado, o Vale do Jaguaribe lidera os registros, com um total de 18.131 raios; seguido pelo Sertão de Crateús (17.108) e pelo Centro-Sul (15.225)

O responsável comercial da Enel, Eduardo Gomes, explica que existem quatro tipos de descargas. Em Fortaleza, a predominância dos raios é do tipo "entre nuvens".

Ou seja, esses raios não descem ao solo e, por isso, não há monitoramento pela Enel - otivo pelo qual a incidência numérica é baixa na Capital cearense. - e também representam pouco risco à população.

Entenda como ocorrem os raios e trovões

Mas, como acontece a formação dos raios e trovões? O meteorologista da Funceme, Frank Baima, explica que a formação de raios está associada inicialmente a pequenas descargas elétricas dentro das nuvens do tipo cumulonimbus, "que são nuvens de tempestades convectivas, com grande desenvolvimento vertical e com fortes correntes de vento internamente".

Esses raios, completa o especialista, são resultantes da diferença de cargas elétricas das partículas dentro das nuvens, entre nuvens e também de nuvens para a superfície.

Legenda: Dentre as macrorregiões mais afetadas no estado, o Vale do Jaguaribe lidera os registros, com um total de 17.351 raios; seguido pelo Sertão de Crateús (15.039) e pelo Centro-Sul (14.684)
Foto: Arquivo/VcRepórter

"A maioria das nuvens de tempestades tem o centro de cargas negativas embaixo e um centro de cargas positivas em sua parte superior, funcionando, por exemplo, como uma pilha. Quando a concentração de cargas neste centro cresce muito, o ar que circunda já não consegue isolá-las eletricamente e, então, acontece as descargas elétricas entre as duas regiões (ou centros)", detalha Baima.

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Frank acrescenta que esses centros de cargas podem se localizar entre duas nuvens, entre a nuvem e o solo e, também, entre o solo e a nuvem. "Raios entre nuvens são normalmente visíveis apenas com clarão no céu", pontua.

Já o trovão é o barulho resultante dos raios ou relâmpagos - o clarão que observamos. Essa diferença de percepção entre o raio ou relâmpago e o trovão, ocorre devido a velocidade da luz ser mais rápida que a do som. Por isso, sempre observa-se primeiro os clarões, e posteriormente o som do trovão. 

 

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