Cariri tem maior taxa de positividade de Covid do Ceará; veja cenário na sua região

A cada três pessoas que fazem teste nas cidades caririenses, uma é confirmada com coronavírus

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@svm.com.br
Uso de máscara Covid
Legenda: Medidas de proteção são importantes diante do aumento da transmissão da Covid
Foto: Fabiane de Paula

O novo aumento de casos de Covid-19 no Ceará, com confirmação de 2.809 infecções e uma morte em novembro, exige atenção redobrada à vacinação e às medidas básicas de proteção – principalmente em regiões com maior transmissão, como o Cariri.

A região de saúde do Cariri, que inclui 44 municípios, registrou a maior taxa de positividade para o coronavírus nas duas últimas semanas do mês passado: a cada três pessoas testadas, pelo menos uma é diagnosticada com Covid (34,1%).

O dado foi apresentado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) em coletiva de imprensa nessa sexta-feira (1º), e supera a taxa de Fortaleza, onde 31,3% dos exames deram positivo (690 infecções).

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Antonio Lima, secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, observa que o número de exames feitos para obter essa taxa no Cariri ainda é baixo (foram 41 testes, dos quais 14 positivaram), mas alerta para indícios de uma maior transmissão na região.

“O Cariri começou a enviar mais amostras, sugerindo que a transmissão já está se dando de maneira mais rápida naquela região. Ao contrário de sempre, quando a tendência era de que, depois de Fortaleza, a transmissão fosse para a Região Norte, Sobral”, analisa.

“(O aumento da transmissão) só chegava ao Cariri com certo atraso. Isso pode ter associação com variantes importadas, devido ao aeroporto, por exemplo. É uma hipótese”, observa o secretário.

Entre 17 e 20 de novembro, 2.464 testes de Covid foram feitos no Ceará, dos quais 743 detectaram a presença do coronavírus – uma taxa de 30,2% de positividade.

Depois de Cariri e Fortaleza, as regiões com maiores índices são Litoral Leste/Jaguaribe, com 23,9% de testes positivos; Sertão Central, com 17,6%; e Norte, com 15,8%.

Vacinação reforçada

Além dos quase 3 mil casos positivos, o Estado teve uma morte por Covid, em novembro, no dia 8. O paciente tinha 72 anos de idade e duas comorbidades: hipertensão arterial e diabetes, segundo informou a Sesa. Outro óbito está em investigação.

O cenário alerta, mais uma vez, para a necessidade de colocar a vacinação contra o coronavírus em dias.

Quem já tomou pelo menos 2 doses da primeira vacina, a monovalente, já pode buscar a bivalente. Quem ainda não tomou nenhuma dose contra a Covid deve cumprir o esquema básico: tomar dose 1, dose 2 e, quatro meses depois, fechar com a bivalente.

A Sesa inicia, nesta segunda-feira (4), uma nova campanha de vacinação contra a virose, para facilitar e incentivar a busca pela imunização. Já neste sábado (2), em Fortaleza, 14 postos de saúde abrirão até as 16h30 para imunizar a população (https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/ceara/com-alta-de-casos-de-covid-19-ceara-inicia-nova-campanha-de-vacinacao-segunda-feira-4-1.3450685).

Subvariante Eris

O crescimento do número de casos de Covid, inclusive entre pessoas com esquema completo de vacinação, está associado à subvariante Eris, que já teve circulação identificada em Fortaleza, segundo Antonio Lima.

Ele explica que, como toda derivação, “ela tem um escape, consegue enganar temporariamente o sistema imunológico e infectar o paciente, mesmo que esteja vacinado”. A diferença, porém, é que o quadro da Covid é geralmente mais leve, já que “o sistema de defesa logo reconhece o vírus e bloqueia”.

Vivemos um aumento de casos, mas é diferente do que temos sobre ondas epidêmicas, porque não vem associado à calamidade pública anterior à vacina.
Antonio Lima
Secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa

A sublinhagem, derivada da Ômicron, já circula há mais de um mês em estados como Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, e recentemente chegou ao território cearense.

Neste momento, como em todo cenário que apresente aumento de casos de uma doença respiratória, o uso de máscara de proteção é recomendado, como frisa o médico. “Não é obrigatória, mas continua sendo uma grande estratégia de prevenção e controle, principalmente nos grupos de risco”, finaliza o epidemiologista.

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