Duas subvariantes da Ômicron inéditas no Brasil elevam casos de Covid no Ceará

Apesar de disseminarem rapidamente e de "enganarem" as vacinas, as subvariantes não se mostraram muito eficientes

Escrito por Luana Severo e Gabriela Custódio ,
nova variante de covid no ceará
Legenda: Subvariante JN.1 foi identificada em Fortaleza e em outras cidades da RMF e do Interior
Foto: Fabiane de Paula

Duas subvariantes descendentes da Ômicron são as responsáveis pelo crescimento de casos de Covid-19 no Ceará atualmente. Segundo sequenciamento genômico feito pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), de 47 amostras sequenciadas, a presença da subvariante JN.1 foi encontrada em 38, enquanto uma amostra sugeriu a circulação da BA.2.86.

Elas são sublinhagens da variante BA.2.86, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como "sob monitoramento" em 21 de setembro. Segundo informações da Sesa, ambas ainda não haviam sido identificadas no Brasil, apenas em outros países.

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"[A BA.2.86] é uma variante que realmente não estava no nosso horizonte, mas provavelmente está associada a essa escalada tão rápida. Até porque a EG.5 (a variante Eris) não tinha se portado dessa forma no Brasil", explica o secretário executivo de vigilância em saúde da Sesa, Antonio Lima Neto, Tanta.

Mapeamento das subvariantes

Em apresentação durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (1º), Tanta apresentou os locais onde a JN.1 foi identificada. A maior parte das amostras em que ela apareceu são provenientes de Fortaleza. Porém, também houve pelo menos um caso em outras 10 cidades, como Pacatuba, Eusébio, Crateús, Itaitinga, Reriutaba e Jaguaribe. Segundo o secretário, isso aponta para uma "dispersão importante" dessa variante, que apresenta escape vacinal.

"Para elas [variantes] andarem de um continente para o outro, elas precisam escapar [das vacinas]. [...] Como ela nunca tinha circulado no País, temos que monitorar, conhecer. Na Europa, por exemplo, ela não se mostrou tão eficiente em perdurar, demorar. Estamos com duas semanas de crescimento veloz. A expectativa é que tenha três semanas de crescimento [de casos confirmados]", disse.

No entanto, segundo o gestor, é provável que as variantes percam força também abruptamente. "Por exemplo, você não consegue ter duas vezes a mesma variante. Então, se ela dominar o cenário é provável que ela não tenha um fôlego muito maior". 

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