54% dos fortalezenses são leitores, de acordo com a nova pesquisa Retratos da Leitura no Brasil

O estudo considera leitor aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses

Escrito por Roberta Souza , roberta.souza@svm.com.br
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Legenda: A pesquisa aponta um maior número de leitores de 18 a 39 anos (45%) em Fortaleza
Foto: JL Rosa

Dos 2,643 milhões de habitantes da capital cearense, 1,3 milhão é identificado como leitor, de acordo com a 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que será lançada oficialmente na próxima segunda-feira (14). O dado leva em consideração aqueles que leram, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses. Em termos nacionais, o levantamento, realizado pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural, constatou uma diminuição de cerca de 4,6 milhões de leitores no Brasil, entre 2015 e 2019.

Essa queda drástica, aliás, foi apontada pelo vice-presidente do Instituto Pró-Livro, Marcos Pereira, como consequência direta de “anos muito difíceis para o Brasil”, entre outros motivos destrinchados pela pesquisa. “É um momento de reconstrução que a gente precisa repensar. A partir da discussão desses números, vamos começar a construir um novo País”, observa.

A coordenadora da pesquisa, Zoara Failla, chamou atenção também para a queda no número de leitores das Classes A e B, e entre a população de 11 a 17 anos. De todas as faixas de renda familiar, a que mais caiu foi a que recebe mais de dez salários mínimos, com uma redução de 12 pontos percentuais, de 82% para 70%. Já entre as pessoas da faixa etária de 11 a 17 anos, a queda foi de 8 pontos percentuais, de 75% para 67%.

“Como as pessoas estão usando seu tempo livre nas redes sociais? O percentual de elevação foi muito significativo. Isso explica um pouco dessa queda. Mas a gente não pode esquecer que está vivendo uma crise econômica. A gente olha nas entrelinhas, pessoas frequentando menos bibliotecas, queda no número de livros indicados na escola. Temos que somar esses fatores todos, tudo isso contribui para a redução em 4 pontos percentuais, ou seja 4, 6 milhões de brasileiros”, aponta.

Região Nordeste

Entre as capitais do Nordeste, o número de leitores em Fortaleza (54%) fica atrás de João Pessoa (64%), São Luiz (59%), Teresina (59%), Aracaju (58%) e Salvador (57%), superando Recife (52%), Natal (48%) e Maceió (37%). A coleta de informações foi realizada entre 28 de outubro de 2019 e 13 de janeiro de 2020, não havendo, portanto, interferência da pandemia do novo coronavírus nos resultados da pesquisa.

Ainda no que diz respeito a Fortaleza, a pesquisa aponta um maior número de leitores de 18 a 39 anos (45%), pertencentes à Classe C (52%) e cuja principal motivação para a leitura é o gosto (20%), seguido de crescimento pessoal (17%) e aprender algo novo ou desenvolver alguma habilidade (17%).

Nota explicativa: Esse maior percentual de faixa etária e classe social reflete a composição desses segmentos, que contam com uma população mais numerosa em Fortaleza. No Brasil, a pesquisa encontra percentualmente mais leitores do que não leitores na faixa etária entre 05 e 14 anos; na classe A, e, em quem têm nível superior, apesar de estes dois últimos serem os segmentos nos quais foram identificados a maior queda no percentual de leitores.

O aumento do número de entrevistas de cinco mil para oito mil, neste novo levantamento, permitiu essa leitura dos resultados por capital, além das cinco regiões brasileiras. Entre as novidades, está também um módulo específico aos hábitos de leitura de literatura dos leitores brasileiros, com mais dados sobre os fatores e influências no interesse por literatura, autores preferidos e formatos e/ou dispositivos escolhidos.

Mais detalhes poderão ser conferidos integralmente no lançamento oficial da pesquisa, para o público, às 19h de segunda-feira (14), nas redes do Itaú Cultural. 

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