Preço da gasolina sobe em postos de Fortaleza, mesmo sem reajuste da Petrobras

Elevação foi sentida pelos consumidores, mas a última pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ainda não reflete o movimento de alta

Escrito por Redação ,
Legenda: Especialistas apontam elevação do etanol anidro e influência dos preços no mercado internacional
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Após semanas consecutivas de queda nas bombas de combustíveis, o preço da gasolina voltou a subir em Fortaleza nos últimos dias. Apesar de a última pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ainda não refletir a elevação, consumidores já comentam e questionam nas redes sociais o aumento ocorrido sem a Petrobras ter anunciado qualquer reajuste.

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Conforme a ANP, o menor valor encontrado para o combustível na última semana foi R$ 4,48, mas valores bem acima dos que vinha comumente sendo praticados estão sendo relatados.

Em um posto do bairro Aldeota, por exemplo, o preço do litro da gasolina custava R$ 4,48 na semana passada. Nesta terça-feira (11), o litro do combustível estava sendo comercializado a R$ 4,98, uma alta de R$ 0,50.
 

Em postos da Avenida Barão de Studart com Avenida Santos Dumont, também na Aldeota, os postos aumentaram os valores em até R$ 0,50. Na semana, os estabelecimentos comercializavam o produto a R$ 4,48. Até esta terça-feira, o litro do combustível custava R$ 4,98.  

Em páginas nas redes sociais dedicadas a divulgar promoções em postos de combustíveis, consumidores dizem que chegaram a perguntar aos frentistas se houve aumento e receberam a informação de que, de fato, a gasolina foi reajustada.

De acordo com a pesquisa da ANP referente ao período entre 2 e 8 de outubro, o menor preço encontrado para a gasolina foi R$ 4,48 e o maior valor foi R$ 5,09, resultando em um preço médio de R$ 4,70. A média está R$ 0,03 abaixo do preço médio observado pela ANP na semana imediatamente anterior (R$ 4,73).

Etanol anidro

O consultor na área de Petróleo e Gás, Bruno Iughetti, explica que essa elevação observada pelos consumidores se deve ao encarecimento do etanol anidro, utilizado na composição da gasolina.

"O que está influenciando é o etanol anidro, que vai na mistura da gasolina. Cada litro de combustível leva 27% de etanol anidro, cujos preços sofreram uma elevação no produtor. Dessa forma, o efeito se faz sentir no preço da gasolina", avalia Iughetti.

Já o assessor de Economia do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa, lembra que o mercado é livre e explica que a elevação observada nos últimos dias se deve ao preço do barril no mercado internacional.

Preço no mercado internacional

Isso porque, mesmo que a Petrobras não tenha anunciado qualquer reajuste no último mês, há importadores diretos de combustíveis e esses produtos sofrem a influência dos preços internacionais. Recentemente, um anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sobre a redução na produção de barris pressionou para cima os preços no cenário externo.

“A Petrobras hoje representa cerca de 70% do combustível no mercado cearense. Os outros 30% correspondem aos importadores diretos”, explica Antônio José Costa.

Desde o ano passado, houve essa pulverização na importação de combustíveis, o que deve continuar impactando os preços nas bombas, porém os efeitos não devem ser tão significativos, de acordo com o Sindipostos-CE.

“Como agora nós temos vários players, haverá esse constante sobe e desce. A tendência, porém, é que as variações sejam pequenas”, reforça o assessor do Sindipostos-CE.

A última redução nas refinarias anunciada pela Petrobras ocorreu no início de setembro. A Estatal havia anunciado uma queda de 7,08% nos preços, representando uma redução de R$ 0,25 por litro.

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