Operadoras de cartão têm um mês para reduzir juros

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Redação producaodiario@svm.com.br

Brasília. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deu um mês de prazo para que as empresas de cartão de crédito baixem os juros. Se as taxas para os consumidores não caírem, o Conselho Monetário Nacional (CMN) passará a exigir que as operadoras repassem os recursos para os lojistas num prazo menor que os atuais 30 dias. Assim, o preço para o consumidor pode baixar.

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"Se os bancos não começarem a baixar os juros, o CMN toma essa decisão em janeiro. A linha é diminuição do prazo de pagamento ou a queda de juros voluntária no sistema. O Conselho Monetário tem um instrumento muito forte aqui, que é o prazo", falou o ministro da Fazenda, que completou: "Vamos observar essa queda de juros. Se não houver a queda, vamos mexer no prazo".

Aumento

Segundo executivos de bancos, a redução no prazo de pagamento das compras no cartão para os lojistas teria o potencial de elevar os juros cobrados no rotativo, direção contrária da esperada pelo governo. Atualmente, lojistas levam até 30 dias para receber o pagamento de uma compra realizada com o cartão de crédito. A equipe econômica do governo Temer disse esperar reduzir esse período gradualmente para dois dias, como é em outros países.

Custo maior

Emissores de cartões reclamam que isso elevaria o custo da operação porque os clientes levam até 40 dias para pagar as compras, sem juros. Por isso, teriam um custo maior com captação de dinheiro para emprestar.

Possível retaliação

Questionado sobre o tema, Meirelles negou a possibilidade de as instituições financeiras elevarem juros como uma retaliação. "Acredito que os bancos estão cobrando as taxas que julgam adequadas, estamos adequando as medidas que permitem ao sistema financeiro baixar juros. É um processo redondo, normal, não acredito que exista qualquer disputa ou ameaças", destacou o ministro da Fazenda.

Taxas

De acordo com os dados do Banco Central, a média das taxas cobradas pelos bancos aos clientes que caem no rotativo do cartão de crédito está em nada menos que 475,8% ao ano. Nos últimos 12 meses, houve uma alta de 70 pontos percentuais.

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