Hidrogênio verde: Empresa australiana deve assinar memorando com Complexo do Pecém nesta semana

Complexo de hidrogênio verde deverá gerar um investimento de 5 bilhões de dólares no Ceará

Escrito por Samuel Quintela , samuel.quintela@svm.com.br
Legenda: Usina de hidrogênio verde da Fortescue no Ceará deverá ter potência de 2 GW

Já tendo confirmado um acordo de entendimento com o Governo do Estado, a Fortescue Metals Group deverá assinar um memorando diretamente com a administração do complexo do Pecém. As negociações deverão firmar as bases para a instalação de uma usina de hidrogênio verde com capacidade de produção de 2 gigawatts (GW) de potência. 

Representantes da Fortescue deverão se encontrar com a direção do Complexo ainda nesta semana para discutir e fechar os termos do novo acordo. 

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Uma fonte ligada à empresa australiana confirmou que serão investidos cerca de 5 bilhões de dólares para construção da usina e há garantia de todas as estruturas e equipamentos necessários para a produção do combustível. 

A fonte ainda confirmou que não há uma previsão fechada para o início da construção ou operação desta nova usina de hidrogênio. Contudo, a empresa australiana, com experiência para escalar grandes projetos, tem o interesse de iniciar os estudos de viabilidade "quanto antes" para começar a produzir "o mais rápido possível".

A reportagem ainda apurou que os incentivos fiscais, concedidos pelo Governo do Estado até 2050, deverão ser fundamentais para a consolidação do projeto da usina de hidrogênio verde no Ceará. 

Momento para planejar 

Segundo o secretário de desenvolvimento econômico e trabalho do Estado, Maia Júnior, que tem estado à frente do processo de atração de possíveis investidores ao Ceará, a empresa deverá trabalhar, a partir de agora, nos projetos de viabilidade e de licenciamento ambiental. 

Enquanto a empresa se prepara para montar o projeto da usina de hidrogênio verde, o Estado, segundo Maia, deverá atuar em duas frentes para tentar facilitar o processo de garantia para o investimento. 

Enquanto é montado um comitê de estudo sobre possíveis gargalos para o segmento com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o Estado também trabalha internamente para aprimorar os processos de licenciamento ambiental na Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (SEMA) com o objetivo de agilizar os possíveis investimentos. 

"Estamos começando a trabalhar em duas fases para confirmar um projeto. Precisamos descobrir os gargalos que podem travar esses projetos, que são novos no mundo inteiro, e estamos trabalhando com a Fiec para ter agilidade para validar esses processos e com SEMA sobre o licenciamento", disse Maia. 

Potência mundial 

O secretário ainda ressaltou o potencial que o Ceará está gerando ao atrair novos investimentos para produção de hidrogênio verde. Tido como um dos grandes combustíveis do futuro, o combustível, segundo Maia, tem o potencial de impulsionar a economia do Estado a um patamar semelhante ao dos grandes produtores de petróleo no mundo. 

A perspectiva é compartilhada também pelos representantes da Enegix Energy, outra empresa australiana a confirmar um investimento de uma usina de hidrogênio verde no Ceará. 

O Ceará está muito acima das nossas expectativas. É uma economia nova, do futuro e, possivelmente, deve ser o maior combustível do mundo daqui a alguns anos. O Ceará parte na frente para se tornar o maior produtor mundial", projetou. 
Maia Júnior
secretário de desenvolvimento econômico do Estado

"Estamos em uma fase de fechar as intenções de fazer as usinas. Se conseguirmos ter êxito, o Ceará será um dos que vão sentar na mesa de hidrogênio verde do mundo e se tornar um membro dessas grandes organizações mundiais", completou o secretário. 

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