Fenômeno da robotização já é realidade na área de logística; veja principais tecnologias
Em palestra na 16ª Expolog, o diretor geral da QVende apontou as principais competências e perspectivas do mercado de trabalho da logística
Não é de hoje que a discussão sobre como a revolução digital deve impactar o mercado de trabalho em todo o mundo. O fenômeno da robotização, ou seja, a substituição da mão de obra humana pela de máquinas, já é realidade em algumas profissões, especialmente na área de logística.
Em palestra realizada nesta quinta-feira (25), na 16ª da Feira Internacional de Logística - Expolog 2021, realizada em formato híbrido com transmissão online diretamente do Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, Marcelo Bandiera, o diretor geral da QVende, startup especialista em recrutamento, apontou as principais perspectivas e competências para o setor.
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O diretor explicou que a logística, atualmente, está inserida num contexto muito maior, de economia cada vez mais volátil e uma sociedade cada vez mais incerta. “Isso gera ambiguidade, não existe mais decisão certa ou errada. Você decide sabendo que vai abrir mão de algo”.
Por isso, ele ressalta a importância de se analisar antes de tomar decisões profissionais, uma vez que isso pode impactar a carreira por 50 anos, o que não implica, contudo, que mudanças não possam ocorrer no meio do caminho.
“A única certeza que temos hoje é da incerteza, que demanda um conjunto de competências que ainda não temos hoje”. Portanto, com a automação, é preciso estar atento a essas habilidades de modo a se readaptar ao mercado de trabalho.
Um robô pode me substituir?
De acordo com Bandiera, a substituição de algumas profissões é inevitável, no entanto, algumas características que somente pertencem ao ser humano ainda são essenciais para o desenvolvimento de certas atividades dentro de uma empresa.
“Ninguém quer mais contratar mão de obra, quer contratar inteligência, paixão, senso de dono, criatividade. A mão de obra os robôs vão vir e substituir naturalmente, mas a criatividade dos robôs é limitada, a empatia, a liderança não têm como ser substituídas por uma máquina. Para não ser substituído por um robô, não seja um robô”.
Além disso, o especialista pontuou as principais tecnologias que devem ser adotadas em 2025 na área de logística e transporte:
- Análise em Big Data
- Computação em nuvem
- Inteligência artificial
- E-commerce
Ele destacou ainda a necessidade de desenvolver e aprender novas habilidades e ferramentas, mas não só isso, praticá-las.
“O grande desafio hoje nos processos seletivos é descobrir quem tem atitude. As pessoas são contratadas pelo que sabem, mas demitidas pelo que fazem, e a atitude ou falta dela é uma questão comportamental que faz com que a carreira não progrida”, disse.
Veja as principais competências profissionais para o setor, segundo o Fórum Econômico Mundial:
- Aprendizagem ativa
- Resolução de problemas complexos
- Pensamento analítico e inovação
- Uso, monitoramento e controle da tecnologia
- Programação e design da tecnologia
ZPE Ceará é estratégica para empresas
O presidente da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, Eduardo Neves, também participou da programação do evento com a palestra Zona de Processamento de Exportação - ZPE como ferramenta de competitividade e desenvolvimento econômico do Estado e do Brasil.
Na atividade, Neves apontou as principais vantagens competitivas de uma empresa estar inserida na ZPE, a exemplo da localização privilegiada para exportação de mercadorias e isenção de alguns impostos.
“A ZPE tem essa capacidade de atração de investimento. Você está numa zona livre, tem segurança jurídica, um contrato de 20 anos que pode ser renovado por igual período, e agora foi retirado o compromisso exportador que obrigava a empresa de exportar 80% e somente 20% iria pro mercado interno. A empresa pode escolher, dependendo das suas necessidades”.
Neste mês, foi inaugurado o Setor 2 da ZPE, com investimento de R$ 13 milhões do Governo do Estado. O novo espaço conta com 1.911 hectares e deverá receber plantas industriais de produção de hidrogênio verde, entre outros empreendimentos.
“Os interessados em fazer negócio com a ZPE podem entrar em contato por e-mail ou telefone, ou site, após isso são iniciadas as negociações. É preciso apresentar um plano de negócios. Ao sair, a empresa já tem uma precificação e uma pré-reserva da área que ela vai se instalar. Passando isso, ela evolui seu caminhar e fica pronta pra fazer um projeto técnico a partir das incumbências legais”, explicou.