Depósitos: cliente tem dificuldades

O terceiro dia de greve dos bancários no Ceará foi marcado pelo início de problemas nos depósitos em dinheiro e em cheque, que não estão sendo realizados em todas as agências, pelo que narraram alguns clientes.

O técnico Yago Farias, por exemplo, encontrou a reportagem ao tentar depositar um cheque para o chefe, na Caixa Econômica Federal, localizada na esquina da Avenida Duque de Caxias com a Rua Floriano Peixoto, no meio da tarde de ontem.

"Aqui, no Centro, só a (unidade da Caixa) da Praça do Ferreira está fazendo esses depósitos, viu?", avisou um dos contratados para auxiliar os clientes nos caixas eletrônicos do banco. Assim, o técnico só conseguiu realizar a tarefa no fim da tarde, já próximo ao término do expediente na Caixa Econômica da Praça do Ferreira - única do Centro a prestar o tipo de serviço durante a greve.

Nesta agência, pelo informado por funcionários da Caixa que não puderam se identificar, apenas alguns bancos prestam este serviço, porque existe um pessoal trabalhando, fazendo a triagem do dinheiro depositado pelos clientes. Estes funcionários correspondem aos 30% necessários em serviço para garantir a legalidade da greve.

O mesmo aconteceu com o vendedor Thiago Pimentel, que teve a rotina de depósitos diários afetada na tarde de ontem, inesperadamente.

"Preciso depositar diariamente. Estes dias fiz isso no Bradesco e no Santander, mas, depois da greve, é a primeira vez", conta ao sair da Caixa, da Praça do Ferreira, após percorrer duas agências do mesmo banco.

Agência paradas somam 346

Depois de realizar a assembleia do dia junto ao ato simbólico feito na sede do Banco Central, em Fortaleza - orientação do comando nacional de greve contra propostas de candidatos à presidente que visam "desvincular o Banco Central do Estado brasileiro" -, o Sindicato dos Bancários do Ceará informou que as agências em greve são 346.

O alvo das ações dos grevistas pelo anunciado foi os bancos privados, "especialmente, o Itaú". Assim, mais 17 unidades tiveram os serviços presenciais interrompidos ontem. "Uma mobilização de convencimento visitou também alguns ambientes da sede administrativa do BNB, no Passaré, que ainda funcionam parcialmente", detalha o boletim enviado pelo sindicato.

Sem negociação

"Se os banqueiros querem apostar no confronto, nós estamos respondendo com a força da nossa mobilização", declarou o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra. De acordo com ele, "uma nova assembleia só será realizada quando houver proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos)".