Regularização imobiliária: o caminho para a segurança jurídica

Legenda: A regularização imobiliária é o processo de garantir que o imóvel esteja legalmente apto para ser vendido ou comprado
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Quando você pensa em comprar um imóvel, já vem à mente a sensação de realização de um sonho. No entanto, por mais empolgante que seja, essa é uma decisão que exige cuidado. E um dos principais pontos de atenção é a regularização imobiliária. Seja uma transação de médio ou alto padrão, não dá para deixar de lado a importância de garantir que toda a documentação esteja em ordem para evitar problemas futuros.

Neste artigo, vamos conversar sobre a regularização imobiliária, tanto judicial quanto extrajudicial, e mostrar como ela pode evitar grandes dores de cabeça no futuro. E quem vai nos ajudar a entender isso melhor é a advogada especialista em direito imobiliário Dra. Elisabeth Ramos. Com sua vasta experiência no Tribunal de Justiça, ela atua diretamente com casos que envolvem pendências tributárias e disputas por propriedade, além de prestar assessoria para garantir segurança jurídica em transações imobiliárias.

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O que é regularização imobiliária?

A regularização imobiliária é o processo de garantir que o imóvel esteja legalmente apto para ser vendido ou comprado. Isso envolve desde a verificação de pendências tributárias, análise de documentos, até a inscrição correta do imóvel nos registros públicos. 

A Dra. Elisabeth destaca que, em muitos casos, as pessoas não dão a devida atenção a essa etapa. Isso pode gerar problemas sérios, como a impossibilidade de transferência de propriedade, dívidas herdadas ou até mesmo disputas judiciais.

Regularização judicial x extrajudicial

Existem dois caminhos principais para regularizar um imóvel: o judicial e o extrajudicial.

1. Regularização extrajudicial: Esse é o caminho mais simples e rápido, pois é feito diretamente nos cartórios e órgãos públicos. Aqui, a atuação de um advogado especialista pode facilitar muito o processo. Desde a análise contratual antes da venda, que é crucial para evitar problemas, até questões como desmembramento ou fusão de terrenos, tudo pode ser resolvido sem envolver a Justiça. Se essa etapa for bem conduzida, evita-se a judicialização, ou seja, que o caso vá parar nos tribunais.

2. Regularização judicial: Esse é o caminho quando há disputas ou pendências que não podem ser resolvidas extrajudicialmente. A Dra. Elisabeth comenta que, frequentemente, as pessoas chegam até ela com situações como usucapião ou disputas relacionadas à partilha de bens, onde o processo judicial se torna inevitável. Um exemplo citado por ela é a dissolução de um condomínio judicial que surgiu dentro de um inventário, algo complexo, mas que com acompanhamento jurídico adequado, pode ser solucionado de forma mais rápida.

O perigo dos contratos genéricos

Hoje, muitas pessoas, na tentativa de economizar, buscam modelos de contratos na internet, que muitas vezes são gerados por inteligência artificial. Mas, segundo a Dra. Elisabeth, esse é um dos maiores erros que podem ser cometidos em uma transação imobiliária. 

Esses contratos genéricos não levam em consideração as especificidades do imóvel ou da negociação, o que pode resultar em brechas legais. Um contrato bem elaborado, feito por um advogado que conhece o caso, protege todas as partes envolvidas e evita surpresas desagradáveis no futuro. 

Ela reforça que, antes de qualquer transação, é essencial uma análise detalhada de documentos como a matrícula do imóvel, certidões negativas, comprovantes de quitação de impostos, entre outros. Esse cuidado evita, por exemplo, que o comprador descubra apenas após a compra que o imóvel tem pendências tributárias ou restrições.

Casos que viram disputas judiciais

Um exemplo marcante que a Dra. Elisabeth compartilhou é o de um estrangeiro que comprou um imóvel de posseiros. Na hora, parecia um bom negócio, mas logo o verdadeiro dono apareceu e reivindicou a propriedade. O comprador se viu numa situação delicada, tendo que lutar para regularizar o imóvel e provar seu direito à posse. Esse é um caso típico onde uma consulta prévia a um especialista teria evitado todo o transtorno.

Infelizmente, muitas pessoas só procuram ajuda jurídica quando o problema já está instaurado, quando a prevenção teria sido o caminho mais eficaz e barato.

Prevenção: a melhor técnica

Uma das mensagens mais importantes que a Dra. Elisabeth passa é que o melhor caminho é sempre a prevenção. Antes de fechar qualquer negócio, uma assessoria jurídica especializada pode identificar potenciais problemas e resolvê-los antes que se tornem grandes dores de cabeça. A maioria dos problemas que aparecem em cartórios ou nos tribunais poderiam ser evitados com um acompanhamento jurídico adequado desde o início do processo.

Seja um desmembramento que não foi concluído, uma fusão de terrenos que ficou mal registrada, ou até mesmo questões mais complicadas como usucapião ou dissolução de condomínio, um advogado especializado é capaz de guiar o cliente pelo caminho mais seguro e eficiente.

Imóveis de médio e alto padrão: atenção redobrada

Para quem compra ou vende imóveis de médio e alto padrão, os cuidados precisam ser ainda maiores. Esse tipo de imóvel geralmente envolve valores altos e muitas vezes estão inseridos em processos mais complexos de registro e tributação. A Dra. Elisabeth reforça que a regularização desses imóveis, tanto na parte extrajudicial quanto na judicial, é fundamental para garantir que não haja surpresas indesejadas no futuro.

A regularização imobiliária é uma etapa fundamental para qualquer transação imobiliária segura. Consultar um especialista, como a Dra. Elisabeth Ramos, é uma medida que pode evitar problemas sérios, economizar tempo e dinheiro, e garantir que você concretize seu sonho de morar ou investir com total segurança jurídica.

 

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