Quando sai a nota da redação do Enem 2024? Veja data prevista pelo Inep
O tema da prova deste ano abordou a valorização da herança africana no Brasil
O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 aconteceu neste domingo (3), com a aplicação das provas de ciências humanas, de linguagens e de redação. Esta abordou o tema "Desafios para a valorização da herança africana no Brasil" e está prevista para ter o resultado divulgado no próximo ano.
Conforme o edital do certame, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publica a nota oficial da redação, e das demais avaliações, em 13 de janeiro de 2025.
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Nesse domingo, os participantes precisaram escrever um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas a partir de textos motivadores apresentados. As redações são avaliadas conforme cinco competências e a nota pode chegar a mil pontos. Em alguns casos, é possível zerar a redação caso o inscrito desobedeça algumas regras da avaliação.
Segundo o Inep, as redações podem passar por até quatro correções para o cálculo da média final. Os profissionais selecionados para isso atendem a critérios de formação, como graduação em letras e linguística, e formação continuada, com exigência mínima de mestrado para as funções de supervisor e subcoordenador.
Também é exigida experiência comprovada em coordenação de correção de produção textual em avaliação educacional, exames ou concursos.
Professor comenta tema da redação do Enem 2024
Ao Diário do Nordeste, o professor Ademar Celedônio, diretor de Ensino e Inovações do SAS Plataforma de Educação, avaliou que na redação os candidatos precisariam fazer uma "análise crítica da situação e propor uma intervenção que contribua para a valorização da cultura afro-brasileira e o reconhecimento dessas suas influências".
"De alguma maneira, ele deveria, pelo menos, abordar, por exemplo, a influência da cultura africana, seja na identidade brasileira, seja na própria linguagem, culinária, músicas, religiões, costumes, que muitas vezes é inviabilizada por preconceitos", explicou.
O especialista destacou que um possível ponto da fuga da questão era o racismo estrutural, que, segundo ele, pode dificultar a valorização cultural afro-brasileira. O profissional citou também "a falha do sistema educacional em implementar, por exemplo, a Lei 10.639, de 2003, que fez inclusive 20 anos ano passado, que exige o ensino da história e da cultura africana brasileira."
Outro tópico importante frisado pelo docente foi sobre a solução que deveria ser proposta pelo candidato na redação.
"Ele vai precisar propor uma solução prática em que o governo de instituições educativas invistam em projetos que promovam a cultura afro-brasileira, reformulando currículos, criando mais campanhas de conscientização, e isso inclui ações de ministérios da educação, por exemplo, ONGs e outras instituições culturais, para que a gente possa, enfim, combater o preconceito e valorizar toda essa herança", analisou.