Ceará tem 7 das 10 cidades que mais produzem castanha de caju no Brasil; confira lista

Beberibe foi a cidade cearense que mais produziu castanha de caju, com 9.626 toneladas em 2023

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Castanha de caju
Legenda: Ceará foi o estado do Brasil que mais produziu castanha-de-caju em 2023, aponta IBGE
Foto: Fabiane de Paula

Principal produtor brasileiro de castanha de caju, o Ceará abrange sete entre as dez cidades que mais produzem o fruto. Os dados são do levantamento Produção Agrícola Municipal (PAM), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Beberibe foi cidade cearense que mais produziu castanha de caju em 2023: 9.626 toneladas ao longo de todo o ano. A cidade cearense ficou atrás no ranking nacional apenas de Serra do Mel, no Rio Grande do Norte. 

A terceira cidade com maior produção do fruto do caju foi Bela Cruz, também no Ceará, com 7.803 toneladas produzidas em 2023. Bela Cruz é a cidade brasileira com maior área destinada à castanha de caju - 30.082 hectares. 

As outras cidades cearenses que figuram no ranking de maior produção do fruto são Ocara (5.821 toneladas), Alto Santo (4.508 ton), Aracati (3.758 ton), Cascavel (3.514 ton) e Fortim (2.743 ton). 

Ronaldo Sales, diretor da Copacaju, que reúne cooperativas de produtores cearenses, aponta que os resultados positivos do Estado se devem à ampliação das áreas produtivas. 

“O resultado tem relação com o investimento de tecnologia e a substituição das copas, dos cajueiros gigantes pelos precoces. Houve também o plantio de mudas, muita gente está investindo em novas áreas”, aponta. 

PROTAGONISMO CEARENSE

O Ceará gerou 63.258 toneladas de castanha de caju em 2023, equivalente a 49,4% de toda a produção brasileira. Rio Grande do Norte ficou em segundo lugar, com 32.072 toneladas, seguido por Piauí, com 20.992 toneladas.

A movimentação da castanha do caju cearense correspondeu a R$ 222,2 milhões em 2023, 48,9% do total movimentado pelo País, que foi de R$ 453 milhões. 

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O Estado tem protagonismo na produção da castanha há décadas, aponta o professor Francisco José Tabosa, do departamento de Economia Agrícola da Universidade Federal do Ceará (UFC). 

“A produção de castanha se adapta tem à condição climática cearense e ao solo. Outro fator é o valor. É um produto que tem bastante demanda, que tem preço bem valorizado no comércio nacional e principalmente internacional, e isso incentiva aos produtores a comercializar esse produto”, aponta.

CRESCIMENTO EXPRESSIVO EM 2024

Em 2024, a produção cearense já apresenta crescimento de 44% em relação ao total do ano passado. Conforme dados do IBGE, o Estado gerou 91.386 toneladas do fruto do caju até 15 de outubro.

Ronaldo Sales pondera é precoce avaliar a safra de 2024, já que o plantio começou depois que em 2023, mas que a tendência de avanço nas safras deve se manter. “Esse crescimento deve se manter se tiver investimento para ampliar a substituição das copas, que deixa o cajueiro com uma absorção melhor e conseguir produzir mais”, projeta.

Francisco José Tabosa explica que a evolução da produção de castanha de caju depende de uma boa quadra chuvosa no primeiro semestre, como a registrada neste ano.

“Existe uma tendência de crescimento anualmente, principalmente com o dólar desvalorizado, que incentiva a exportação. Fica mais fácil para os produtores de castanha venderem essa produção no mercado internacional”, comenta. 

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