Elemento relevante na história do Ceará - a ponto de estampar a bandeira do Estado -, a carnaúba tem em solo cearense os principais municípios produtores de pó e de cera de carnaúba do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O município de Granja, com 1.045 toneladas, é a cidade com a maior produção de pó de carnaúba, utilizado na produção da cera.
Além disso, a cidade de Granja também é a maior produtora da cera, com 220 toneladas (R$ 12,5 milhões).
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Camocim também é uma cidade cearense que se destaca no ranking nacional na produção de pó de carnaúba, com 897 toneladas, seguida por Coreaú, com 490t. Santana do Acaraú (470 toneladas) fecha o quarteto de cidades cearenses entre os dez municípios que mais produziram pó de carnaúba em 2023.
Já em relação à cera de carnaúba, o Ceará tem oito cidades entre as 10 maiores produtoras do País. Além de Granja, fazem parte da lista Groaíras, com 62 toneladas; Itarema (59 toneladas); Sobral (52 toneladas); Morrinhos (49 toneladas); Cariré (20 t); Pacatuba (18 t) e Caucaia (9 t).
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, destaca que a região norte do Ceará exporta mais de US$ 60 milhões em cera de carnaúba, sendo a cultura da carnaúba muito relevante para o Estado.
O pó de carnaúba é utilizado na produção da cera de carnaúba.
Esse pó fica na palha da carnaúba e é coletado após a secagem dessa palha. Após isso, o pó é usado para a fabricação da cera e a palha é utilizada na confecção de produtos como chapéus e bolsas"
“Já a cera de carnaúba é bastante utilizada em frutas, para que ela fique lisinha, sendo um produto orgânico”, explica, acrescentando que sobretudo a manga recebe uma camada da cera. “É usada na manga de exportação porque deixa ela muito mais bonita”. Além disso, a cera de carnaúba também entra na fabricação de alguns cosméticos.
Para aumentar a produtividade, Amílcar revela que, junto ao Sindicato das Indústrias Refinadoras de Cera de Carnaúba no Estado do Ceará (Sindcarnaúba), tem discutido o aumento da produtividade da extração do pó da carnaúba “com secadores específicos que ampliam essa eficiência”.
A planta, encontrada exclusivamente no semiárido nordestino, também é matéria-prima para a fabricação de remédios, embalagens e até chips de celulares. Durante o período de safra, a carnaúba gera 90 mil empregos no Estado ao longo de toda a sua cadeia produtiva, conforme revelou Edgar Gadelha, presidente do Sindcarnaúba, em entrevista ao Diário do Nordeste publicada em março deste ano.
Com o nome científico Copernicia prunifera, a árvore recebe esse nome que, na mitologia tupi, se traduz como "árvore que arranha".