Beto Studart: indústria precisa estar alicerçada no conhecimento para continuar crescendo

Entrevistado do Diálogo Econômico desta semana, o proprietário da BSPar projetou iniciativas da empresa para o próximo ano e comentou sobre o cenário econômico do Brasil

Escrito por Samuel Quintela , samuel.quintela@svm.com.br
Legenda: Empresário falou sobre os impactos da crise do coronavírus, das questões políticas e das perspectivas de futuro para o mercado local e para o grupo de empresas que comanda.

Empresário de uma franqueza singular, Beto Studart defendeu que o Brasil está, sim, em um momento de recuperação após os picos da pandemia do novo coronavírus.

Apesar da perspectiva, o proprietário da BSPar afirmou que País precisa repensar a política de investimento em ciência e tecnologia para elevar os níveis de competitividade da indústria nacional. 

Entrevistado dessa semana do Diálogo Econômico, projeto de conversas mais abranges sobre economia do Diário do Nordeste, Studart também revelou as pretensões da empresa para o futuro.

De acordo com o ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), não há a intenção de expandir atividades, atualmente, para fora do Ceará ou de abrir a negociação de ações na Bolsa de Valores brasileira, a B3.

Além disso, Beto comentou sobre a importância das reformas estruturantes para reativação econômica, questões políticas e o papel da imprensa no mercado brasileiro. 

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Confira a entrevista completa:

COMO EX-PRESIDENTE DA FIEC, VOCÊ TEVE UMA RELAÇÃO MUITO PRÓXIMA AO PODER PÚBLICO, GOVERNO, UNIÃO E PREFEITURA, MAS QUAL, PARA O SENHOR, É O PAPEL DO EMPRESARIADO NA CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO GERAL? 

Eu acho que nós empresários precisamos valorizar muito as instituições de classe, as associações, sindicatos, porque eles têm a capacidade de consolidar pensamentos e anseios daquele público e segmento econômico e levar as demandas para o Governo, não para que se resolva, mas para juntos possamos crescer e criar soluções.

Quando um assunto é visto por várias pessoas eu acho que se tem soluções bacanas. 

A minha experiência como presidente da Fiec foi isso. Eu acho que consegui convergir todos os pensamentos dos industriais, através dos sindicatos, e tive a sorte de encontrar do outro lado um governador do Estado totalmente aberto ao diálogo e isso foi muito enriquecedor para a Fiec quanto para as empresas, e para o Estado, que prosperou bastante no sentido que estávamos dialogando bastante.

Eu acho que a Federação, pelo intermédio do Ricardo Cavalcante, continua igual, ou melhor, porque ele tem uma grande habilidade e é um homem dedicado às causas do desenvolvimento e se dá muito bem com o governador.

Ele não teve nenhum problema de continuar essa visão de desenvolvimento, e o Ricardo está fazendo um trabalho muito bom, além de ter sido extraordinário durante a pandemia, clareando as decisões que o Governo teria de tomar.

Legenda: "Quando você tem os extremos cada um puxando para um lado, a coisa é pouco mais difícil", afirmou Beto Studart sobre o momento político do Brasil
Foto: Kid Júnior

COMO O SENHOR AVALIA O MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA NO BRASIL, CONSIDERANDO A PANDEMIA E ESSE MOMENTO DE RECUPERAÇÃO? O SENHOR ACREDITA QUE ESTAMOS CAMINHANDO DE FATO PARA UMA ESTABILIZAÇÃO? 

A pandemia foi um fato muito marcante, e todos nós entramos em colapso, o que não poderia ser diferente com o Ceará e o Brasil, mas na minha cabeça, eu pensava que estávamos em um caos mais duradouro economicamente.

Eu vejo que a economia, depois de um ano, está sendo superada, com a indústria dando marcha em sequência, a área de serviços também. 

Eu acho que Brasil tem uma dificuldade política muito grande nos extremos, mas as pessoas estão querendo voltar a vida ao normal e isso quer dizer desenvolvimento, consumo.

A indústria está preparada e está dando a resposta. O Brasil está crescendo de 5% a 6%, o Ceará cresceu em torno de 8%, mais que o Brasil, então eu vejo uma certa tranquilidade nesse começar, embora a gente encontre alguns conflitos importantes que dizem respeito ao suprimento. 

Há uma certa desorganização da cadeia produtiva. Muitas indústrias estão com dificuldade de obter matéria-prima, de atender os pedidos na hora, e não há estoque sobrando.

Mas essa desorganização é própria dos países que entraram em colapso, então não daria para reativar a economia sem isso acontecer, mas eu vejo que o Brasil e o mundo estão começando a se reorganizar nessa questão de suprimentos porque fomos surpreendidos por essa questão dos custos. A indústria está cobrando um pouco mais caro para atender melhor. 

Eu costumo dizer que essa inflação não é boa para ninguém, ela é justificável. No caso do Brasil, nós passamos nos últimos 5 anos por uma situação de dificuldade em que as indústrias perderam muito dinheiro, e essa inflação também demonstra que as margens estão sendo recuperadas lentamente.

E margem recuperada é inflação, então estávamos em um nível de preço muito baixo e estamos recuperando. 

Devem vir algumas medidas que eu acho ser muito difícil de administrar. É necessário para conter o ímpeto do consumo, mas difícil porque bate no consumo e as indústrias deverão sentir um pouco.

Dizem que na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), nós vamos ter mais um aumento de 1,5 ponto percentual, então vamos chegar ao patamar de 8% de taxa Selic. 

Essa baixa do consumo também ajuda para haver uma organização das entregas. Se o consumo diminui, os estoques se organizam a gente pode ir para frente. 

COMO EMPRESÁRIO, AVALIANDO ESSE CENÁRIO, E REFLETINDO SOBRE AS QUESTÕES DE INSTABILIDADE POLÍTICA ATUAIS, O SENHOR ACREDITA QUE TEREMOS UM AMBIENTE MAIS CONVIDATIVO PARA O EMPRESARIADO CEARENSE E BRASILEIRO E INVESTIR NO PRÓXIMO ANO?

Quando você tem os extremos cada um puxando para um lado, a coisa é pouco mais difícil, mas existe, e você vai me desculpar a franqueza, uma tendência da grande imprensa brasileira e mundial de bater em cima dessa direita.

Os Estados Unidos não têm esquerda, eles têm um lado mais social, com os democratas, e tem os republicanos com o Trump, e essa situação prejudica o acesso a capitais internacionais para investir. 

Mas além da instabilidade política, há uma instabilidade por conta da desorganização do judiciário. Essa forma que está sendo colocada, com intervenção constante, e política, do STF (Supremo Tribunal Federal), eu acho que cria mais insegurança porque você vê que tem medidas que são muito separadas.

O Psol, por exemplo, é mestre em reivindicar o STF, e o Supremo tem que responder ao Psol. É o partido que mais instabiliza a política brasileira, sem querer saber qual o problema para a população brasileira. Eles querem criar problema para o (Jair) Bolsonaro (sem partido).

Além disso, temos de concordar que existia um nível de corrupção no Brasil, que era sistêmica. As instituições estavam deterioradas, tanto do empresário que corrompia ou se deixava corromper porque o político também força a situação.

Então no governo Bolsonaro, sem ser defensor dele porque acho que falta habilidade, tem esse presidente que é extremamente correto. O Bolsonaro eu vejo que é um patriota, e ele não tem discurso, ele tem as ações dele, é um pouco rude, faltando um pouco de diplomacia, mas é essa coisa. Quando você cria um momento desses, você cria os cristais.

A grande imprensa brasileira está sentindo muito porque era o instrumento de maior corrupção do Brasil. Eu acho que existiam projetos de toda natureza com o Governo comprando parte daquele projeto, mas os cristais foram quebrados, então existe uma insatisfação. 

Mas vamos torcer para que o sucessor do Bolsonaro, ou ele mesmo, tenha mais tranquilidade, porque precisamos disso para se desenvolver e voltar à nossa união com a ciência e a tecnologia.

A indústria brasileira precisa estar alicerçada pelo conhecimento e ela ficou atrás do mundo. A China está dando um show, assim como Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos e outros países. 

A ciência é desprestigiada até nesse Governo, mas é um setor que precisa crescer. Apesar disso, acho que vamos chegar lá. A gente continua trabalhando muito e acredito no Brasil do futuro. 

Legenda: Empresário Beto Studart
Foto: Kid Júnior

E, PENSANDO NISSO, QUE MEDIDAS PRECISARIAM SER TOMADAS NOS PRÓXIMOS MESES PARA IMPULSIONAR OU DAR MAIS CONFIANÇA AOS EMPRESÁRIOS?  

Eu vou dizer um negócio que a coisa mais importante que deveríamos ter é a diminuição do Congresso Nacional.

Eu acho difícil a gente fazer reforma com 533 congressistas. São muitos interesses. Esse é apenas um sonho, até porque eles não vão aprovar isso.

Eu acho que temos de ter cuidado com o tamanho do Estado, do Congresso, que precisa ser repensado porque temos um custo alto. Essa conta só pode ser paga por nós que produzimos. 

A coisa mais importante seria a reforma administrativa, para determinarmos o tamanho do Estado. Tendo isso, vamos determinar o tamanho da arrecadação que se precisa, aí viria a reforma tributária, que não é simplificação tributária, mas sim a diminuição do custo, para que o sistema seja isonômico com o resto do mundo.

Se competimos com China, Japão, e Europa, a carga tributária precisa ser igual a deles. A nossa carga, falam, que está entre 34% a 36% do PIB (Produto Interno Bruto), já nos Estados Unidos, se fala que está 22% do PIB.

Essa disparidade faz com que a gente perca competitividade. A gente precisa botar nossos produtos em um nível competitivo, tanto no nível de produção, e também pela carga tributária. 

Ainda temos um problema sério de um país com inflação. A demanda está crescendo e a produção não é coerente, então os custos de financiamento são altos, até porque a inflação está alta, então temos um juro alto.

No Japão, a inflação está sob controle, mas, sim, temos um problema do custo do dinheiro aqui no Brasil. Às vezes, é mais vantajoso buscar financiamento em instituições internacionais, mas isso tem riscos em relação da variação cambial. Então, 'se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come'. 

O BRASIL VEM VIVENDO HÁ ANOS UM PROCESSO DE ENFRAQUECIMENTO DA INDÚSTRIA, CONSIDERANDO A PARTICIPAÇÃO NO PIB NACIONAL. A QUE O SENHOR ATRIBUI ESSA MOVIMENTAÇÃO E ACHA QUE É UMA EVOLUÇÃO DA NOSSA ECONOMIA OU TERÍAMOS DE REVER ESSE DIRECIONAMENTO? 

Eu concordo que indústria tem perdido espaço, que vem também em função do crescimento do setor agrícola, que hoje é uma pauta importante de exportação e porque consumimos esses produtos.

A agricultura no Brasil tem crescido tanto que faz os outros diminuírem percentualmente, até porque ela está sendo vista pelo mundo inteiro.

Estamos competindo com os Estados Unidos e a China, exportando 135 milhões de toneladas de soja. A exportação de grãos é maior ainda.

E, hoje, temos um custo menor do que no Estados Unidos. As nossas práticas tecnológicas na agricultura são muito robustas e mudados o Centro-Oeste brasileiro, onde tínhamos um solo ácido, mas aprendemos a corrigir essa questão, por exemplo. 

DURANTE A PANDEMIA, MUITOS EMPRESÁRIOS QUESTIONARAM A DIFICULDADE DE ACESSO A CRÉDITO PARA ATRAVESSAR A CRISE. ALÉM DISSO, TIVEMOS VÁRIAS CRÍTICAS RELACIONADAS À REABERTURA. COMO O SENHOR AVALIA A GESTÃO DA CRISE E QUAL FOI O PESO DISSO NO PLANEJAMENTO DOS EMPRESÁRIOS?

Eu vejo que na indústria, aqueles que eram mais endividados antes da pandemia, encontraram um grande ambiente de renegociação das dívidas porque o governo brasileiro entrou respaldando os bancos para isso acontecer.

Pode não ter irrigado com dinheiro novo, mas só o fato de ter renegociado, dando aos bancos a garantia de 80% de liquidez, o risco passou para o Governo.

Talvez não tenhamos irrigado o suficiente, mas é preciso lembrar que injetamos R$ 700 bilhões na economia de forma emergencial, com incentivos, impostos reduzidos, prazos maiores. 

Depois disso, das renegociações, porque se não fizessem, as empresas entrariam em uma situação ruim, ficou tudo bom para todo mundo, tirando, claro, a crise da pandemia, onde todo mundo perde, mas isso se refaz.

Eu vejo que a situação está boa e o que se fala hoje é excesso de liquidez, com os bancos abarrotados de dinheiro. Agora, a gente percebe a demanda por crédito também está aumentando, com as pessoas buscando gerar capital de giro nas empresas. 

ATUALMENTE, COM AS PRESSÕES DO MERCADO INTERNACIONAL, A GENTE TEM VISTO OS INSUMOS APRESENTAREM ALTAS CONSIDERÁVEIS DE PREÇO, ISSO, NA SUA OPINIÃO, REVELA ALGUMA FRAGILIDADE DO NOSSO MERCADO INTERNO?

Eu acho que foi um fato global. A China está com as mesmas dificuldades, assim como o mundo inteiro, até navio está faltando.

Temos navios parados em portos pelo mundo porque não pode atracar. Mas eu vejo essa inflação global gerada pelo petróleo, que é um bem em exaustão e que está chegando à finitude.

Todos os produtores estão cientes disso, então estão aumentando preços e reduzindo produção para ter um cenário mais longevo. 

Temos a chegada dos carros elétricos, e as energias solar e eólica em todo canto. O Nordeste já produz cerca de 110% da própria demanda, então acho que poderíamos criar uma pauta para regionalizarmos as contas de energia, até porque estamos pagando a bandeira vermelha pelo problema do consumo da indústria no sudeste brasileiro.

Eles estão consumindo e nós pagando a conta. Nós precisamos ter essa visão.

O SENHOR DEIXOU UM LEGADO NA FIEC, TENDO ATÉ A HONRA DE NOMEAR O PRÉDIO DA INSTITUIÇÃO, MAS DAQUI PARA FRENTE, QUE LEGADOS O SENHOR PENSA EM DEIXAR RELACIONADOS À ATUAÇÃO NO CEARÁ? A POLÍTICA, ONDE O SENHOR SEMPRE TEVE O NOME COGITADO, PODE SER UM NOVO CAMINHO TAMBÉM?

Eu sempre me dediquei aos meus negócios. Antes era a Agripec, onde passei 40 anos, e depois a BSPar.

A minha vida na Fiec foi um fato isolado, coisa de cinco anos porque eu tinha um sonho de ser presidente, e fui. Gostei. Mas meu legado, agora, é deixar exemplo.

Eu quero deixar o exemplo de que o trabalho dignifica o homem. O empresário, independente da idade, tem de ir até morrer, diferente do intelectual, que pode se aposentar e ficar lendo um livro em casa.

O empresário tem de continuar trabalhando, montando uma equipe muito boa, com cabeças inteligentes, para fazer a máquina girar e criar prosperidade para todos.

À medida que a empresa cresce, todo mundo prospera. É a cadeia de suprimentos do nosso negócio. Então quando temos a visão coletiva da prosperidade, todo mundo tira resultados. 

Legenda: Durante entrevista para o Diálogo Econômico, Beto Studart afirmou que não vê perspetivas de abrir a venda de ações da BSPar no futuro
Foto: Kid Júnior

CONSIDERANDO TODA A SUA TRAJETÓRIA, BETO, QUE AVALIAÇÃO VOCÊ FAZ HOJE DA ECONOMIA CEARENSE COMO UM TODO? E CONSIDERANDO ESSE PONTO, EM QUE PATAMAR O SENHOR GOSTARIA DE VER A ECONOMIA LOCAL COMPARADA COM O MERCADO NACIONAL?

Eu acho que nós estamos vivendo um momento muito bacana. A turma fala muito que a economia cearense continua sempre em 2,5% do PIB nacional, só que se a economia brasileira cresceu, nós também crescemos.

O que eu vejo de fantástico é que todo compromisso que o cearense teve no passado, desde o Virgílio Távora, se concretizaram. E os governadores receberam como resposta a adesão dos empresários. O Governo cria oportunidades e as pessoas aderem. 

O projeto da Siderúrgica do Pecém é antigo, mas viabilizou-se, do Aeroporto, viabilizou-se, do Castanhão, um projeto incrível, viabilizou-se.

Tivemos a parceria com o Porto de Roterdã, viabilizou-se. Estamos ficando maduros também na área de energia. E agora se fala no hidrogênio verde. Vai ser curto prazo? Não, mas é um assunto que está colocado e que daqui a 10 ou 15 anos está viabilizado. A nossa bateria será o hidrogênio.

Eu não sou daqueles que acha que amanhã seremos modificados pelo hidrogênio. Mas vamos trabalhando e vamos chegar lá, sim. 

PENSANDO QUE ESTAMOS EVOLUINDO PARA UMA ECONOMIA CADA VEZ MAIS DIGITAL, COMO ESSAS EVOLUÇÕES MODIFICARAM A FORMA DE ATUAÇÃO NOS NEGÓCIOS QUE O SENHOR ATUA E QUE NOVAS TENDÊNCIAS VOCÊ ESPERA OU GOSTARIA DE VER NO FUTURO COMO SOLUÇÕES DE MERCADO?

O que vai mexer com o mercado é o retorno da indústria, o porto. Mas sobre os nossos negócios aqui, nós estamos criando o BSCash, que vai criar um ambiente integrando de comunicação digital e financeiro.

Vai ser mais rápido e com as pessoas físicas se comunicando com o BSCash. Outro negócio nosso, é o BS Finanças, que atua na compra de contrato das indústrias. 

Já na área da construção, vamos continuar no nosso ritmo, e não temos o ímpeto de sair do Ceará. Estamos tentando satisfazer o nosso cliente nessa área onde "o olho enxerga".

E não temos uma vontade de fazer um IPO, quando se cria um ambiente nervoso para os executivos. Mas eu acredito muito na construção civil e, da forma que fazemos, nosso sistema é totalmente verticalizado.

Temos a "terreneira", a incorporadora, a financeira, a digital e a proprietária. Isso, para nós, está suficiente e eu fico feliz de conjugar o capital à economia real. 

Eu acredito que quando conseguimos fazer isso, o resultado é muito bacana.

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