Neil Gaiman nega acusações de abuso: 'Nunca me envolvi em atividade sexual não consensual'
Autor de "Sandman" afirma que relatos de supostas vítimas citam fatos "que aconteceram ao lado de coisas que definitivamente não"
Após novos detalhe de denúncias de abuso sexual serem publicados em revista, o escritor Neil Gaiman, autor de obras como "Sandman" e "Coraline", usou seu blog pessoal para se pronunciar pela primeira vez sobre o caso, nessa terça-feira (14), e negou as acusações. No dia anterior, uma reportagem da New York Magazine apresentou alegações de oito mulheres sobre supostas agressões atribuídas ao britânico.
"[São] descrições de coisas que aconteceram ao lado de coisas que definitivamente não aconteceram. Estou longe de ser uma pessoa perfeita, mas nunca me envolvi em atividade sexual não consensual com ninguém. Nunca", começou.
O britânico ainda justificou seu silêncio e ressaltou que sempre tentou ser uma pessoa reservada. "Fiquei quieto até agora, tanto por respeito às pessoas que estavam compartilhando suas histórias quanto por um desejo de não chamar ainda mais atenção para muita desinformação [...] Sentia que as mídias sociais eram o lugar errado para falar sobre assuntos importantes."
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Gaiman afirmou que já foi uma pessoa "descuidada" com os sentimentos das outras, mas que nunca abusou de ninguém sexualmente e que todas as relações que teve foram consensuais.
"Algumas das histórias horríveis que estão sendo contadas agora simplesmente nunca aconteceram, enquanto outras foram tão distorcidas do que realmente aconteceu que não têm relação com a realidade. Estou preparado para assumir a responsabilidade por quaisquer erros que cometi. Não estou disposto a virar as costas para a verdade, e não posso aceitar ser descrito como alguém que não sou, e não posso e não vou admitir ter feito coisas que não fiz", finalizou.
O autor já havia negado as acusações de abuso sexual quando o podcast "Master: as alegações contra Neil Gaiman", da Tortoise, abordou o assunto, em 2024.
O que alegam as denunciantes
As acusações contra o profissional abrangem mais de 20 anos e vêm de mulheres que entraram em contato com ele ou para serem babás de seu filho ou como fãs.
Conforme as investigações do periódico, uma das vítimas seria a aspirante a atriz Scarlett Pavlovich, de 23 anos, que se aproximou de Neil após conhecer a então esposa dele, a musicista Amanda Palmer, que a ofereceu um emprego de babá.
À reportagem, a jovem, com 22 anos na época, conta que foi agredida sexualmente pelo escritor de "Sandman" poucas horas após o primeiro encontro dos dois, em fevereiro de 2022. Ela estava trabalhando como babá do filho dele, quando o roteirista a teria agredido na banheira de sua residência, na Nova Zelândia.
Gaimam já havia alegado que ambos apenas se abraçaram e ficaram no banho, algo que havia sido consentido pelas duas partes. O autor ainda afirmou que eles mantiveram um relacionamento por três semanas com penetração consensual. No entanto, a mulher afirma que o escritor a estuprou em um quarto de hotel, na presença do próprio filho. Em declaração, os advogados do escritor classificaram o relato como "falso" e "deplorável".
Os abusos só teriam terminado quando Scarlett contou à Palmer o que o marido dela fazia. A artista, conhecida por denunciar abusos sexuais que sofreu quando mais nova, afastou a jovem do trabalho e passou a lutar pela custódia do filho, mas, conforme o periódico, nunca corroborou os testemunhos que a moça deu à polícia nem falou sobre o caso publicamente. O casamento de 11 anos entre Palmer e Gaiman acabou em novembro de 2022.
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