Neil Gaiman, autor de 'Sandman', enfrenta acusações de abuso sexual e agressão, diz revista americana

Escritor de "Coraline" nega as denúncias de violência

Neil Gaiman
Legenda: As alegações contra o profissional abrangem mais de 20 anos
Foto: Kathy Hutchins/Shutterstock

As acusações de abuso sexual contra o autor de obras como "Sandman" e "Coraline", Neil Gaiman, ganharam novos detalhes nesta semana. As primeiras denúncias envolvendo o nome do escritor e roteirista se tornaram públicas em julho de 2024, com o lançamento do podcast "Master", e, nessa segunda-feira (13), a revista Vulture publicou uma reportagem com relatos de mulheres que acusam ele de realizar atos sexuais violentos e sem consentimento.

As alegações contra o profissional abrangem mais de 20 anos e vêm de mulheres que entraram em contato com ele ou para serem babás de seu filho ou como fãs de suas obras. Conforme as investigações do periódico, uma das vítimas seria a aspirante a atriz Scarlett Pavlovich, de 23 anos, que se aproximou do homem após conhecer a então esposa dele, a musicista Amanda Palmer, que a ofereceu um emprego de babá. 

Segundo a reportagem, a jovem, com 22 anos na época, foi agredida sexualmente pelo escritor de "Sandman" poucas horas após o primeiro encontro dos dois, em fevereiro de 2022. Ela estava trabalhando como babá do filho dele, quando o roteirista a teria agredido na banheira de sua residência, na Nova Zelândia.

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Gaimam alega que ambos apenas se abraçaram e ficaram no banho, algo que havia sido consentido pelas duas partes. O autor ainda afirma que eles mantiveram um relacionamento por três semanas com penetração consensual. No entanto, a mulher afirma que o escritor a estuprou em um quarto de hotel, na presença do próprio filho. Em declaração, os advogados do escritor classificaram o relato como "falso" e "deplorável".

Os abusos só teriam terminado quando Scarlett contou a Palmer o que o marido dela fazia. A artista, conhecida por denunciar abusos sexuais que sofreu quando mais nova, afastou a jovem do trabalho e passou a lutar pela custódia do filho, mas, conforme o periódico, nunca corroborou os testemunhos que a moça deu à polícia nem falou sobre o caso publicamente. O casamento de 11 anos entre Palmer e Gaiman acabou em novembro de 2022.

Outras denúncias

As denúncias contra o autor se tornaram públicas no podcast "Master: as alegações contra Neil Gaiman", da Tortoise, em julho de 2024. Meses após o lançamento do programa, Scarlett viajou à Atlanta, nos Estados Unidos, para encontrar outras jovens que acusam o profissional de violência sexual. Antes das alegações se tornarem públicas, ela e outras supostas vítimas não se conheciam, mas desde então, conversam em um grupo de WhatsApp.

"Foi como conhecer sobreviventes do mesmo culto. É impossível entender a menos que você estivesse lá", disse Kendra Stout, outra que denuncia o escritor. 

Ela relatou ter apenas 18 anos quando conheceu o autor, em 2003, quando ele autografava exemplares da série "Sandman". Os dois iniciaram um namoro quando ela completou 20 anos, época em que ele tinha cerca de 40 anos. Ela disse à revista que durante o relacionamento se submeteu a relações sexuais violentas e dolorosas que "não queria e nem gostava."

Outra suposta vítima citada na matéria da Vulture é identificada apenas como Caroline, uma mulher que viveu na propriedade de Neil Gaiman com seus filhos e marido até 2017. Ela afirmou que o autor uma vez colocou a mão dela em seu pênis em uma noite na qual ambos estavam na presença do filho dele. À revista, advogados do escritor negaram que isso tenha acontecido.

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