MPCE apura esquema de sonegação fiscal em joalheria de Fortaleza

Os investigadores suspeitam de uma fraude fiscal estruturada a partir de um grupo econômico administrado pela mesma família, proprietária do estabelecimento comercial

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Redação producaodiario@svm.com.br
Grupo de fiscais em shopping de Fortaleza para cumprir mandados de busca e apreensão em joalheria suspeita de sonegação fiscal
Legenda: Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e na joalheria, localizada em um shopping de Fortaleza
Foto: Divulgação/MPCE

O Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou, na manhã desta terça-feira (29), uma operação conjunta com as demais instituições que compõem o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) chamada "Raio-X". O esforço foi para apurar uma suspeita de sonegação fiscal em uma joalheria de Fortaleza.

Foram cumpridos, segundo o MPCE, quatro mandados de busca e apreensão, tanto nas residências dos investigados como em uma loja localizada em um shopping da Cidade.

A investigação começou após a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) encontrar cobranças fiscais contra a empresa investigada sem que houvesse nenhum patrimônio para saldar as dívidas. Também chamou a atenção da fiscalização a empresa ter proposto uma ação de inventário negativo após o falecimento da matriarca do grupo, sob o argumento de que ela não teria deixado nenhum bem aos herdeiros.

Com o aprofundamento da investigação, aumentou a suspeita de fraude fiscal estruturada a partir de um grupo econômico administrado pela família, com o objetivo de ocultar patrimônio e blindar bens.

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"A operação [Raio-X] é um marco no combate à sonegação fiscal no Ceará, pois trata-se de uma apuração conjunta de vários órgãos e instituições, integrantes do Cira. O comitê atua sob regime de força-tarefa e já recuperou mais de R$ 106 milhões em ativos aos cofres do Estado nos últimos quatro anos", ressaltou o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf) do MPCE, o promotor de Justiça Felipe Diogo Frota.

Além disso, o promotor afirmou que a investigação desta terça é a primeira grande ação envolvendo, também, uma provável sonegação de Imposto sobre Transmissão Causa mortis e Doação (ITCD), para além do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal foco de atuação do comitê.  

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Quebra de sigilo

Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça do Ceará também determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático dos investigados.

Todo o material apreendido ainda será analisado e confrontado com os dados que serão obtidos por meio das quebras de sigilo. 

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