Um em cada 10 bebês nasce de mães adolescentes em Fortaleza; entenda riscos e prevenção
Apesar de divulgação de métodos contraceptivos, mais de 3 mil nascimentos do tipo são registrados a cada ano
A primeira semana de fevereiro é dedicada à campanha de prevenção da gravidez na adolescência, em todo o Brasil, por esta ser considerada uma questão de saúde pública. Só em Fortaleza, nos últimos três anos, mais de 10 mil nascidos vivos foram gerados por meninas entre 10 e 19 anos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
No período analisado pela Pasta, entre 2020 e 2022, nasceram 93.061 crianças na Capital. Destas, 10.590 foram de mães entre 10 e 19 anos. Ou seja, uma em cada 10 crianças tiveram jovens como genitoras.
Segundo a Prefeitura, ações intersetoriais - já que 96% nasceram na rede municipal de Saúde - visando a prevenir a gravidez na adolescência apresentaram resultados positivos ao longo dos anos: em 2020, foram 3.909 nascidos vivos de mães adolescentes; o número caiu para 3.575, em 2021, e para 3.106, no ano seguinte.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a gestação nesta fase é uma condição que eleva a prevalência de complicações para a mãe (como anemia, hipertensão, eclâmpsia e diabetes gestacional ), para o feto (como parto prematuro) e para o recém-nascido.
Além disso, agrava problemas socioeconômicos já existentes porque, com o abandono ou a interrupção dos estudos, as mães têm prejudicada sua inserção no mercado de trabalho.
Veja também
Medidas preventivas
Comunicação e educação sexual são pilares essenciais para o enfrentamento do problema. Em Fortaleza, as secretarias da Saúde e Educação integram o Programa “Viva seu Tempo”, que aborda métodos contraceptivos, planejamento familiar para evitar a evasão escolar e apoio às gestantes durante o período letivo.
A SMS também trabalha o Programa Gente Adolescente, que desenvolve atividades educativas para fomentar o debate sobre a visão e as expectativas de futuro para os adolescentes.
“Fazemos todo esse movimento para dar informação e acesso a serviços para que ela não engravide, se esse for seu desejo, nem que reincida a gravidez na adolescência, que é uma problemática”, explica Léa Dias, assessora técnica da saúde da mulher da SMS.
No eixo de prevenção, atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta gratuitamente 9 métodos contraceptivos que ajudam no planejamento familiar:
- anticoncepcional injetável mensal
- anticoncepcional injetável trimestral
- minipílula
- pílula combinada
- pílula anticoncepcional de emergência (ou pílula do dia seguinte)
- Dispositivo Intrauterino (DIU)
- preservativo feminino
- preservativo masculino
Acompanhamento profissional
Caso a adolescente tenha a gravidez confirmada, deve ir a um dos 116 postos municipais para começar o pré-natal, ainda no primeiro mês ou primeiro trimestre da gravidez.
Por lá, a paciente é vinculada ao local do parto, realiza testes rápidos e tem acompanhamento médico, odontológico e de enfermagem, além de ser integrada a grupos de gestantes. Serviços especializados são oferecidos caso ela seja classificada com gravidez de alto risco