Seca desaparece do Ceará após chuvas de março e Estado tem melhor cenário desde 2014, diz Monitor

Áreas com seca relativa reduziram ao menor patamar desde que a ferramenta foi criada

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: Açude Caldeirões, no município de Saboeiro, voltou a sangrar neste ano com boas chuvas
Foto: Governo do Ceará

Em março deste ano, o Ceará atingiu o cenário mais positivo em relação a porções de seu território sem qualquer nível de seca relativa desde o início da série histórica do Monitor de Secas, criado em 2014.

“Atualmente, devido às chuvas acima da média nos últimos meses, houve o desaparecimento da seca fraca, ficando todo estado sem seca relativa”, informa o mapa mais recente da ferramenta, publicado nesta quinta-feira (20). 

De acordo com os registros da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), março de 2023 foi o mais chuvoso dos últimos 15 anos.

Foto: Monitor das Secas

Em fevereiro, o Estado já havia chegado a apenas 4,81% do território classificado com seca fraca, que é o nível mais ameno. A área afetada concentrava-se no centro do Sertão Central e Inhamuns.

A melhora no cenário é reflexo das boas precipitações, que continuam em abril. Atualmente, há 62 açudes sangrando, inclusive em áreas do sertão cearense, de acordo com o Portal Hidrológico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

O nível total dos reservatórios cearenses já chega a 48,9% de acúmulo. As chuvas no Estado devem continuar até maio, último mês da atual quadra chuvosa. Segundo a Funceme, há 40% de probabilidade de o período encerrar acima da média.

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Histórico do Monitor

Há um ano, o Monitor de Secas informava que março de 2022 ainda tinha 37,12% de áreas com seca fraca. A situação piorou em setembro, chegando a 37,7% do território comprometido, mas desde aquele mês há diminuição sucessiva nas áreas.

O resultado atual é bastante diferente do primeiro mês contabilizado pela ferramenta: em julho de 2014, o Ceará tinha 98,6% do território com algum tipo de seca. Nas categorias específicas, 26% do Estado estava em seca grave e, 11%, em seca excepcional, o nível mais alto registrado. 

Destaque no Nordeste

A análise do Monitor informa que, devido às anomalias positivas de precipitação nos últimos meses e melhora nos indicadores, “houve o desaparecimento da seca no Ceará e a atenuação da seca no sul do Rio Grande do Norte”, que passou de moderada para fraca. 

Por outro lado, outros Estados não tiveram resultados tão positivos. Devido às chuvas abaixo da normalidade, houve avanço da seca fraca no oeste e sudoeste da Bahia e pequeno aumento na área com seca fraca no sul dos estados do Maranhão e do Piauí.

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