Quem deve se vacinar contra a Covid? Saiba como será a estratégia a partir deste ano

Bebês e idosos fazem parte do público prioritário para a imunização contra a doença no novo cenário epidemiológico

Escrito por Lucas Falconery , lucas.falconery@svm.com.br
Legenda: Imunização de idosos e pessoas com problemas de imunidade deve acontecer periodicamente
Foto: Fabiane de Paula

A vacinação contra a Covid-19 nos estados brasileiros acontece não mais como uma campanha, mas sim como rotina de imunização. No atual contexto de transmissão da doença, o Ministério da Saúde busca vacinar o público prioritário, como idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido, com reforço a cada seis meses e proteger crianças com três doses.

Os adultos saudáveis que receberam pelo menos duas doses do imunizante contra a Covid estão com o esquema completo e não há previsão de novas doses de reforço. Para o público prioritário, ainda em março deste ano, o Brasil deve receber lotes com a vacina mais atualizada aprovada no País contra o vírus XBB da doença.

A estratégia de vacinação contra a Covid foi explicada por Eder Gatti Fernandes, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde (MS), em entrevista ao Diário do Nordeste, nesta terça-feira (27). O diretor participa, em Fortaleza, do 7º Seminário Estadual de Vigilância em Saúde promovido pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

O esquema vacinal completo, por faixa etária, está definido assim:

  • Maiores de 6 meses e menores de 5 anos: 3 doses;
  • Adultos saudáveis menores de 60 anos: pelo menos 2 doses;
  • Idosos, gestantes, profissionais da saúde e imunocomprometidos: uma dose a cada 6 meses.

Eder acrescenta que a vacina contra a Covid faz parte do calendário infantil e os bebês devem receber a primeira dose aos seis meses, um reforço aos sete e o último aos nove meses para garantir a proteção.

"Vai fazer parte do calendário das crianças, ou seja, quando for na escola vão checar a proteção e os condicionantes, como o acesso ao Bolsa Família, que precisa estar com o calendário vacinal em dia", frisa.

A cobertura vacinal com 3 doses, para as crianças menores de 5 anos, está em apenas 9,5% da população nesta faixa etária no Ceará, conforme a plataforma do Ministério da Saúde atualizada nesta terça-feira (27).

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Em relação aos adultos vacinados com duas doses, a cobertura vacinal está em torno de 90%. "O ideal é que todas as pessoas tenham duas doses na vida e, vale lembrar, que as pessoas uma vez vacinadas podem pegar Covid, o que a vacina faz é reduzir o número de hospitalização e morte", completa Eder.

Se você tomou duas, três ou quatro doses, e não tem nenhuma doença ou menos de 60 anos, não precisa se vacinar mais por hora. Óbvio que estamos monitorando a Covid-19 porque alguma surpresa pode acontecer
Eder Gatti Fernandes
Diretor do Programa Nacional de Imunizações
Já os idosos, imunocomprometidos, gestantes, profissionais da saúde preocupam os especialistas pela vulnerabilidade à doença.

"Essas pessoas vão poder receber reforços todos os anos ou a cada seis meses, a depender do grupo. Por exemplo, os imunocomprometidos e os idosos estão com uma dose garantida a cada seis meses", reforça o diretor.

"Nós colocamos a vacina para as crianças, os maiores de seis meses e menores de cinco anos, tem que ter três doses. A gente colocou no calendário vacinal da criança menor de um ano três doses de vacina Covid

Vacina Covid XBB

Semelhante ao que acontece com a vacina contra a gripe, o imunizante contra a Covid passa por atualizações na composição e, dessa forma, existe uma expectativa de que o Brasil receba os primeiros lotes da vacina que atua contra a subvariante XBB em março.

“Fizemos a compra de forma emergencial, o que fez com que a entrega fosse mais rápida dentro do nosso contexto, com o processo aberto desde 2023”, divulgou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, na rede social "X", antigo Twitter.

Legenda: Diretor apresentou detalhes do sistema de vigilância das doenças que podem ser prevenidas com vacina
Foto: Fátima Holanda/Ascom Sesa

Eder Gatti explica que isso acontece porque os contratos com as fabricantes exigem a atualização da fórmula conforme a aprovação. "Isso quer dizer que as pessoas precisam esperar a vacina XBB chegar no País? Não. As pessoas devem se vacinar com a vacina disponível, que ainda protege e é segura", conclui.

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