MEC cogita usar Enem para calcular Ideb de alunos do último ano do Ensino Médio, diz Camilo

Atualmente, indicador considera taxa de rendimento escolar e resultado das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb)

Escrito por Redação ,
Camila Santana em entrevista ao Sistema Verdes Mares, no dia 2 de setembro de 2024. MEC cogita usar Enem para calcular Ideb de alunos do último ano do Ensino Médio, diz Camilo
Legenda: Alterações podem ser implementadas já no próximo ciclo do indicador, que inicia ano que vem, com previsão de divulgação dos resultados em 2026
Foto: Fabiane de Paula

O ministro da Educação, Camilo Santana, detalhou, em entrevista à rádio FM Verdinha 92.5, nesta segunda-feira (2), que planeja alterar os componentes usados para calcular o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Brasil. Segundo ele, a principal mudança analisada é a adoção dos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para estipular as notas dos alunos do último ano do Ensino Médio. 

Atualmente, o cálculo do Ideb sobre os estudantes do terceiro ano do nível médio considera a taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho obtidas na aplicação das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Porém, caso o Ministério da Educação (MEC) implemente a mudança, esses discentes passariam a fazer somente uma avaliação em ano de realização de Ideb — que acontece a cada biênio. 

Eu estava falando, comentando, esses dias, em relação ao terceiro ano do ensino médio: o aluno faz duas provas - a do Saeb, para medir o Ideb, e faz a do Enem. Então, a gente [MEC] acha que são duas provas que competem uma com a outra. Ou seja, é melhor deixar que o Enem possa ser a avaliação do aluno no terceiro ano, porque ele está focado no Enem, não está focado no Saeb."
Camilo Santana
Ministro da Educação

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Camilo detalhou que a sugestão está em análise. Caso aprovada, pode ser implementada já no próximo ciclo do indicador, que inicia ano que vem e tem previsão de divulgação de resultados para 2026.

O gestor ainda frisou que qualquer mudança dos componentes de cálculo do Ideb será discutida com entidades e especialistas do setor, além de estados e de municípios. As análises sobre o tema começar a ser debatidas a partir deste mês de setembro, segundo o ministro.   

Temos dois anos para o novo Ideb. Então [vamos] ouvir as redes, os municípios, os estados, os especialistas, para que a gente possa construir um Ideb que possa aperfeiçoar, melhorar e, inclusive, diminuir as desigualdades".
Camilo Santana
Ministro da Educação

"A gente sabe que tem uma desigualdade muito grande entre alunos brancos e negros, entre quilombolas, alunos indígenas, escolas indígenas, então a gente também [quer] reduzir as desigualdades educacionais também com a mensuração do novo Ideb", acrescentou Santana. 

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