MEC cogita usar Enem para calcular Ideb de alunos do último ano do Ensino Médio, diz Camilo
Atualmente, indicador considera taxa de rendimento escolar e resultado das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb)
O ministro da Educação, Camilo Santana, detalhou, em entrevista à rádio FM Verdinha 92.5, nesta segunda-feira (2), que planeja alterar os componentes usados para calcular o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) no Brasil. Segundo ele, a principal mudança analisada é a adoção dos resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para estipular as notas dos alunos do último ano do Ensino Médio.
Atualmente, o cálculo do Ideb sobre os estudantes do terceiro ano do nível médio considera a taxa de rendimento escolar (aprovação) e as médias de desempenho obtidas na aplicação das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Porém, caso o Ministério da Educação (MEC) implemente a mudança, esses discentes passariam a fazer somente uma avaliação em ano de realização de Ideb — que acontece a cada biênio.
Eu estava falando, comentando, esses dias, em relação ao terceiro ano do ensino médio: o aluno faz duas provas - a do Saeb, para medir o Ideb, e faz a do Enem. Então, a gente [MEC] acha que são duas provas que competem uma com a outra. Ou seja, é melhor deixar que o Enem possa ser a avaliação do aluno no terceiro ano, porque ele está focado no Enem, não está focado no Saeb."
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Camilo detalhou que a sugestão está em análise. Caso aprovada, pode ser implementada já no próximo ciclo do indicador, que inicia ano que vem e tem previsão de divulgação de resultados para 2026.
O gestor ainda frisou que qualquer mudança dos componentes de cálculo do Ideb será discutida com entidades e especialistas do setor, além de estados e de municípios. As análises sobre o tema começar a ser debatidas a partir deste mês de setembro, segundo o ministro.
Temos dois anos para o novo Ideb. Então [vamos] ouvir as redes, os municípios, os estados, os especialistas, para que a gente possa construir um Ideb que possa aperfeiçoar, melhorar e, inclusive, diminuir as desigualdades".
"A gente sabe que tem uma desigualdade muito grande entre alunos brancos e negros, entre quilombolas, alunos indígenas, escolas indígenas, então a gente também [quer] reduzir as desigualdades educacionais também com a mensuração do novo Ideb", acrescentou Santana.