Incêndio no Parque do Cocó teve causa involuntária, diz perícia

Laudo da Pefoce aponta que chamas foram causadas por restos de fogueira usada para preparar alimentos

Escrito por Redação ,
Área devastada pelo Parque do Cocó
Legenda: Incêndio do Parque do Cocó foi causado por ação humana involuntária, diz Pefoce
Foto: Fabiane de Paula

A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) concluiu que o incêndio no Parque Estadual do Cocó, entre os dias 17 e 18 de novembro de 2021, foi causado por ação humana involuntária, através dos restos de uma fogueira usada para preparar alimentos. 

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O laudo confeccionado por peritos criminais do Núcleo de Perícia em Engenharia Legal e Meio Ambiente (Nupelm) aponta que as chamas tiveram início em um local em que pessoas deixaram uma espécie de fogueira ainda com brasas acesas.

O resultado foi obtido após análise minuciosa dos vestígios e levantamento da dinâmica do incêndio, segundo a Pefoce. Foram encontrados no local apetrechos como grelha e garrafas de bebidas alcoólicas, além de espinhas de peixe e restos de comida.

Durante a análise pericial, o Nupelm também trabalhou com imagens de satélite, drone, croquis, além de pesquisas e estudos relacionados ao ecossistema local. O trabalho contou com apoio dos técnicos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA).

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Legenda: Incêndio no Parque do Cocó foi controlado, mas equipes atuam para evitar o retorno do fogo
Foto: Fabiane de Paula

Prejuízo ambiental

Dos 1.581 hectares de extensão do Parque do Cocó, cerca de 46 foram afetados pela ação no incêndio, correspondendo a 2,9% do parque ecológico.

O trabalho desempenhado pela equipe de engenharia ambiental da Pefoce, em conjunto com PREVINA, identificou a dinâmica do incêndio. O levantamento pericial auxiliou na identificação das espécies que foram atingidas com o incêndio e os danos causados ao bioma do Parque Ecológico.

Levantamento do Programa de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais (PREVINA) indica que 299 árvores, entre espécies herbáceas e arbustivas, foram tombadas e outras 18 precisaram de recuperação após o incêndio. 

Entre os animais mortos, foram identificados Mussum, rã, jiboia, cágado do nordeste, iguana, anu-preto, mas não foram encontradas espécies em extinção. Parte das espécies foram resgatadas e receberam atendimento veterinário, segundo a SEMA.

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Legenda: Incêndio no Parque do Cocó foi controlado, mas equipes atuam para evitar o retorno do fogo
Foto: Fabiane de Paula

Plantio de árvores

No próximo dia 20 de março, na abertura da festa Anual das Árvores 2022, haverá o plantio de 600 árvores de mangue no local do incêndio, segundo disse o titular da SEMA, Artur Bruno. 

“Já temos estas mudas prontas. Estamos fechando uma parceria com várias instituições públicas e privadas que irão contribuir para este momento. Mais que uma crítica às pessoas que causaram o desastre, é uma forma de mostrar a estima da população de Fortaleza pelo Parque Estadual do Cocó e por sua flora e sua fauna”, explicou o secretário. 

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