Governo Federal mais que dobra a verba para o IJF e reabre 60 leitos de enfermaria e UTI

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que também haverá aporte financeiro para o Hospital da Mulher e para o Hospital Universitário do Ceará, vinculado à Uece

(Atualizado às 13:30)
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha
Legenda: O ministro Alexandre Padilha está em Fortaleza para participar da inauguração do Hospital Universitário do Ceará, no campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece)
Foto: Davi Rocha

A partir do próximo mês, o Governo Federal vai “mais do que dobrar” a verba enviada para o funcionamento e a manutenção do Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza. Em entrevista ao Diário do Nordeste na manhã desta quinta-feira (19), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), informou que o aporte será de R$ 180 milhões “já em abril”, um aumento de cerca de 125%.

No ano passado, quando o hospital passou por uma crise marcada por falta de medicamentos, insumos, atraso salarial de profissionais e cancelamento de procedimentos, o valor repassado anualmente pelo Ministério da Saúde (MS) à unidade municipal era de cerca de R$ 80 milhões, como estima Padilha.

Em dezembro de 2024, a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) aprovou o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2025, com R$ 729 milhões destinados ao IJF. Dessa forma, para se ter ideia, o novo aporte federal representa quase um quarto do orçamento total.

9%
é a porcentagem atual de participação do Governo Federal no custeio do funcionamento do IJF, enquanto 81% são de responsabilidade municipal e 10% estadual.

O objetivo da Pasta federal é integrar o fluxo de acesso do paciente e reduzir o tempo de espera da população por atendimentos especializados. Com o incremento, conforme o ministro, será possível reabrir cerca de 60 leitos de enfermaria ortopédica e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que estavam desativados.

Padilha informou ainda que o hospital vai passar a realizar, por mês, 850 ressonâncias magnéticas — cerca de 500 a mais do que o número atual — e 250 exames de hemodinâmica. “Hoje, chega a fazer cerca de 8 por mês”, frisa o ministro, sobre os procedimentos realizados para diagnóstico e tratamento de problemas no sistema circulatório.

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Ainda segundo o titular do MS, ocorrerão mudanças de gestão, com integração de procedimentos entre Município, Estado e União. A ideia é avaliar essa implementação para “poder crescer mais ainda” a participação financeira do Governo Federal no funcionamento do IJF.

“Vamos, junto com a Prefeitura, entrar no hospital e identificar outros serviços que possam ser ampliados, sobretudo dentro desse foco do Governo Federal de reduzir o tempo de espera para problemas oftalmológicos, cirurgias de visão, problemas cardíacos”, exemplifica. O ministro deve visitar o IJF, nesta quarta-feira (19).

A orientação do presidente Lula foi: Vamos fortalecer e transformar essa unidade aqui em Fortaleza num modelo para reduzir o tempo de espera para atendimento especializado e ser um modelo para a gente poder fazer no Brasil inteiro.
Alexandre Padilha
Ministro da Saúde

Na última quinta-feira (13), o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), esteve em Brasília para uma reunião com o presidente Lula. De acordo com o gestor municipal, ele pediu “socorro para a Saúde de Fortaleza”. O IJF foi um dos temas tratados no encontro, que também envolveu o ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT), o governador Elmano de Freitas e o ministro Alexandre Padilha.

Referência não só para Fortaleza, mas para todo o Estado, o Instituto Dr. José Frota é “quase único” pelo tamanho e pela especialização em traumatologia, como caracteriza Padilha. Ele avalia, contudo, que é possível enfrentar e resolver os problemas que atingem a unidade.

“Vamos trazer também toda a experiência do Ministério, não só recursos, mas parceria. Por exemplo, temos o Grupo Hospitalar Conceição, um hospital federal que nesse momento está fazendo uma intervenção no Rio de Janeiro, reorganizando os hospitais federais. Vamos buscar experiências que apoiam a gestão de organização dos principais hospitais de excelência do Brasil”, afirma.

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“Obsessão” em reduzir tempo de espera

O investimento anunciado pelo titular da Saúde passa de R$ 200 milhões e inclui mais de R$ 14 milhões para o Hospital Universitário do Ceará, que será inaugurado nesta quarta-feira (19), e cerca de R$ 2 milhões para o Hospital e Maternidade Zilda Arns (Hospital da Mulher), para a retomada de cirurgias ginecológicas.

Essa vinda ao Ceará marca a inauguração de um novo modelo de financiamento para os serviços públicos de saúde, com um valor maior para entes que garantirem atendimento mais rápido.

“Acho que temos tudo para, no dia de hoje, marcar a história na saúde do povo do Ceará, no dia de São José, aqui em Fortaleza, que á (a inauguração deste) novo hospital universitário e esse novo modelo ‘poupatempo’ do atendimento, para reduzir o tempo de espera para cirurgia, para exame especializado”, afirmou, em entrevista à Verdinha FM 92.5.

A redução do tempo de espera do paciente no Sistema Único de Saúde (SUS) é a prioridade da gestão de Padilha, em continuidade com o trabalho executado pela ex-ministra Nísia Trindade, que esteve à frente da Pasta desde 2023 até o início deste mês. “O presidente Lula fala que tem que ser uma verdadeira obsessão de quem está no Ministério da Saúde”, disse.

Na segunda-feira (10), o Ministério publicou a Portaria nº 6.656, de 7 de março de 2025, que torna obrigatório e periódico o envio de dados de solicitações de procedimentos e encaminhamentos a serviços especializados para a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). A mudança visa tornar o fluxo de informações sobre regulação mais ágil e informatizado.

Inauguração do Hospital Universitário do Ceará

O ministro Alexandre Padilha está em Fortaleza para participar da inauguração do Hospital Universitário do Ceará, no campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece), ao lado do presidente Lula (PT), do governador Elmano de Freitas (PT) e de outras autoridades. A projeção, feita pelo Governo do Estado, é que esta será a maior unidade hospitalar da rede estadual, tanto em tamanho, como em complexidade de atendimento.

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