Fevereiro tem menos 200 mil casos e 400 mortes por Covid que janeiro no CE; veja redução por cidade

Ao todo, mais de 30 cidades reduziram infecções em mais de 95%; além disso, 46 zeraram óbitos.

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: Avanço da vacinação e esgotamento de pessoas vulneráveis são apontados como fatores para a redução.
Foto: Thiago Gadelha

A pandemia da Covid-19 perdeu força em fevereiro, no Ceará. A redução na procura por atendimentos nas unidades de saúde e nas solicitações por leitos de enfermaria e UTI refletem a menor positividade de casos e de mortes pela doença. Entre janeiro e fevereiro, os registros caíram em cerca de 200 mil infecções e 400 óbitos.

Os dados são da plataforma IntegraSUS, da  Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), que monitora o cenário epidemiológico no Estado e funciona como instrumento para a tomada de decisões sobre o futuro da pandemia.

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O mês de janeiro, que marcou a explosão da transmissão da variante Ômicron, teve 224.462 casos confirmados. Embora a maior parte da população cearense esteja vacinada com duas doses, o vírus ainda levou 867 pessoas à morte.

Já em fevereiro, os registros de infecções caíram quase 90%, para 23.178 casos. A quantidade de óbitos reduziu 46%, passando para 468. Outro indicativo da atenuação do quadro é que 78 cidades não registraram mortes em fevereiro; no mês anterior, haviam sido 57.

Veja abaixo a situação da pandemia em cada cidade cearense:

Essa variante (Ômicron) causou uma subida muito rápida no número de casos. Como ela infecta todo mundo, logo vai ter menos gente para ser infectada, o que se chama de ‘esgotamento de suscetíveis’. Então, é uma onda que sobe muito rápido, mas cai mais cedo e mais rápido do que as outras que enfrentamos.
Keny Colares
Médico infectologista

Destaques no Estado

Entre janeiro e fevereiro, mais de 30 cidades tiveram mais de 95% de redução nos registros de novos casos da doença. O destaque vai para Ibicuitinga, no Sertão Central, cujo decréscimo passou de 307 para apenas dois (-99,35%). Massapê teve queda de 98,69%, passando de 534 para sete.

Grandes cidades da Região Metropolitana de Fortaleza também registraram diminuição:

  • Maranguape: -96,6% (de 3.349 para 114)
  • Pacatuba: -96,32% (de 2.475 para 91)
  • Eusébio: -95,92% (de 4.606 para 188)
  • Maracanaú: -95,84% (de 6.948 para 289)
  • Caucaia: -95,06% (de 6.411 para 317)

Já em relação aos óbitos, 46 cidades zeraram os registros, somadas a outras 32 que não tiveram nenhuma morte nos dois meses analisados. Outros 44 municípios tiveram apenas uma morte, cada.

Situação na Capital

Por concentrar a maior população do Estado, Fortaleza também é responsável pela maior parcela de casos e mortes entre os municípios. Porém, a cidade também acompanhou a redução expressiva no último mês.

Os casos diminuíram 94%, indo de 77.647 para 4.613. As mortes tiveram decréscimo de 429 para 178, representando índice de 58,5%. A última análise da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), lançada no fim de fevereiro, corrobora com os dados:

“Nas quatro últimas semanas, houve expressiva diminuição da demanda assistencial por síndrome gripal tanto nos Postos de Saúde quanto nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), associada à queda substancial dos casos de Covid-19 e redução das amostras positivas. Os registros atuais de atendimentos voltaram ao nível anterior à terceira onda. São evidências de forte tendência de redução da transmissão”, avalia.

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Cuidados nos próximos meses

Especialistas em saúde pública pontuam, contudo, que ainda não é o momento para acreditar que a pandemia está encerrada. O infectologista Keny Colares alerta que o que vai acontecer nos próximos meses “é uma grande interrogação”, já que não é possível prever o surgimento de novas variantes.

Por isso, atualmente, o mais indicado é a intensificação do processo de vacinação para minimizar tais riscos, como indica Júlio Croda, médico infectologista da Fiocruz e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT).

“À medida que a gente vacinar, ofertar doses de reforço, a tendência é que o risco de morrer diminua. E se temos uma letalidade menor, é preciso adotar menos medidas restritivas. Alguns países, por exemplo, repensarem essas medidas individuais, porque o risco de morrer diminuiu, o risco de colapsar o sistema de saúde, diminui”, reforça.

 

 

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