Enem 2025: guia para gerenciar o tempo de prova e ter bom desempenho
Dicas para otimizar a redação e a resolução de questões e ainda controlar a ansiedade.
Com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cada vez mais próximo, montar uma estratégia de prova é tão importante quanto dominar o conteúdo que pode ser cobrado. Com 5h30 para resolver 90 questões e escrever a redação no primeiro dia, entender o que fazer primeiro, o que deixar momentaneamente de lado, quanto tempo dedicar ao texto dissertativo-argumentativo e como lidar com momentos de ansiedade pode ser o diferencial para conquistar uma boa nota.
Insistir em questões difíceis, não cuidar de si na véspera e no dia do exame e se culpar por algum atraso entre as questões são alguns pontos que podem atrapalhar os candidatos durante uma prova como o Enem, de acordo com especialistas ouvidos pelo Diário do Nordeste.
Para o primeiro dia de Enem 2025, que será realizado no próximo domingo (9) — com exceção de Belém, Ananindeua e Marituba, no Pará —, o professor Marcos André Tomaz Lima, diretor de Ensino do Colégio Ari de Sá, pontua uma dica importante. Ele destaca que 1h30 é tempo suficiente para a redação, caso o candidato tenha treinado ao longo do ano.
“O tempo de rascunho é importante para amenizar possíveis inadequações, tanto de projeto de texto quanto gramatical”
Para as questões da prova, ele destaca ser possível calcular uma média do tempo que deverá ser gasto em cada questão ao dividir o tempo total da prova pelo número de questões perguntas. “No segundo dia, por exemplo, serão 5h (300 minutos) para 90 (noventa) questões, ou seja, 3,3 minutos por questão”, diz.
Dicas para usar o tempo a seu favor
O começo da prova tende a ser o momento de mais tensão para os candidatos, e, por isso, a dica é começar a responder às perguntas por uma disciplina com que o candidato tem mais afinidade. Com isso, ele pode deixar o tempo restante para trabalhar melhor a matéria que considera mais difícil, sugere o professor Marcos André Tomaz Lima.
O docente também destaca que o participante não deve insistir em questões com as quais está tendo dificuldade. “O mais importante é seguir a estratégia feita durante o ano letivo, nos simulados”, afirma.
Se uma pergunta estiver tomando muito tempo, pule para a próxima e volte a ela depois. Assim, você garante que responderá o máximo possível de questões mais acessíveis antes que o tempo acabe.
A psicóloga do Colégio Ari de Sá, Katiane Fernandes, concorda com essa estratégia. Ela aponta que, dessa forma, a chance de o participante começar com mais acertos são maiores. “Você começa pelo que domina, e isso vai ajudar você a ter maior confiança logo no início da prova. Tendo maior confiança, você vai se sentir mais adequado, de forma tranquila, para ir se orientando com relação a essa questão do tempo, a não se cobrar tanto”, afirma.
A preparação na véspera e no dia do Enem também é um aspecto importante destacado pelo professor. “Durma bem na véspera para evitar que o cansaço afete seu raciocínio. Alimente-se adequadamente antes do exame, pois a hipoglicemia (queda de açúcar no sangue) pode comprometer sua concentração e desempenho mental”, aconselha.
Controle emocional também faz parte da estratégia
É normal que a ansiedade esteja presente antes e durante a prova. Por isso, a psicóloga Katiane Fernandes aponta que é preciso “conversar” com ela, no sentido de saber administrá-la. E uma forma de fazer isso é ter clareza sobre alguns aspectos da prova, como data, local, forma de deslocamento e o que levar para o dia do Enem.
Você já deve ir para a prova com a sua estratégia: saber quanto tempo leva a prova que você vai fazer no primeiro dia, no segundo dia, quais são as disciplinas. É o movimento de canalizar toda a sua atenção para aquele dia com muito respeito, com muita presença. Isso vai ajudar a trabalhar ansiedade, a equilibrar as emoções.
Ela também aponta a importância da compreensão sobre a situação que será enfrentada. “Eu não posso ir para a prova pensando que vou para a praia, que vou me divertir. Mas também é preciso ter esse estado de consciência: é um momento para o qual eu me preparei, eu faço prova desde a primeira série do ensino fundamental. Eu levo uma bagagem para a prova”, aconselha.
Ter feito simulados ao longo do ano também ajuda o candidato a entender em que momentos precisa fazer pausas. “Isso pode variar um pouco, mas algumas pessoas conseguem fazer a cada 15 ou 20 questões”, indica. Esse é um momento em que o participante pode fechar os olhos e respirar fundo.
“A técnica de respirar é muito importante. Respiramos muito mecanicamente e, quando fazemos isso com presença, colocamos muita consciência e ajuda a acalmar o corpo e a trabalhar o foco, a concentração”, ressalta.
Veja também
O que fazer se estiver atrasado nas questões?
E se o candidato perceber que já passou mais tempo do que ele havia planejado e que ainda falta responder muitas perguntas? A forma de agir a partir de então pode ser “um divisor de águas”, segundo a psicóloga. “Nesse momento, você ativar pensamentos de culpa pode ser uma grande cilada”, afirma.
Nessa situação, ela destaca que é preciso adotar um pensamento estratégico e “frio”. É preciso ter equilíbrio emocional para poder agir, cuidar de si e usar bem o tempo que ainda resta, com clareza sobre o que falta fazer e quais questões o candidato tem mais chance de acertar. “Em um momento de emergência, de sobrevivência, você não vai se culpar. ‘O que foi que aconteceu, quem fez, porque fez, onde fez, como fez?’”, diz.
Além disso, ela indica que é preciso tentar não correr. “É até ambíguo, mas o que é ‘não correr’? É você não se desesperar, saber que tem pouco tempo e fazer com que ele renda. Porque, se você tiver pressa, você vai aumentar os seus erros e o seu desgaste, e aí você se atropela”, finaliza.