Checklist de última hora: o que revisar na véspera do 1º dia do Enem 2025

Veja temas que costumam ser cobrados no Enem para rever antes das provas.

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Redação producaodiario@svm.com.br
Mãos de menina escrevendo em caderno.
Legenda: Na véspera do Enem, a dica é revisar os assuntos mais recorrentes em provas passadas, mas sem tentar aprender conteúdos novos.
Foto: Nils Stahl-Unsplash

Principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, o primeiro dos dois dias de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 está marcado para o próximo domingo (9) na maior parte do País. Os candidatos terão 5h30 para responder às questões de Linguagens e Ciências Humanas, além de fazer a redação. À medida que a prova se aproxima, é comum surgirem dúvidas sobre o que se deve revisar.

Com uma lista grande de conteúdo, é impossível revisar tudo na véspera do exame. Por isso, o professor Marcos André Tomaz Lima, diretor de Ensino do Colégio Ari de Sá, destaca a importância de entender que o tempo é limitado e que se deve fazer escolhas para aproveitá-lo da melhor forma possível. Não é hora, por exemplo, de tentar aprender algum conteúdo novo.

Segundo Lima, o foco deve estar em consolidar o que já foi estudado. “Deve-se investir o tempo das semanas que antecedem à prova para revisar os assuntos mais recorrentes em edições anteriores e resolver questões passadas”, afirma.

Além disso, ele aponta a necessidade de reduzir a ansiedade e garantir que o candidato esteja física e mentalmente preparado para o grande dia. “É importantíssimo cuidar do descanso, pois a mente cansada pode trazer diversos prejuízos para o desenvolvimento da prova”, complementa.

Para auxiliar os candidatos nesta etapa, o Diário do Nordeste solicitou a professores do Colégio Ari de Sá um checklist dos temas em cada área do conhecimento abordada no primeiro dia do Enem.

Língua Portuguesa

Foque nas funções da linguagem, reconhecendo a intenção do emissor:

  • Informar (referencial);
  • Emocionar (expressiva);
  • Convencer (conativa);
  • Refletir sobre o próprio código (metalinguística);
  • Criar efeitos estéticos (poética);
  • Manter o contato (fática).

“Dominar essas funções ajuda a interpretar textos de diferentes naturezas”, afirma o professor Marcos André Tomaz Lima. Ele também indica revisar os gêneros textuais, entendendo seus objetivos e estruturas — como crônicas, propagandas e artigos de opinião.

Em literatura, concentre-se no modernismo brasileiro, que rompeu com o passado e buscou novas formas de expressão.

  • A primeira fase é de ruptura e humor crítico (Mário e Oswald de Andrade);
  • A segunda, de reflexão social (Drummond, Cecília, Graciliano);
  • E a terceira, de linguagem intimista e existencial (Clarice, João Cabral, Rosa).

Redação

Para a Redação, embora seja improvável acertar o tema que será cobrado, o diretor de Ensino destaca que a prova costuma abordar eixos temáticos sociais pertinentes à realidade brasileira.

É o caso de temas ligados a cidadania, meio ambiente, educação, saúde e diversidade cultural. “Tudo que é vivência, tudo que é debate social, pode ser um recorte e pode ser um assunto trabalhado no Enem”, afirma.

Durante a revisão, a dica é reler textos já escritos, entender erros e acertos. Além disso, o candidato deve revisar os eixos temáticos, para entender possíveis argumentos e temas que podem ser tratados.

“Na hora da prova, [o participante deve fazer uma] revisão textual: evitar desvios de gramática, de escrita e falhas na estrutura sintática”, indica.

Alguns assuntos que ele destaca são:

  • 35 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): A defesa e a proteção integral de crianças e adolescentes, discutindo questões como a adultização e a violência contra esse grupo;
  • 35 anos do Sistema Único de Saúde (SUS): A promoção da saúde pública, com debates sobre vacinação e o combate a arboviroses;
  • COP30: As discussões ambientais, como a questão dos resíduos sólidos (lixo) e a busca por uma sustentabilidade necessária;
  • Inteligência Artificial: O impacto da IA no mercado de trabalho e na educação.

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História

Entre os tópicos mais recorrentes nas avaliações de Ciências Humanas, o professor Carlos David destaca:

  • Idade Contemporânea;
  • Brasil Colônia;
  • Brasil Império;
  • História Política;
  • Patrimônio Histórico-Cultural e Memória.

Como proposta de trilha de revisão e aprofundamento, a recomendação é que sejam revisados os seguintes eixos temáticos:

  • A Era das Revoluções, com ênfase na Revolução Industrial e na Revolução Francesa;
  • O Neocolonialismo;
  • A Revolução Russa;
  • As Grandes Guerras Mundiais;
  • O Período Entre Guerras, abordando os Regimes Totalitários e a Crise de 1929;
  • A Guerra Fria e a consolidação da Nova Ordem Mundial.

No que se refere ao Brasil Colônia, o professor destaca que é essencial compreender:

  • A formação da sociedade colonial;
  • Suas relações diretas com as culturas indígena e africana.

Em relação ao Brasil Império, recomenda-se revisar:

  • A constituição de 1824;
  • Os conflitos sociais do Período Regencial;
  • A estrutura econômica baseada no café;
  • Os aspectos ligados à política externa e à questão abolicionista.

Sobre o Brasil Republicano, o professor aponta que devem ser analisados:

  • Os momentos mais significativos da República;
  • Os principais movimentos sociais;
  • E as estruturas políticas e econômicas, com especial atenção ao período que se estende da Era Vargas ao regime civil-militar.

Jovem negro estudando em frente a computador.
Legenda: Nos dias antes da prova também é preciso que o candidato cuide de si, reduza a ansiedade e esteja física e mentalmente preparado.
Foto: Desola Lanre-Ologun / Unsplash

Geografia

Os temas de Geografia mais recorrentes nas últimas edições do Enem, segundo Marcos André Tomaz Lima, foram:

  • Geografia Agrária;
  • Meio Ambiente;
  • Questões econômicas e globalização;
  • Geografia física;
  • Geografia urbana.

“Os participantes do Enem precisam estudar conceitos para tentar entender a formação do espaço, as implicações sociais, as relações de poder e as questões ambientais”, reforça o professor.

Segundo Lima, os alunos devem focar na temática da agricultura. Neste aspecto, ele aponta que o Enem costuma cobrar os seguintes pontos:

  • Agronegócio;
  • Transformação;
  • Mecanização;
  • Impactos no mundo do trabalho.

Tudo isso desde a organização dos sistemas e a evolução do agronegócio até os conflitos de terras, a interação sobre a cidadania, os movimentos sociais e o impacto ambiental.

A partir daí, Lima aponta que é possível se aprofundar em questões de meio ambiente e relacionar com as mudanças ambientais, a urbanização e as questões econômicas que caracterizam e possibilitam a globalização.

“[É importante entender] como o uso de tecnologia, como internet e transporte, acelera o tempo, reduzindo a noção espacial e provocando uma territorialização e uma flexibilidade produtiva. Como tudo isso implica na sociedade em geral”, finaliza.

Filosofia

O professor Sérgio Feitosa destaca que, desde 2009, alguns tópicos de Filosofia que o Enem costuma cobrar com certa frequência estão ligados a:

  • Ética;
  • Justiça;
  • Epistemologia;
  • Ontologia.

Sobre a História da Filosofia, o docente cita que a Filosofia Antiga explora as contribuições teóricos de pré-socráticos, sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles, além de dialogar com as correntes da chamada era Helenística, sobretudo o Epicurismo e o Estoicismo.

“Aqui, as questões discutem temas mais específicos, como razão, virtude, cidadania, felicidade e liberdade”, comenta.

Já a Filosofia Medieval não costuma ocupar uma posição “de muito destaque” nas estatísticas do Enem, segundo o professor. Mas quando ela é contemplada, costuma-se destacar as contribuições de nomes como: 

  • Agostinho de Hipona;
  • Tomás de Aquino.

Sobre Filosofia Moderna, a teoria do conhecimento e a ética, prevalecem nomes como:

  • Maquiavel;
  • Descartes (o mais cobrado entre todos, até a última edição do Enem);
  • Hobbes;
  • Locke;
  • Hume;
  • Kant.

“Filósofos ditos contemporâneos também ocupam uma posição que deve ser observada com atenção”, ressalta o professor. Nesse caso, ele destaca nomes como:

  • Nietzsche;
  • Sartre;
  • Hannah Arendt;
  • Merleau-Ponty;
  • Foucault;
  • Deleuze. 

“Além disso, certos termos como ‘ontologia’, ‘epistemologia’, ‘teleologia’ e ‘metafísica’ — típicos desse universo mais específicos da Filosofia — podem ajudar o aluno na leitura e na interpretação das questões. A filosofia, no Enem, não traz a pretensão de um sistema universal, mas propõe a análise de eixos temáticos que são pontos de partida para entender a realidade”, finaliza Feitosa.

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Sociologia

Para as questões de sociologia, o professor Marcos Leandro cita como tópicos mais recorrentes nos últimos anos os seguintes temas:

  • Mundo do trabalho;
  • Cultura e indústria cultural;
  • Meios de comunicação;
  • Tecnologia e cultura de massa;
  • Ideologia;
  • Cidadania.

Em relação ao trabalho, as questões abordam, em geral, uma discussão sobre a Revolução Industrial, as condições de trabalho da classe trabalhadora e as contradições socioeconômicas.

“O conceito de indústria cultural traz justamente a discussão sobre a ideia de que a indústria produz cultura e que essa produção possui um objetivo maior: o lucro. Então, no geral, temos discussões sobre cultura majoritária, conflitos culturais e direitos culturais das minorias”, comenta.

Já sobre meios de comunicação, tecnologia e cultura de massa, o docente destaca ser comum a abordagem de temas que tratam de democratização da vida, mecanismos eletrônicos e internet.

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