Bombas da Transposição do São Francisco seguem paradas, mas chegada das águas ao Ceará continua

Em março havia a previsão do Governo Federal de consertar uma das bombas até o dia 10 de abril, mas o equipamento ainda continua sem funcionar

Escrito por Thatiany Nascimento , thatiany.nascimento@svm.com.br
imagem da estrutura da transposição do rio são francisco em jati, no Ceará
Legenda: O Governo Federal diz que apesar do não funcionamento das bombas não há prejuízo no fornecimento de água aos estados da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte
Foto: Hiane Braun/Governo do Ceará

O Ceará continua recebendo, via barragem de Jati, no Cariri cearense, as águas da Transposição do Rio São Francisco, que desde fevereiro de 2024, voltaram a chegar, a pedido do Governo do Estado. Mas, desde março, as duas motobombas da Estação de Bombeamento 3 (EBI-3), do Eixo Norte, na cidade de Salgueiro, em Pernambuco, que antecede a estrutura de Jati, estão paradas. Uma delas (a bomba 2) desde 2022. Já a outra (bomba 1) teve o funcionamento interrompido em março de 2023 e havia previsão do Governo Federal de retorno até o dia 10 de abril. Mas, ainda não voltou a funcionar. 

Em nota, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) - responsável pela Estação de Bombeamento - informou que a motobomba 1 ainda está em manutenção, pois “uma das peças necessárias está em processo de desembaraço alfandegário”. A estimativa do MIDR é que será liberada nos próximos dias para a conclusão do serviço.

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O Ministério destacou que “após o período de chuvas, todos os reservatórios e barragens atendidos por esta estação de bombeamento estão abastecidos. Ou seja, não há qualquer prejuízo no fornecimento de água aos estados da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte”.

Na nota, o MID informa que “o reparo na EBI3 foi necessário após ocorrência de vibração excessiva, desde o fim de 2022, que causou desgaste relevante nos rolamentos. A medida foi adotada com o objetivo de preservar o bem público e a segurança da operação”.

Interrupção da transferência

Em março, quando o Diário do Nordeste noticiou que as bombas estavam paradas, o secretário executivo da Secretaria de Recursos Hídrico (SRH), Ramon Rodrigues, explicou que o Estado só terá preocupações referentes à entrega das águas da Transposição se a bomba 1 não entrar em operação até maio. 

Ele, à época, explicou que as bombas da Estação de Bombeamento 3 (EBI-3), em Salgueiro (PE), são as últimas do percurso antes de chegar ao Ceará. Dessa estação em diante, as águas das Transposição vem por gravidade, usando declives. Mas, ele também ponderou que não havia riscos para o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza. 

No caso da outra motobomba, à época, o MIDR também informou que ela passa por uma manutenção e tem o retorno de operação programado para a segunda quinzena de julho, o que garantirá a plena capacidade de bombeamento da EBI3. 

Demanda pelas águas do São Francisco

Em fevereiro, o Governo do Ceará anunciou que fez o pedido ao Governo Federal de liberação das águas do São Francisco. A solicitação foi de transferência de 10 m³/s para o Estado, pois quando as 2 bombas estão em operação na Estação de Bombeamento 3 (EBI-3) a capacidade de transferência é de 25 m³/s. Mas, como uma das bombas já estava parada, a capacidade de transferência ficou em 12,5 m³/s e o Governo Federal autorizou 6,5 m³/s para o Ceará. 

Na época, a ideia era de que as águas iriam percorrer cerca de 300km até o Açude Castanhão e de lá seguiriam para o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza. Assim foi até o começo deste mês, quando a SRH interrompeu essa transferência visto que a Bacia Metropolitana está com um volume de água considerado confortável no atual momento. 

A liberação foi solicitada para o ano todo, a contar a partir de fevereiro, pois o pedido não foi exatamente em vazão, mas sim em volume. Mas não há garantia que a água será transferida o ano todo. A decisão sobre exatamente até quando será o fornecimento cabe ao Governo Federal. 


 

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