Em 4 meses, Censo identifica 80% da população do Ceará e está na reta final

Com fim previsto para dezembro, levantamento ainda enfrenta recusas a respostas e moradores ausentes

Iniciado oficialmente em 1º de agosto, o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já identificou 7,4 milhões de pessoas no Ceará, cerca de 80,2% do total estimado pelo órgão, conforme novo balanço divulgado nesta terça-feira (6). O encerramento da atividade está previsto “para o início de dezembro”.

De acordo com o superintendente do IBGE no Ceará, Francisco Lopes, em entrevista ao Diário do Nordeste, o órgão precisa encerrar o levantamento dos municípios com menos de 170 mil habirantes até o dia 23 de dezembro. 

Isso porque cidades abaixo dessa quantidade influenciam no rateio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Ou seja, das 184 cidades cearenses, serão concluídas 179. Restarão as cinco de maior população:

  • Fortaleza
  • Caucaia
  • Maracanaú
  • Juazeiro do Norte
  • Sobral

“Para essas, vamos demandar mais alguns dias, mas no dia 28 de dezembro o Censo deve estar concluído para a divulgação. A gente já adotou as providências, inclusive remanejamos recenseadores”, destaca Lopes.

A última contagem da população cearense foi realizada entre agosto e novembro de 2010. Naquele ano, havia um contingente de 8,45 milhões de pessoas. Projeções recentes do IBGE sugerem que o número aumentou 9,3% nos últimos 12 anos, elevando para 9,24 milhões o número de habitantes no Estado.

Até 5 de dezembro deste ano, foram recenseadas 7.416.252 de pessoas, sendo 3.825.535 mulheres (51,58%) e 3.590.717 homens (48,41%).

Em relação aos povos e comunidades tradicionais, 41.525 indígenas e 21.284 quilombolas já foram contados. “Embora ainda parcial, o número de quilombolas é inédito, já que esta é a primeira vez que esse tipo de investigação está sendo feita”, argumenta o órgão.

Adesão ao Censo

Foram visitados 2.526.192 domicílios. Em 2,36% dos domicílios do estado, houve recusa em responder à pesquisa, e em 4,20% os moradores estavam ausentes. “Estes percentuais ainda devem ser reduzidos até o final da operação”, diz o IBGE.

A maioria dos questionários (99,6%) foi respondida de forma presencial, mas 4.060 domicílios optaram por responder pela internet e, outros 4.828, pelo telefone.

Considerando os 19.810 setores censitários urbanos e rurais do estado, mapeamento que funciona como base para as visitas, 18.838 (95%) já estão sendo trabalhados. Os demais devem ser iniciados até dia 8, segundo Francisco Lopes.

Além das recusas e ausências, o levantamento também enfrenta a desistência de centenas de recenseadores. Só no Ceará, foram mais de 800. Eles alegam motivos como medo da violência e atrasos nos pagamentos para pedirem demissão da função.

“Esse problema foi solucionado através de novos processos seletivos, para áreas específicas. Com isso, conseguimos reter os recenseadores. Como está chegando na reta final, aqueles que já concluíram seus setores serão desligados”, explica o superintendente do IBGE-CE.