Aglomerado de estrelas e chuva de meteoros poderão ser vistos sem uso de telescópios; saiba como

Mês também terá aproximação da Lua com planetas

Escrito por Lucas Falconery , lucas.falconery@svm.com.br
aglomerado estelar
Legenda: Um aglomerado estelar com estrelas muito brilhantes, de espectro predominantemente azul, chamado M45 ou Plêiades fica bem posicionado para visualização na constelação de Touro
Foto: Shutterstok

Chuvas de meteoros, a Lua mais próxima a planetas e um aglomerado estelar brilhante: fenômenos no céu encantam e serão simples de ver a partir do Ceará em novembro de 2022. Os amantes dos pontos luminosos não precisam de equipamentos profissionais para conferir os eventos astronômicos.

São 4 oportunidades de observar as chamadas estrelas cadentes iluminando o céu com as chuvas de meteoros ao longo do mês. Quem olhar para a Lua nesse período também vai conferir a aproximação do satélite natural com Saturno, Marte e Júpiter.

Além disso, um aglomerado estelar com pontos muito brilhantes conhecido como M45 ou Plêiades, que fica na constelação de Touro. Esse tipo de aglomerado surgiu de uma mesma nuvem de gás e poeira e tem centenas de estrelas.

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A relação dos eventos astronômicos de novembro foi feita pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa em Astronomia (Lepa) da Universidade Estadual do Ceará (Uece) a pedido do Diário do Nordeste. Confira:

Conjunção e Aproximação da Lua com Júpiter: 4 de novembro

A conjunção de dois corpos celestes acontece quando estão posicionados aproximadamente na mesma ascensão reta no céu. Nessa ocasião, os astros estarão também em aproximação aparente, como explica o Lepa.

Júpiter
Legenda: Projeção do fenômeno
Foto: Stellarium/Lepa

E assim deve acontecer entre a Lua e Júpiter no dia 4 de novembro, que ficam visíveis por volta de 17h38, 45° acima do horizonte leste para quem estiver em Fortaleza.

O ponto mais alto no céu será às 20h36, 88° acima do horizonte norte, e poderão ser observados até cerca de 02h04, pondo-se no horizonte ocidental. Lua e Júpiter são visíveis a olho nu ou por meio de um par de binóculos.

Conjunção e Aproximação da Lua e Marte: 11 de novembro

Já no dia 11 de novembro será a vez de Marte chegar “pertinho” da Lua com visibilidade maior de 20h29, acima do horizonte nordeste, até às 4h54 para quem conferir o fenômeno em Fortaleza.

Lua e Marte estarão localizados nas proximidades da constelação de Touro e a observação pode ser feita a olho nu ou com auxílio de um par de binóculos.

Marte
Legenda: Projeção do fenômeno
Foto: Stellarium/Lepa

Aglomerado estelar Plêiades: 18 de novembro

Um aglomerado estelar com estrelas muito brilhantes, de espectro predominantemente azul, chamado M45 ou Plêiades fica bem posicionado para visualização na constelação de Touro. 

M45
Legenda: Projeção de como deve estar o céu
Foto: Stellarium/Lepa

No dia 18 de novembro, o fenômeno atinge o ponto mais alto por volta da meia-noite para quem acompanha da capital cearense, mas será visto a partir de 18h31 até às 4h26. Dá para ver o aglomerado de estrelas a olho nu, mas fica mais fácil com binóculos.

Chuva de meteoros Táuridas do Norte: 12 de novembro

A chuva de meteoros Táuridas do Norte fica ativa entre 20 de outubro até 10 de dezembro, mas é no dia 12 de novembro que será mais fácil enxergar o fenômeno localizado na constelação de Touro.

Em Fortaleza, os meteoros começam a aparecer a partir de 18h, com pico de previsto para meia-noite, mas seguem sendo vistos até às 4h45.

Norte
Legenda: Como deve ser a observação da chuva de meteoros Táuridas do Norte
Foto: Stellarium/Lepa

São esperados 5 meteoros por hora, conforme o portal de astronomia Star Walk. Nesse dia, a Lua está com brilho intenso e isso pode dificultar as observações.

Chuva de meteoros Leônidas: 18 de novembro

Entre os dias 6 e 30 de novembro, a chuva de meteoros Leônidas vai estar ativa, mas o pico do fenômeno será no dia 18 do mês. Esse fenômeno acontece devido a fragmentação do cometa Tempel-Tuttle.

Em Fortaleza, a chuva será visível a partir das 23h56, quando seu ponto radiante se eleva acima do horizonte leste, e até por volta das 04:46. A Nasa espera uma aparição entre 50 e 200 meteoros por hora, conforme a Starwalk. Isso também pode acontecer no dia 19.

Chuva de meteoros Alfa Monocerotídeas: 21 de novembro

A chuva de meteoros α-Monocerotídeos estará ativa entre 15 e 25 de novembro, atingindo o pico no dia 21. O ponto radiante está localizado na constelação de Canis Minor. Quem estiver no Ceará começa a ver o fenômeno a partir de 21h19 até às 4h46.

Monocerotídeas
Legenda: Como deve estar posicionada a chuva de meteoros Monocerotídeas
Foto: Stellarium/Lepa

A Lua vai estar com baixa iluminação e isso favorece a visualização das estrelas cadentes. Não é esperado um alto número de meteoros por hora, de acordo com a Starwak.

Chuva de meteoros Oriônidas: 28 de novembro

A sequência encerra com a chuva de meteoros Oriônidas, que fica ativa de 13 de novembro a 6 de dezembro, mas tem pico por volta do dia 28 de novembro. O ponto radiante está localizado na constelação de Órion.

Em Fortaleza, os meteoros começam a aparecer a partir de 19h11, quando o ponto radiante se eleva acima do horizonte leste, e seguem até 04h47. É esperada uma taxa de 3 meteoros por hora e, por isso, é preciso ficar atento. A Lua não atrapalha a visualização no dia.

Conjunção e Aproximação da Lua com Saturno: 29 de novembro

Novembro deve terminar com a Conjunção e Aproximação da Lua com Saturno por volta de 17h37 do dia 29 de novembro. Os dois ficam no ponto mais alto no céu às 18h14 e serão vistos até às 23h45. O fenômeno será fácil de ver sem equipamentos.

Observações astronômicas

Os eventos astronômicos são vistos com maior facilidade em cidades no interior do Estado por causa da distância da poluição luminosa dos centros urbanos. Ainda assim, é possível conferir os fenômenos da Capital.

Uma boa ferramenta para auxiliar nesse processo são aplicativos de astronomia que mostram um mapa do céu e identificam os astros. O Diário do Nordeste elaborou uma lista de apps com várias funções do tipo.

Os fenômenos do mês foram analisados pelo professor Ícaro Moura do Departamento de Física da Uece, além dos membros do Lepa, Daiane dos Santos, Salmo de Freitas, Tammyres Magalhães e Thácyla Souza.

 

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