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PT escolhe novo presidente neste domingo (6) em meio a desafio da popularidade

Cerca de 3 milhões de filiados estão aptos a votar

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Redação producaodiario@svm.com.br
Imagem mostra quatro homens, candidatos à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), alinhados lado a lado. Da esquerda para a direita: Edinho veste camisa polo cinza claro e sorri; Romênio usa blazer cinza e camisa polo preta; Rui segura um microfone, veste camisa social clara e exibe um adesivo de campanha; Valter sorri, usa óculos e camiseta branca com estampa de punho erguido nas cores da bandeira palestina sobre uma estrela vermelha. Ao fundo, aparecem paredes decoradas com cartazes políticos e elementos diversos.
Legenda: Edinho Silva (Construindo um Novo Brasil), Romênio Pereira (Movimento PT), Rui Falcão (Novo Rumo) e Valter Pomar (Articulação de Esquerda) são os candidatos.
Foto: Reprodução/Redes sociais

O Partido dos Trabalhadores (PT) realiza neste domingo (6) uma eleição interna que definirá sua nova direção nacional para os próximos quatro anos. A escolha ocorre após quase uma década sob a liderança de Gleisi Hoffmann e marca um momento decisivo para o futuro da legenda, que completa 45 anos em 2025.

Cerca de 3 milhões de filiados estão aptos a votar em cédulas de papel, com urnas espalhadas por todo o País e até no exterior. O resultado preliminar deve sair ainda na noite de domingo, mas a apuração definitiva será divulgada apenas na manhã de segunda-feira (7).

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A eleição ocorre em meio à preparação para as eleições de 2026, vistas internamente como uma das mais difíceis da história do partido. O novo presidente será o responsável por conduzir a sigla em um cenário político instável e diante da missão de reconectar o PT com suas bases.

Favorito na disputa, o ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, representa a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), ligada a nomes como Gleisi e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele conta com o apoio explícito de Lula, que votou neste domingo no Rio de Janeiro, durante a Cúpula do Brics.

Edinho esteve em Fortaleza na sexta-feira (4) para acompanhar plenária dos diretórios locais sobre o Processo de Eleições Diretas (PED), que também vai definir os comandos dos órgãos municipais e estadual do PT no Ceará. 

Ele foi acompanhado pelo deputado federal e líder do Governo Lula na Câmara, José Guimarães; o ministro da Educação, Camilo Santana; o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, o único petista a governar uma capital brasileira; e outros.

Além dele, também concorrem ao comando do partido Romênio Pereira (Movimento PT), Rui Falcão (Novo Rumo) e Valter Pomar (Articulação de Esquerda). As três candidaturas representam alas mais à esquerda, com críticas à condução atual da legenda e ao terceiro mandato de Lula.

Rui Falcão também esteve na capital cearense para apresentar a sua candidatura. A visita ocorreu em maio e contou com apoio da deputada federal Luizianne Lins. Romênio Pereira fez o mesmo, mas em junho, acompanhado por nomes como o deputado federal José Airton Felix.

Racha interno

Uma carta publicada por setores da esquerda do PT esta semana evidenciou rusgas entre diferentes segmentos internamente. Enquanto Edinho é apontado por colegas como candidato da “continuidade”, como noticiou o g1, outros setores – mais alinhados à esquerda – defendem ações mais radicais.

O documento criticou partidos da base aliada de Lula por “sufocar o governo” e pediu a substituição de ministros “cujos partidos fazem o jogo da direita e preparam uma candidatura bolsonarista contra Lula”. A derrubada de decretos sobre a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também foi citada. Edinho Silva não endossou o texto.

A eleição interna também simboliza a abertura de um novo ciclo dentro do partido. Pesquisas recentes do Instituto Quaest apontam que 57% dos brasileiros desaprovam a gestão de Lula no Planalto. 

Próximos passos

O vencedor da disputa assumirá o cargo no Encontro Nacional do PT, agendado para os primeiros dias de agosto. Na ocasião, será aprovada a nova tática eleitoral do partido. A principal missão do próximo presidente será, além de tentar a reeleição de Lula, reconectar o PT com sua base social e política.

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