Tempo de abertura de empresas cairá de 36 horas para até 30 minutos no Ceará

Nova plataforma será disponibilizada em janeiro pela Junta Comercial do Estado

Escrito por
Carolina Mesquita producaodiario@svm.com.br
Legenda: Micro e pequenas empresas devem ser as principais beneficiadas com a isenção do preço público
Foto: Shutterstock

A Junta Comercial do Ceará (Jucec) irá lançar em janeiro de 2022 o Empresa Mais Simples, ferramenta automatizada que promete reduzir o tempo de formalização dos negócios para até 30 minutos.

A plataforma irá analisar os requerimentos e conceder licenças, alvarás e demais autorizações para o funcionamento dos negócios de forma automática.

Veja também

No caso das empresas de baixo risco, esse retorno pode acontecer em até meia hora. Atualmente, a média geral para a formalização completa no Estado é de 36 horas.

A presidente da Jucec, Carolina Monteiro, detalha que o programa foi desenvolvido a partir do projeto Empreendedor Digital, iniciativa que reúne nove estados brasileiros e é liderada pelo Ceará para elaborar soluções que melhorem e otimizem o processo de formalização.

Segundo ela, o sistema vem sendo desenvolvido há cerca de um ano e foi lançado nessa quarta-feira (15) no Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

Ceará e Amazonas devem ser os próximos a receber a ferramenta na segunda quinzena de janeiro.

"É uma ferramenta que vai diminuir ainda mais o tempo de abertura para apenas alguns minutos e já traz todos os documentos necessários ao funcionamento da empresa", afirma.

Isenção do preço público

Atualmente, os empreendedores que querem abrir um negócio precisam pagar o chamado preço público, uma tarifa cobrada pela formalização.

A partir de janeiro, negócios de baixo risco de três naturezas jurídicas passarão a ser isentos da cobrança se utilizarem o fluxo automático no processo.

O benefício valerá para empresário individual, sociedade limitada e sociedade unipessoal.

Essa é mais uma medida da Jucec para incentivar a formalização dos negócios no Estado, assim como a redução da burocracia e tempo necessários para a abertura das empresas.

"A cobrança gera um procedimento de compensação bancária. Dispensar o pagamento já diminui uma etapa. A gente espera que o resultado da liberação da ferramenta seja de aumento do incentivo à formalização", afirma Monteiro.

Ela recorda que desde o lançamento do e-Simples já houve uma adesão significativa, inclusive durante a pandemia.

Sobre possíveis perdas de receita com a isenção, a presidente da Jucec esclarece que as reduções de arrecadação serão compensadas pelo reajuste a ser aplicado nas tarifas para empresas que façam alterações.

Negócios que estejam se desenvolvendo e precisem atualizar o porte do negócio, por exemplo, deverão passar a pagar mais para a modificação.

Ela também pontua que nem todos os empreendedores terão acesso a esse benefício, apenas aqueles que utilizarem o fluxo automático e que se enquadrarem em uma das naturezas elegíveis.

"A gente fez um longo estudo e compreendemos que (a isenção) é uma forte necessidade para o fomento ao empreendedorismo e ao desenvolvimento. Então, vamos compensar essas perdas com a correção de outras taxas de forma que ainda teremos 8% de aumento na receita"
Carolina Monteiro
Presidente da Jucec

A justificativa utilizada para o reajuste da taxa de alteração é que os negócios estão crescendo, se desenvolvendo, e portanto possuem condições de pagar mais.

Newsletter

Escolha suas newsletters favoritas e mantenha-se informado
Assuntos Relacionados