Summit GEQ: Executiva de TI e ex-CEO da Microsoft Brasil revela o que falta às empresas para não perder relevância
Tânia Cosentino aponta que líderes precisam se reinventar e adotar cultura de inovação
A crença de que a responsabilidade de toda grande decisão deve estar apenas nas mãos dos líderes ainda está enraizada nas empresas brasileiras e obstrui a prosperidade dos empreendimentos. É o que apontou Tânia Cosentino, ex-CEO da Microsoft no Brasil, durante a palestra no Summit GEQ, evento corporativo do Grupo Edson Queiroz (GEQ).
Para a especialista, em um mundo caracterizado por mudanças rápidas e imprevisíveis, nada está garantido.
Ela salienta que um time de alta performance depende de uma liderança focada em autotransformação contínua e abertura ao aprendizado, já que mesmo as grandes empresas podem deixar de ser relevantes ao ignorar tendências, movimentos de mercado ou eventos externos incontroláveis.
Como exemplo, Tânia relembra os casos da Kodak, Blockbuster e Nokia, marcas anteriormente líderes em seus respectivos ramos, que perderam posições centrais por não serem capazes de se adaptar às mudanças.
“Estão nascendo empresas de outra geração, com uma construção mental diferente, e, se a gente não se adaptar, perdemos a relevância”
Engenheira Eletricista de formação com cerca de 40 anos de carreira executiva, sendo a maior parte em multinacionais nos setores elétrico e de automação industrial, Tânia ocupou, até 2025, a cadeira de vice-presidente de cibersegurança da Microsoft América Latina.
Os 3 pilares do líder moderno, segundo a Tânia
Para enfrentar esse cenário, Tânia considera crucial fomentar uma cultura interna capaz de capturar sinais de mudança, traduzi-los e impulsionar a organização para frente, além de questionar continuamente o status da empresa no mercado.
Além disso, ela indica que o líder deve promover um ambiente de inovação baseado em curiosidade, transparência, energia e diversidade de pessoas, já que locais diversos seriam mais ricos na geração de ideias.
Na visão de especialista, o líder moderno se baseia em três princípios:
- Líder Treinador: faz perguntas para extrair o melhor do time, engajando as pessoas na busca por soluções e desenvolvendo-as, em vez de ser prescritivo;
- Líder Modelo: age de forma consistente com o que se fala, sendo um exemplo;
- Líder Cuidador: dedica tempo para escutar ativamente os colaboradores, entender suas motivações e preocupações.
“É importantíssimo comunicar, criar espaços de escuta e levar para a liderança a visão dos colaboradores. Então, ter rituais de comunicação contínua nas duas direções é fundamental. A liderança não enxerga tudo”, ressalta Tânia.
Escuta ativa: como engajar colaboradores e reduzir resistências à mudança
A implantação de uma cultura inovadora, diversa e aberta ao diálogo deve começar com um diagnóstico de dentro para fora da empresa, com o objetivo de entender o que não está funcionando. É o que aconselha Tânia.
Nesse movimento, pesquisas internas e grupos de debate são exemplos de ferramentas que auxiliam na construção de um ambiente onde todos que fazem parte da empresa serão contemplados.
Esse processo de escuta ativa é ainda mais imprescindível no acolhimento daqueles receosos em relação às mudanças.
“Isso acontece porque essa pessoa tem algo a perder ou não enxergou o potencial da transformação para a carreira dela. Então, você personaliza para cada indivíduo o porquê da mudança, para que ele ajude a transformar. Precisamos ter essa escuta ativa para entender o que motiva e o que assusta”, ensina Tânia.
Summit GEQ
O Summit GEQ, evento corporativo do Grupo Edson Queiroz, chega a sua sexta edição em 2025 com o tema “Conexões que inspiram o futuro”. O evento online é aberto ao público e acontece de 6 a 10 de outubro com palestras gratuitas de grandes nomes em áreas como gestão, consumo, desenvolvimento pessoal, tecnologia e inovação.
O Summit GEQ oferece reflexões e práticas que contribuem para o desenvolvimento pessoal e corporativo, ampliando o debate sobre os rumos da sociedade e do mercado. Inscrições online pelo site.