Retomada gradual garante retorno a cerca de 20% dos restaurantes, estima Abrasel

Embora considerada tímida, liberação de atividades é sinalização positiva para associação de restaurantes. Expectativa é que, com o passar das semanas, funcionamento possa ser ampliado gradativamente

Escrito por Ingrid Coelho , ingrid.coelho@svm.com.br
Restaurante respeitando distanciamento social
Legenda: Os estabelecimentos de alimentação fora do lar voltarão com funcionamento de 12h às 18h, mas não haverá atendimento presencial aos finais de semana, dias nos quais fica estabelecido o lockdown
Foto: Helene Santos

A retomada das atividades dos estabelecimentos de alimentação fora do lar para atendimento presencial a partir de segunda-feira (12), como anunciado pelo governador Camilo Santana neste sábado (10), atingirá cerca de 20% dos restaurantes, estima a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE).

Os estabelecimentos de alimentação fora do lar que ficam em shoppings vão poder reabrir presencialmente de 12h às 18h, e os demais, de 10h às 16h, de segunda à sextaNão haverá atendimento presencial aos finais de semana, dias em que será mantido o protocolo de isolamento social rígido.

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“Esse horário parcial estipulado e o lockdown aos finais de semana representam um retorno das atividades do nosso setor de cerca de 20%. É um número baixo, vai ser uma semana ainda difícil para esse nosso setor, que está muito fragilizado”, diz Taiene Righetto, presidente da entidade.

O presidente da Abrasel destaca, entretanto, que a liberação gradual representa um importante aceno ao segmento. “É uma sinalização de que o poder público pensa em um retorno das atividades, então apesar de ainda ser algo bem tímido, é importante”, destaca.

Ele destacou que agora o setor tem mais experiência, com base no que ocorreu no lockdown anterior. “Nos dá a oportunidade de voltarmos com protocolos seguros, mais experiência e nos dá uma sinalização de futuro, de poder, semana a semana, ampliar esses horários e voltarmos aos horários normais de forma mais firme, mais segura”, arremata.

Atividade reduzida

O presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes do Ceará, Dorivam Rocha, defende um horário maior para o funcionamento dos estabelecimentos de alimentação fora do lar.

"Trabalhar somente em horário de almoço é algo que nos deixa confusos, porque mesma operação no horário de almoço ocorre também à noite. Fortaleza, no período noturno, está ativa. Muitas pessoas trabalham nesse horário e não têm onde se alimentar", destaca o presidente do Sindirest-CE.

Tombo nas vendas

Os restaurantes cearenses tiveram uma queda de 42,6% nas vendas em fevereiro deste ano, segundo a pesquisa Impactos da Covid-19 sobre o Consumo, desenvolvida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a partir de dados da Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas.

Assista ao anúncio do governador

O Ceará está em lockdown desde o dia 13 de março, período que só atividades consideradas essenciais podem abrir no Estado. O atual decreto que impõe o isolamento social rígido vence neste domingo (11).

Já o lockdown em Fortaleza dura mais de um mês. A Capital adotou o isolamento social rígido, desde 5 de março, nesta segunda onda da doença.

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Veja o que muda com a reabertura

  • O Ceará continuará em isolamento social, com toque de recolher todos os dias das 20h às 5h;
     
  • Isolamento social rígido será mantido nos fins de semana, funcionando apenas as atividades essenciais;
     
  • Passarão a ser liberadas gradualmente algumas atividades comerciais e de serviços com 25% da capacidade, seguindo rigorosamente todos os protocolos sanitários estabelecidos pelo decreto;
     
  • Atividades estarão permitidas em horários diferenciados: algumas irão funcionar das 10h às 16h e outras das 12h às 18h;
     
  • Na educação, o ensino infantil, que estava liberado até os 3 anos, será ampliado, permitindo atividades presenciais para crianças de 4 e 5 anos, além do 1º e 2º ano do ensino fundamental, com 35% da capacidade;
     
  • Igrejas estarão autorizadas a receber no máximo 10% da sua capacidade;
     
  • Algumas atividades continuarão ainda sem liberação para avaliação do comitê;
     
  • Todos os espaços públicos e condomínios particulares continuarão restritos.

 

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