Agrotóxico é como remédio dos humanos: faz bem e faz mal
São os defensivos químicos que garantem a liderança mundial da agricultura brasileira. Os defensivos orgânicos são excelentes, mas sua produção ainda não tem escala para atender à demanda

“Pesticides” é o nome em inglês que, no mundo da agricultura, se dá aos produtos químicos – físicos ou biológicos – usados para controlar pragas e regular o crescimento das plantas. No Brasil, por causa do viés ideológico que o tema ganhou nos movimentos sociais, nos partidos de esquerda, na academia e até nos púlpitos de igrejas cristãs, esse defensivo agrícola ganhou o nome de agrotóxico. Com efeito, todo medicamento – seja ele para a saúde humana ou para a saúde dos vegetais – tem um teor de toxidade. Por isto mesmo, deve ser usado corretamente.
Por exemplo: de acordo com o Google, o paracetamol é um analgésico que alivia as dores de cabeça e um antitérmico que combate a febre. No Brasil, o paracetamol é um Medicamento Isento de Prescrição (MIP) e, por isto, pode ser comprado na farmácia sem receita médica. Dentro da embalagem do paracetamol, está a bula com todas as instruções e informações sobre como o remédio deve ser consumido pelo paciente, que correrá grave risco, inclusive o de morte, se ingerir, em vez de um só, todos os 30 comprimidos contidos no frasco.
Assim, exatamente assim, acontece na agricultura, cujos médicos são os agrônomos que, durante cinco anos, estudam e, também, se especializam nas diferentes áreas da ciência agronômica. São os agrônomos que prescrevem os medicamentos que livram das pragas e doenças todas as plantas – da soja ao algodão, do milho ao feijão, do melão ao abacate, dos brócolis ao tomate, da alface à cebola, da banana ao pimentão. Todas essas culturas – na grande, média, pequena ou micro agricultura – defendem-se das pragas, graças a esses agrotóxicos. Mas, para a sua específica aplicação, é necessário, é obrigatório seguir as recomendações do fabricante, as quais vêm impressas na bula que acompanha o produto.
Este colunista tem 81 anos, caminhando para os 82, e come, diariamente, desde os cinco anos, tomate, pimentão, cebola, banana, mamão, abacate, laranja e tangerina, arroz e feijão. E não sabe, nunca soube, onde e como eles são produzidos, mas tem certeza de que, para livrá-los das pragas, esses hortifrutis são pulverizados com defensivos, ou seja, com agrotóxicos.
Se esses alimentos fossem nocivos à saúde, isto é, se eles tivessem índice de toxidade maior do que a determinada pela Lei, este repórter e milhões de outros consumidores já teriam contraído câncer, como sugere e assegura o discurso dos que, por pura ideologia, são contra os defensivos agrícolas.
E mais: a tecnologia avançou, também, na indústria que fabrica esses defensivos agrícolas. A toxidade foi reduzida, ao mesmo tempo que aumentou a sua eficiência. É só observar a produção da agricultura brasileira, que se incrementa, também, graças à melhor tecnologia na área fitossanitário. Que o digam os europeus e os asiáticos, que consomem o que o Brasil produz no campo.
Porém, há, igualmente, os defensivos orgânicos, que, segundo o Google, “são produtos biológicos ou naturais que controlam pragas e doenças nas lavouras sem agredir o meio ambiente. São também chamados de defensivos biológicos ou biodefensivos”.
Há um sonho do agricultor e da agricultura mundiais – os do Brasil no meio – no sentido de utilizar apenas os defensivos orgânicos nas suas lavouras, mas esse sonho vai demorar a acontecer por um motivo: a produção dos orgânicos ainda não tem hoje, no Brasil e no mundo, escala suficiente para atender à gigantesca demanda planetária por alimentos. Conclusão: quem sempre garantiu, como garante hoje, a produção dos alimentos de que a população mundial necessita são os defensivos agrícolas, os agrotóxicos.
É por isto que as grandes áreas agrícolas – como as do algodão, da soja, do milho, das frutas e das hortaliças – usam os defensivos químicos, que são pulverizados por aviões agrícolas e, agora, por drones.
No Ceará, único estado a proibir a pulverização aérea (há uma lei, aprovada no fim do ano passado, permitindo aqui a pulverização por drones, mas um recurso contra ela impetrado no STF obteve liminar suspendendo a sua aplicação), a agricultura empresarial – entendida como a que tem grandes plantações de hortifrutis, grãos e fibras e que cumpre a legislação trabalhista, ou seja, com trabalhadores de carteira assinada – ainda usa a pulverização manual.
Mesmo neste particular, a agricultura empresarial cumpre o que manda a Lei. E a Lei determina que os aplicadores dos agroquímicos, devem, obrigatoriamente, utilizar o EPI – Equipamento de Proteção Individual, que o blinda de qualquer contaminação.
Todavia, na pequena agricultura e mesmo na Agricultura Familiar, alguns agricultores descumprem a Lei e deixam que seus empregados executem a pulverização de suas lavouras sem a proteção do EPI. Uma das causas desse desleixo é a falta de assistência técnica e a desinformação.
A fiscalização do Ministério do Trabalho, no Ceará, é rígida na sua tarefa de acompanhar a execução da Lei, e sempre pune quem, na agricultura empresarial, fere a legislação. Há, todavia, queixas de que essa rigidez não é a mesma quando a propriedade fiscalizada é de pequeno porte. É a multa aplicada ao grande produtor rural que repercute na mídia.
Pelo que se vê e ouve nos últimos dias, parece estar começando, de novo, uma campanha nacional de ataque à agricultura empresarial, usando “o perigo dos agrotóxicos” como tema central. É uma ação política e ideológica contra a agropecuária brasileira, a maior do mundo em qualidade e em quantidade e a melhor do planeta em produtividade. Para os mercados interno e externo, o agro do Brasil produz mais com menos terra e com menos água. E com a moderna tecnologia da ciência agronômica.
Deve ser lembrado e repetido: os custos de produzir na pecuária e na lavoura do Brasil são os menores do mundo. Por esta razão, por trás dessa campanha, pode estar a inveja dos concorrentes brasileiros do Hemisfério Norte.
A EXPOLOG MARCA PRESENÇA NO PANAMÁ
Um dos mais importantes eventos de logística do Brasil, a Expolog está presente na 41ª edição da Expocomer, o maior hub de negócios da América Latina, que acontece de hoje, terça-feira, 25, até quinta-feira, 27, no Convention Center Amador, na Cidade do Panamá.
Enid Câmara, CEO da Prática Eventos, organizadora da Expolog, está na capital panamenha para participar do evento. Neste ano, o Pavilhão Brasil se destaca ao apresentar produtos e serviços inovadores e de alta qualidade, com o objetivo de facilitar o acesso e a expansão de empresas brasileiras no mercado internacional.
A Expolog, por sua vez, reforça seu compromisso com a inovação e a qualidade, impulsionando o setor logístico.
A Expocomer é uma feira comercial multissetorial organizada pela Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura do Panamá (CCIAP). Ela se consolidou como um ponto de encontro estratégico para empreendedores em busca de novas oportunidades de negócios e soluções inovadoras. A feira oferece um ambiente propício para estabelecer conexões com empresas da Europa, Ásia, África e América.
Com mais de 15.500 m² de exposição, a Expocomer reúne mais de 600 empresas de 30 países, oferecendo também uma Rodada Internacional de Negócios que facilita o networking e a criação de parcerias estratégicas.
Na edição de 2024, a Expocomer atraiu cerca de 20 mil visitantes nacionais e internacionais e gerou um volume de transações estimado em US$ 148,2 milhões, segundo a organização do evento. Neste ano, a Expolog celebra sua 20ª edição, que acontecerá nos dias 26 e 27 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará.